Amor Constrangente
Encontras-me assim como estou;
Sondas meu coração sujo e pecador,
Mas não desistes de me amar eternamente.
Enxugas as minhas lágrimas
E lavas os meus pés.
Vês como sou
E mesmo vendo-me assim,
Não deixas de me amar eternamente.
Oh! Supremo mistério!
Vida que eu não posso conseguir,
Mas apenas ganhar graciosamente
De suas mãos, meu pastor.
Por que me amas se te nego?
Por que me abraças se te traio?
Por que me acolhes se me rebelo?
Por que te aproximas se constantemente te ofendo?
E me olhas docemente
Penetrantemente.
Pacientemente.
Ah! Que amor constrangente;
Reluzente
Transcendente
Fonte de toda a minha paz....
Queria eu poder penetrar,
Mas só me cabe receber e aceitar.
Tiras-me do tremedal de lama
Onde por mim mesmo precipitei a entrar.
Lavas-me com as próprias mãos,
Que meus pecados fizeram machucar.
E ainda me perdoas eternamente.
Concedes-me dons e privilégios.
Graça sobre graça
E as riquezas da cruz!
E ainda me perdoas eternamente.
Ah! Impenetrável amor que me perdoa.
Pois que caí tantas e tantas vezes,
E tantas e tantas outras vieste me buscar.
Que mais fazer senão agradecer,
E curvado sobre mim mesmo
Adorar o meu benfeitor,
Meu eterno Senhor...
Hélio O. Silva = 21/08/2003.