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Mostrando postagens com o rótulo Crônicas Bíblicas

Amós

Amós. Helio O. Silva – 28/04/2017 La vem o tosco, eles dizem, Com suas palavras deselegantes Com seu jeito roceiro de ser. Vestindo roupas simples, que não gostamos. Falando de coisas que não queremos para nós. Por que você não vai embora, Vá profetizar em outro lugar! Lá vem o homem do interior, eles comentam, Tentando nos convencer Com suas palavras apressadas, Com seus gestos que nos assustam, Colocando prumo em nossas ações. Por que você não volta? Vá profetizar em outro lugar! Lá vem o homem com suas pregações, Fazendo doer nossos ouvidos, E tremer nossos corações; Rugindo como um leão fora de seu lugar. Vá embora fera desgarrada, Vá profetizar em outro lugar! Lá vem o trombeteiro anunciando a guerra Como se não tivéssemos outros interesses. Como se não buscássemos a Deus! Como se não vivêssemos em paz. Vá embora tosco! Vá pastorear em outro lugar! Lá vem o conspirador, eles murmuram, Ele nos faz sofrer co...

Cabeça ou Cauda?

Cabeça ou Cauda! Por que ser cabeça, quando se pode ser apenas cauda? Ser cabeça dá muito trabalho! Tem que planejar, investir tempo e dedicação. Tem de enfrentar dificuldades e incompreensões. Tem de estar de pé para se ver melhor e mais alto. Tem que incentivar e puxar os outros para dentro, para a batalha que vale a pena! Ah nem, isso dá muito trabalho. Ser cauda é muito mais fácil. Pega-se tudo pronto. Segue-se quem está na frente sem se preocupar com quem seja ou para onde vai. Ser cauda é um sossego. Ë ser puxado o tempo todo. É não ter preocupação, pois a cabeça sempre se preocupará por mim! Ser cabeça é um dor de cabeça. Tem que pensar e decidir. Tem que enfrentar e realizar. Tem de prestar atenção o tempo todo. Ser cabeça cansa muito a gente, pois quem é cabeça não espera acontecer, mas faz acontecer. Ser cauda, por outro lado, é uma tranqüilidade. Nada de dar cabeçada, só esperar para criticar ou saborear, ser cauda é uma beleza, nunca se vê problemas na redon...

Raabe

Raabe (Josué 2; Hebreus 11.31) O vento sopra nas palmeiras e as folhas farfalham uma canção que só o meu coração escuta: É preciso mudar; decidir seguir um novo caminho. As muralhas de Jericó são fortes e são altas, mas se ele abriu um mar, o que poderão fazer essas pedras? Elas não passam de poeira que o vento que vem do rio Jordão assopra! Ele secou as águas do Mar Vermelho diante dos olhos deles! O grande faraó do Egito e os reis amorreus das planícies dalém do rio não puderam resistir à força de seu braço. E nós?! O Deus deles é o Senhor; Deus em cima nos céus e também embaixo na terra. Qual será a força de Baal diante de um Deus assim? Certamente não passará de um pálido mugido. As muralhas ruirão, e essa casa sobre os muros deixará de existir. Tudo o que fiz e construi se tornarão ruínas e pó para o vento levar. Não há mais nada para amar aqui, porque tudo vai passar (I Jo 2.15-17). Os espias que acolhi e protegi me disseram que ele usará de misericórdia para comigo assi...

O Cego - (Hélio O. Silva = 30/03/2004)

O cego estendeu a mão, mendigando o pão, esperando a compreensão, gritando por compaixão. A sua mão procurava a dádiva graciosa da moeda atirada na escuridão. Mas ele esperou em vão. Porque a multidão que a tudo via, não viu o cego perdido na sua escuridão. E passou esbarrando no amor, Tropeçando no perdão. O cego que nada via, Sentiu as lágrimas frias perdidas na escuridão. E recolheu a sua mão. Sujo, de cabelos desgrenhados e manco, Voltou-se para a fria parede acolhedora E ali se encolheu, junto ao chão. Ah tolice de cegueira que nada vê e compreende, Por que tentar impedir a multidão? Que sempre vai passar Esbarrando no amor E tropeçando no perdão... Uma voz rasgou o véu da escuridão, e trouxe como luz na escuridão o estender de uma outra mão. Acolhedora e carinhosa, repleta de manso amor e perdão. Ao estender a mão Esperando uma moeda ser lançada na escuridão, o cego sentiu o calor da outra mão. Que não passou com a multidão. A mão estendida na es...

O Cordeiro (08/07/1999)

Hélio O. Silva Levarei o meu cordeiro ao Tabernáculo e o oferecerei em holocausto por mim, pelo pecado que eu tentei esconder de Ti. Eu o tirarei do aprisco seguro, do lado de sua mãe e o amarrarei com cordas que o prendam a mim. Então caminharemos juntos até o Tabernáculo, onde o oferecerei por mim. Daqui eu o vejo longe. A coluna de nuvem se levanta no meio do arraial. Deus está aqui e eu devo me achegar até Ele; limpar meu coração... Enlacei o nó; _ Vamos cordeiro! Dei duas voltas em torno da mão; e olhei para ele, que me fitou obediente, que me obedeceu inocente. Deixou-se conduzir por mim. Mudo, meu cordeiro caminha comigo. Eu o oferecerei por mim lá no Tabernáculo. O sol da manhã ilumina o nosso caminho, que busca o perdão; não para ele, mas para mim. As pessoas nos vêem; comentam; alguns se enternecem. Há silêncio no seu olhar. Pelas mesmas culpas? Talvez. Outros levantam o olhar para o Tabernáculo. Medindo a distância. Intercedendo? Talvez. A nuvem se avoluma. O sol...

Se Quiseres, Podes Purificar-me

Hélio O. Silva = 05/01/2011. Se Quiseres, Podes Purificar-me (Lucas 5.12-16) Feche seus olhos, imagine a cena. Um homem coberto de lepra e cerimonialmente imundo. O outro totalmente puro. Quem sabe de onde ele veio? O fato é que apareceu ali, diante de Jesus e se dirigiu a ele sujo, desfigurado, irreconhecível, intocável, intratável, miserável, condenável... Mas ele apareceu ali diante de Jesus, dos discípulos e de toda a multidão. Ele veio gritando como podia: “_ Imundo! Imundo!” para que todos se afastassem, até chegar à presença de Jesus. Trazia consigo o seu sofrimento e a sua dor. Por fora no seu corpo roído pela enfermidade até então sem cura. Sua doença estava em estado avançado (coberto de lepra) e ele veio quase que caindo aos pedaços mesmo. Por dentro pela vergonha, pelo preconceito e pela proscrição social. De todas as formas, ele não era mais um homem inteiro. Trazia consigo o último fio de esperança de poder ser alguém outra vez; trazia a sua súplica a Jesus. E o...

Pródigos! (Lucas 15.11-31) = Revisado

Hélio O. Silva = 25/12/2002. Pródigos! (Lucas 15.11-32) Quando o meu filho caçula partiu, senti sangrar o corte profundo das palavras que insistiram na partilha da herança antes do tempo e roguei a Deus que o guardasse de todo o mal. Carregando na algibeira o seu futuro em forma de moedas, ele ousou conquistar o mundo. Assim ele desejava, todavia, tudo não passava de fumaça que mais cedo ou mais tarde, levada pelo vento seria. Ele partiu ferindo o meu coração. Mas não deixei morrer a esperança. Ele voltará um dia. Quando meu filho partiu para uma terra distante partiu meu coração. Ao ver desperdiçar a sua mocidade em sonhos tão tolos e tão passageiros, pedi a Deus que o trouxesse de volta e preparei todos os dias o meu coração para o encontro que certamente chegaria. Muitas vezes levantei meus olhos para o morro distante, onde a estrada encontrava o horizonte e pensei tê-lo ouvido cantarolar as canções que lhe ensinei. Contudo ainda não era o tempo do reencontro. Então esperei;...

A Resposta (I Reis 19)

Hélio O. Silva = 10/12/2003. A Resposta (I Reis 19). Ele ainda se lembrava do altar. Sentia o cheiro da oferta queimada pelo fogo que caiu do céu e que o Senhor acendeu. Ele se lembrava dos milhares de Israel prostrados diante de Deus no Carmelo. Ele ainda podia sentir em sua pele a sensação dos pingos da forte chuva que caiu logo depois, ainda no mesmo dia. Ele não esquecia do poder que veio sobre si e que o fizera correr adiante de Acabe. Todavia, o descalabro do contraste apunhalava a sua mente, pois um mensageiro do rei lhe trouxera a mensagem da morte. O homem que vai para o deserto não é um ingênuo que ainda não aprendeu a crer, mas é um desiludido que achava que as coisas iam mudar e agora bebe das suas dúvidas as respostas que não encontra. O que o Senhor quer fazer? O homem que vai para o deserto não é um embrutecido disposto a deixar a sua fé, mas é um crente deprimido que não sabe mais o que fazer; depois de tantos sinais e provas de que...

No Deserto (Números)

Hélio O. Silva – 22/02/2010 No Deserto. Eu andei por esse deserto quarenta anos! Conheci o calor que queima durante o dia e o frio que gela durante as noites. Tive fome e sede. Comi do maná e bebi da água tirada de uma rocha! Ela nasceu e jorrou abundantemente da pedra dura! Sempre usei as mesmas roupas e nunca troquei os meus sapatos. Experimentei o castigo severo dos meus atos e do meu lado tombaram homens e mulheres; famílias inteiras que não aprenderam a obedecer a Deus, aquele que nos guiava pelo caminho. Em não estava na frente da multidão, mas vi a nuvem de dia e a coluna de fogo que ardia de noite. Naquele Tabernáculo ali há muito sangue de inocentes cordeiros que foi derramado por pecados que eu cometi; sangue derramado a meu favor, no meu lugar... Eu vi que ouvir sem escutar é tolice; agir sem pensar é presunção; inovar sem razão é arrogância e falsificar a verdade é loucura. Tudo isso é caminho de morte; fez para muitos o deserto não ter fim. No deserto eu conheci tan...

Amor de Pai

Pastoral: Lucas15.11-32. Amor de Pai: Esse pai aqui é muito parecido conosco, que somos pais. Ele tinha somente dois filhos; vivia preocupado com suas descombinações e procurava criá-los no bom caminho do Senhor. Seu drama é como o nosso, nem sempre nossos filhos andam ou andarão por onde andamos. Nem sempre quererão amar a Deus como amamos. O que fazer? Como um pai que ama, ele não criou seus filhos para si mesmo, mas repartiu com eles tudo que construiu , porque criava-os para Deus (v.12,31). Muitos problemas de pais e filhos vêm do fato de que querermos traçar seu futuro como continuação do nosso, mas isso é querer destruir a individualidade de nossos filhos. Temos de criá-los para Deus pois Deus os guiará e protegerá mesmo quando saírem de perto de nós. Como pai que ama, ele não deixou sua esperança morrer, mesmo quando viu seu filho mais novo desperdiçar tudo longe de casa, mas o recebeu de volta com ternura e perdão (v.13-24). Esperou pela volta do filho, e no reencont...

A Festa do Pai (Lucas 15.22-24,32)

Hélio O. Silva 05/09/2007 A Festa do Pai (Lucas 15.22-24,32). É preciso que nos regozijemos porque o que estava morto reviveu e o que estava perdido foi achado. Nada pode ser mais importante do que isso. Pensar diferente é ignorar o caminho da graça na vida das pessoas, dos filhos de Deus que estão chegando; porque eles estão voltando ao lar. É preciso que haja música; é preciso que se faça festa! Os instrumentos devem ser afinados para tangerem bem e com arte. É hora daquele sorriso especial estampar no rosto a alegria que durante muito tempo se apertou no coração. O Pai reencontrou o seu filho e a família se completou ao redor da mesa outra vez. Ah! Quantas esperanças foram finalmente cumpridas e quantos olhos brilham com o brilho da satisfação pelo filho que agora está entre os seus irmãos e não mais entre os perdidos que se prostituem e entre os viciados nos sabores da noite, que rouba dos pais os corações de seus filhos, especialmente dos mais jovens. É preciso ...