Perseguição Religiosa no Brasil
Rev. Hélio O. Silva
Enfim, explicitou-se a perseguição religiosa no
Brasil. Ao apreender o passaporte e celular do Pr. Silas Malafaia nessa última
quarta-feira, o representante monocrático do STF lançou luz explícita sobre
esse tema. Perseguição religiosa que já vem se manifestando em vários setores
onde a Igreja atua (tanto católica quanto evangélica). O Estado vem avançando e
cerceando várias agências missionárias que atuam no campo indígena dentro do
Brasil, para citar apenas um exemplo.
Talvez você não concorde comigo, e repute mais essa
ação do juiz Alexandre de Moraes a meras questões políticas, dentro da
polarização entre a direita/esquerda em nosso país. Mas é fato que todas as
severas críticas do pastor evangélico ao STF foram, por ele, feitas na condição
de pastor, nunca de político. Ele sempre deixou claro que era como pastor
cristão que fazia suas críticas e muitos de nós fomos obrigados a concordar com
ele, mesmo que assumindo posições mais moderadas e cautelosas.
Nosso país já está dentro de uma ditadura que, como no
caso da Venezuela, faz pesado uso da Suprema Corte a fim de validar a censura,
perseguição e cancelamento de opositores e setores desalinhados com os ideais
da esquerda.
Como presbiterianos, historicamente defendemos uma
relação de cooperação/tensão com o Estado. Cooperamos com o Estado formando
bons cidadãos e mantendo um padrão de vida moral que sustenta o respeito às
leis e bons costumes. Esperamos a cooperação do Estado no que diz respeito à
liberdade religiosa (tema dentro da questão da liberdade de expressão) e
segurança pública. Desejamos sair de casa para um culto cristão à noite e
retornar em segurança mais tarde, por exemplo. No entanto, a tensão se instala,
quando o desrespeito às leis configuram tratamento desigual dentre os cidadãos,
privilegiando uns em detrimento de outros. Isso é o que acontece hoje no
Brasil. Nós estamos sendo empurrados para a condição de cidadãos de segunda
categoria, perdendo direitos civis básicos perante um regimento que vai se
autoimpondo sem pudor; não entregando o que promete, mas exigindo submissão sem
questionamentos.
A perseguição política em curso no nosso país contra
membros estratégicos da direita, já vai tomando novos rumos e abrindo seu leque
para nos incluir, pois majoritariamente, o ramo evangélico brasileiro é mais
alinhado a esse grupo do que ao que se encontra no poder. Agora não dá mais
para ficar de fora e nem fingir que não com a gente.
“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se
humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu
ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” (2 Crônicas
7:14).
Deus tenha misericórdia de nós!
Com amor, Rev. Hélio.