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12 = 4ª Distinção: Os Afetos da Graça Nascem de Uma Mente Espiritualmente Iluminada Por Deus

Jonathan Edwards

Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Uma Fé Mais Forte Que As Emoções
Liderança: Pr. Hélio O. Silva e Sem. Rogério Bernardes.
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Exposição 12 = 4ª Distinção: Os Afetos da Graça Nascem de Uma Mente Espiritualmente Iluminada Por Deus 26/10/2011.
[Uma Fé Mais Forte Que As Emoções – Jonathan Edwards (p. 141-152)]
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Introdução:

1ª Distinção: Os afetos espirituais verdadeiros são concedidos por Deus.
2ª Distinção: A Base Fundamental dos Afetos da Graça é a Excelência Transcendental e a Natureza Digna das Coisas Divinas.
3ª Distinção: Os Afetos da Graça se baseiam no deleite pela beleza moral do Próprio Deus.

4ª Distinção: Os Afetos da Graça Nascem de Uma Mente Espiritualmente Iluminada Por Deus.

Os afetos da graça não têm origem em si mesmo, mas na iluminação da mente pela graça de Deus. É essa iluminação que lhe dá a compreensão espiritual necessária para que veja e entenda as coisas divinas mais do que antes.

Conhecer as virtudes espirituais é a primeira chave para abrir o coração para elas (I Jo 4.7; Fp 1.9; Jo 6.45; Cl 3.10). O cristão sente porque vê e compreende as verdades espirituais mais do que antes. Afetos verdadeiros sempre surgem da instrução verdadeira. Quando Cristo abriu o entendimento dos dois discípulos no caminho de Emaús para o reconhecerem, ele o fez por meio da instrução da escritura (Lc 24.32).

Afetos falsos nascem da ignorância, não da instrução. Todavia, existe uma diferença entre conhecimento doutrinário e conhecimento espiritual. O conhecimento doutrinário envolve apenas o intelecto, mas o espiritual envolve o coração todo (mente, vontade e emoções). O conhecimento espiritual é um sentimento pelo qual se pode perceber a santidade de Deus nas doutrinas cristãs; entendimento espiritual consiste basicamente na sensibilidade do coração à beleza espiritual das verdades divinas. Esse conhecimento nos leva a conhecer a vontade de Deus para nós (Cl 1.9). Esse entendimento não é partilhado pelos crentes com os incrédulos (II Co 4.3,4 = II Co 3.18). No entendimento espiritual não existe especulação, mas a experiência e o sentimento real da verdade e da santidade divinas.

Glorificar a perfeição moral de Deus é a finalidade de toda a criação. Essa perfeição moral das coisas divinas nos capacita a entender a suficiência da mediação de Cristo.

É preciso relacionar essa compreensão espiritual despertada com as escrituras sagradas. Uma compreensão verdadeiramente espiritual percebe o que de fato está escrito nas escrituras; não lhes dá novo significado. Entender espiritualmente de forma correta as escrituras significa compreender o que nelas já existe e saber a intenção imediata do que ali está escrito pelo autor bíblico sem adicionar novos significados. Criar um novo significado para as escrituras é criar uma nova escritura, ou seja, uma escritura falsa, outra escritura. É acrescentar à escritura algo que Deus condena veementemente (Pv. 30.6). O verdadeiro significado espiritual das escrituras é aquele que ela sempre teve desde o princípio quando o Espírito Santo a inspirou. Esse significado todos poderiam ver se não estivessem espiritualmente cegos.

Calvino afirmou nas Institutas I.9.11:
“Não é função do Espírito que nos foi prometido fazer novas revelações inéditas, ou criar alguma nova doutrina que tenda a nos afastar da que foi recebida no Evangelho. O Espírito sela e confirma a nós a doutrina que já se encontra no Evangelho.” Ele pregava um perfeito equilíbrio entre o Espírito e a Palavra, pois é erro não conhecer as Escrituras e nem o poder de Deus (Mt 22.29).

Entender espiritualmente as escrituras implica em ter abertos os olhos da mente, contemplar a excelência espiritual contida em seu significado original. Portanto, a liderança espiritual do Espírito Santo consiste em duas coisas: (1) Instruir a pessoa em seus deveres e (2) Induzi-la poderosamente a aceitar a instrução. Alguns declaram que Deus lhes revela sua vontade gravando um texto bíblico em suas mentes e lhes mostrando uma aplicação particular dela.

Por exemplo: Alguém deseja mudar-se para outro país e as palavras de Gênesis 46.4 lhe vêm repentinamente à memória. Fazer uma aplicação descontextualizada dessa maneira é um perigo espiritual e não uma nova compreensão espiritual. Não podemos confundir compreensão e discernimento espiritual com entusiasmo que se alimenta de imaginações, visões e pretensas novas revelações. Muitas religiões não cristãs se fundamentam nesse tipo de atitude. Essas experiências de forte impressão empolgam, mas não deixam resultados espirituais duradouros na vida de seus proponentes.
Isso não quer dizer que não existam experiências espirituais verdadeiras que não contenham detalhes imaginativos. Isso deve ser creditado à fraqueza da natureza humana como um efeito acidental ou uma conseqüência colateral. Todavia deve ficar claro que idéias imaginárias podem surgir de emoções e experiências espirituais verdadeiras, mas emoções e experiências espirituais verdadeiras não surgirão de idéias imaginárias. Essa ordem nas coisas é muito importante.

Conclusão parcial:
1. A compreensão espiritual dada por Deus mediante seu Espírito sempre nos conduzirá à submissão à instrução que ele mesmo já deu nas escrituras.

2. Vejamos as afirmações da Confissão de Fé de Westminster sobre esse ponto:
Capítulo I. 9,10:

IX.
A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente.

Ref. At. 15: 15; João 5:46; II Ped. 1:20-21.

X.
O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura.

Ref. Mat. 22:29, 3 1; At. 28:25; Gal. 1: 10.

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