Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia = EBD-2013.
Classe: Líderes Que Deus Usa.
Professores: Hélio O. Silva / João Marcos Battaglin e Sóstenes
Martins.
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Aula 01 = O Dízimo.
(17/02/2013)
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Introdução:
O dízimo é a forma de contribuição que
Deus deixou para os cristãos como meio de sustento da obra da Igreja. O dízimo
é mandamento de Deus. O dízimo é obrigatório (mandamento), a oferta é
voluntária, isto é, praticada conforme o desejo de cada um.
I - ORIGEM:
A origem da prática do dízimo é antes
do período da escrita da lei. Abraão pagou o dízimo a Melquisedeque (Gn 14.20;
Hb 7.1-10). Jacó prometeu dar o seu dízimo a Deus se Ele o abençoasse. (Gn
28.20-22). Podemos ver que a causa dessa promessa de Jacó era a sua experiência
com Deus e a gratidão que lhe brotou no coração em decorrência disso.
A palavra dízimo quer dizer dez por cento (10%), a
décima parte. O número 10 era considerado sagrado naquela época, e também é
fácil de fracionar. Como vemos, não havia mandamento, o dízimo era dado
voluntariamente; para expressar a convicção de que em última análise, tudo
pertence a Deus. Na Lei Mosaica é que ele passa a exercer um papel importante
de caráter religioso e obrigatório.
II - O ENSINO DO ANTIGO TESTAMENTO:
1. O povo deveria entregar os dízimos
de todos os produtos da terra e dos rebanhos (Dt 12.6-11; Lv 27. 30-33). Isso
deveria ser feito com alegria (Dt 12.7).
2. Os dízimos pertencem ao Senhor, são
santos ao Senhor. (Lv 27.30).
3. Um de seus propósitos era o sustento
dos levitas e sacerdotes (Nm 18.21-24; Dt 14.27).
4. Também era usado para auxílio aos
necessitados (Dt 14.28-29).
5. Fazia parte da celebração de uma
refeição pelas famílias do povo de Deus, cujo objetivo era ensinar o temor de
Deus (Dt 14.22,23).
II - O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO:
Não há nenhum mandamento claro e
específico determinando o dízimo; porém o oposto também não acontece. Em Mateus
23.23, o Senhor Jesus deixa claro que a prática do dízimo não justifica uma
vida sem santidade, contudo, a vida de santidade não deve omitir ou eliminar o
dízimo. O Novo Testamento enfatiza muito mais os motivos que nos levam a
contribuir que o mandamento legal ou cerimonial em si de dizimar.
2. Deve ser conforme a prosperidade (proporcional
ao rendimento). Em 1 Coríntios 16.2, vemos que a oferta era praticada
semanalmente.
3. Por causa da consciência de ser
escravo de Cristo (Rm 6.16-17; 1 Co 6.22; 1 Co 7.22;). O Escravo não tinha nada
por direito; tudo era do seu dono.
4. Porque somos mordomos de Deus (1 Pe
4.10);
5. Porque sabemos que deveremos prestar
contas a Deus do que fazemos com os bens que nos confiou (Rm 14.12). Segundo
G.G. Hawthorne: “O cristão não contribui com relutância ou compulsão (2 Co
9.7); sua contribuição não se limita ao dízimo da renda de cada ano. Pelo
contrário, é feita com bom ânimo, voluntária, e sistematicamente; e com
generosidade sem limites (1 Co 16.1,2; 2 Co 9.6-9)”.[1] A
nova aliança é superior à antiga (Hb 7.7), o que vale dizer que o dízimo é o
mínimo que se espera de cada cristão.
IV - O SIGNIFICADO DO DÍZIMO
2. O dízimo é um símbolo de gratidão a
Deus por causa de Sua generosidade. Deus promete bênção sem medida para os seus
praticantes (Ml 3.10). Não entregá-lo significa desconhecer a bondade de Deus, limitando-se
em si mesmo pelo individualismo egoista.
3. O dízimo servia para sustentar os
levitas e sacerdotes, bem como para assistência social. É uma oportunidade de
participar na obra de Deus e na sua preocupação para com os pobres e
necessitados. Pagar o dízimo é trazer bênçãos de Deus (Dt 14.29; 26.25);
retê-lo é trazer a maldição de Deus (Ml 3.8,10).
4. Entregar ou “pagar” o dízimo é um
ato de adoração com implicação missionária. É o reconhecimento de que o culto a
Deus é verdadeiro e por isso buscar sua manutenção e progresso faz parte de
nosso testemunho cristão.
CONCLUSÕES:
1.
O dízimo não fere os ensinos bíblicos quanto a contribuições financeiras:
a) Ele não foi estabelecido pela lei cerimonial, mas
tinha implicações morais (sustento do sacerdócio e auxílio aos necessitados).
b) Sua prática explícita no Antigo Testamento não foi
abolida no Novo Testamento.
2.
O dízimo é proporcional:
a) Deve ser exercido segundo a prosperidade de cada um
(lembre-se que os sistemas econômicos da época do Antigo Testamento e Novo
Testamento não são os mesmos de hoje em dia).
b) É sistemático. Segue um padrão bem específico. Hoje em
dia é mensal, por causa da forma de pagamento da maioria dos salários. Cada um
deve contribuir em conformidade com o modo que recebe. Os ensinos quanto às
ofertas no Novo Testamento falam de práticas semanais (I Co 16.1,2). A palavra
“logeia” (coleta religiosa pra um
templo) pode indicar um imposto.
3.
Existem promessas claras para quem o pratica (Ml 3.10-12):
a) Deus derramará Suas bênçãos (sem medida).
b) Deus dará prosperidade material (Pv 3.9,10).
c) Seremos um povo feliz (Pv 11.24,25).
4. As
Ofertas.
a)
Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento as ofertas faziam parte do caráter
cúltico da vida cristã. O dízimo era uma das formas de ofertas fixas praticadas
pelo povo de Deus.
b)
As ofertas podiam ser alçadas (para suprir necessidades específicas) ou
voluntárias (de livre vontade do ofertante).
Para meditação:
“Contribui
de acordo
com a tua renda
para
que Deus não torne
a tua renda
segundo
a tua contribuição.”
Rev. Peter
Marshall
[1] G. F.
Hawthorne, “Dízimo”, Novo Dicionário Internacional da Teologia do Novo
Testamento, vol. I, p. 680,681.