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Filemon 22 = Uma Intercessão Que Fortalece a Comunhão


Gravura de Lívia Sally Freitas Silva - 2º semestre de 2012.

Uma Intercessão Que Fortalece a Comunhão

E, ao mesmo tempo, prepara-me também pousada,
pois espero que, por vossas orações, vos serei restituído. (Filemon 1:22 ARA)

A comunhão cristã não é uma casa de portas fechadas nem uma panela de pressão tampada; ela é a comunhão de irmãos de uma mesma família que se reúne à volta de seu pai. Por isso, ela recebe quem acaba de chegar pelo novo nascimento, sem abandonar quem já está na caminhada a mais tempo.

A expectativa de Paulo quanto ao novo tipo de tratamento dispensado por Filemon a Onésimo pelo perdão e pela comunhão, não substitui nem supera a amizade entre ambos, pelo contrário, isso a enriquece e fortalece!

Vejamos essa verdade nesse versículo:
(1) A comunhão eficiente alimenta as esperanças da ação divina em resposta às nossas orações. Paulo pede pousada a Filemon porque sabe e conta com a intercessão dos irmãos. Ele sabe também do prazer divino em ouvir e atender as orações de seus filhos e tem segurança das orações de seus irmãos amigos em Cristo a seu favor. A soberania amorosa de Deus se torna próxima e prática para nós quando oramos.

(2) A comunhão que se tornou eficiente é hospitaleira. Outro detalhe interessante é que ao pedir pousada, Paulo não faz cerimônia, não se acha pesado e nem se preocupa com o trabalho que vai dar. Ele pede porque trata com irmãos, não de sangue, mas em Cristo. Ele sabe que existe amizade que supera o amor de irmãos co-sanguíneos (Pv 18.24). E mais, Paulo o faz porque entre os irmãos se sente livre (v.8) quer dar oportunidade a uma bondade que é voluntária e não constrangida (v.14) bem como experimentar a expressão de um consentimento não forçado, mas voluntário (v.14). Ele sabe e conta com a hospitalidade eficiente dos irmãos, porque é assim que o trabalho cristão avança, uns cuidando dos outros.

(3) Por causa das orações, Paulo espera ser restituído à igreja. Essa é a oração do obreiro que deseja voltar ao trabalho. A sua esperança é motivada pelas orações da igreja e fundamentada na eficiência da comunhão. Observe que Paulo deseja ser restituído à igreja como missionário enviado por ela (At 13.1-4).

Assim é evidente que quando tratamos de uma comunhão eficiente estamos tratando da vida da igreja onde pulsa o perdão que acolhe o arrependido; onde a hospitalidade expressa a liberdade entre conhecidos, não estranhos; onde o irmão é caríssimo, jamais desprezível; onde as orações são mais que conversas com Deus, pois servem também de modelo das nossas petições uns aos outros.

Essa sacralidade da comunhão às vezes é perdida entre tantos atropelos e intrigas no corpo de Cristo; às vezes ela está apenas escondida entre tantos afazeres e programas ativistas; às vezes ela se tornou ineficiente ou deficiente por causa do pecado não perdoado entre nós. Mas é um fato claro como o sol ao meio dia que ela pode ser redescoberta, achada e destrancada de dentro de nossas almas para ser à luz do dia tudo que Deus quer que ela seja: Eficiente, hospitaleira, gentil e acolhedora.

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