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04 = A Estrutura da Oração (2 Tessalonicenses 1.3-10)



Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Fevereiro a Junho/2013
Liderança: Pr. Hélio O. Silva e Presb. Abimael A. Lima.
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04 = A Estrutura da Oração (2 Tessalonicenses 1.3-10).  13/02/2013.
Um Chamado à Reforma Espiritual – D. A. Carson, ECC, p.39-51.
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Introdução:
As petições de Paulo em suas orações não acontecem num vácuo, estão firmemente arraigadas nos fundamentos nos quais as coloca. Paulo ora de acordo com uma estrutura de pensamento que orienta suas convicções. Nesse texto há duas características dominantes dessa estrutura:

  1. Gratidão pelos sinais da graça.
A gratidão é um componente fundamental da estrutura mental que controla e grande medida a intercessão de Paulo. Precisamos traçar um paralelo comparativo entre pelo que Paulo agradece e pelo que nós agradecemos a fim de medirmos nossa maturidade na oração.
Nossos agradecimentos estão muito mais ligados ao nosso bem-estar e conforto material. Aquilo pelo que mais agradecemos é o que mais valorizamos. Se questões materiais são o que povoa nossas orações é porque é isso que nós mais amamos e desejamos de Deus. Diferentemente de nós Paulo prioriza e agradece pelos sinais da graça entre os cristãos.

a)      Paulo agradece porque a fé de seus leitores estava crescendo.
Paulo não se refere à fé da conversão, mas à crescente dependência, fidelidade, lealdade e confiança em Deus. O desenvolvimento da confiança produz confiabilidade. Na primeira carta Paulo já tinha qualificado a fé dos tessalonicenses como “operosa”, trabalhadora (1 Ts 1.3). Observe que o crescimento da fé deles era totalmente aparente e notável: “sobremaneira”.

b)     Paulo agradece porque o amor deles estava aumentando.
Paulo focaliza o amor mútuo como fruto do amor de Deus na vida deles. Esse amor prático é a marca distintiva do cristianismo (Jo 13.34,35).
O amor  cristão não deve ser medido somente pelo prisma social manifesto especialmente em grupos homogênios (clubes, sociedades filantrópicas etc), A igreja é diferente destes. Ela é composta de pessoas muito diferentes umas das outras (ricos e pobres; cultas e incultas; sofisticadas e simples; disciplinadas e distraídas extrovertidas e introvertidas.  A única coisa que as mantém unidas é sua dedicação a Cristo decorrentes da demonstração do seu amor por estes.
Quando os cristãos perdem de vista sua dedicação a Cristo a disputa se instala na igreja. Quando a uniformidade social, étnica, econômica ou temperamental se torna mais importante que desfrutar do amor de Cristo a idolatria já levantou a sua cabeça profana dentro da igreja (p.43). Pro isso crescer no amor que produz  mutualidade é um sinal evidente da graça na vida cristã.

c)      Paulo agradece porque eles estavam perseverando em meio à provação.
A gratidão de Paulo se torna evidente também na forma como eles enfrentavam tribulações e perseguições. O nosso coração agradece pelo que ama mais. Se amarmos mais os bens materiais e o conforto transitório da prosperidade material nossas orações serão povoadas por isso (Mt 6.19-21). Paulo ora pelo crescimento e pela perseverança mesmo nos dias difíceis. A estrutura de suas orações são permeadas por valores que parecem ser desconhecidos pela maaioria de nós cristãos modernos.

  1. Confiança na perspectiva da justificação.
A fidelidade na provação é sinal evidente do reto juízo de Deus na vida deles. Não a provação em si, mas a perseverança durante a provação é que é o sinal da graça. Eles não têm direito ao reino porque perseveram, mas eles perseveram porque lhes fora dado o direito ao reino, ou seja, eles perseveram porque já foram justificados em Cristo.
Os cristãos verdadeiros perseverarão apesar de todas as provações e circunstâncias adversas á sua fé. Sua perseverança não é resistência sem propósito, mas por causa do reino eterno. Os cristãos não são masoquistas, mas estão preparados para sofrer por causa do objetivo final: entrar no reino eterno.
O que este reino eterno significa?

a)      Para os crentes haverá justificação.
A esperança do reino deve preencher nossas expectativas quanto ao futuro (1 Ts 1.3 = esperança firme). Ela deve ser inarredável. Entretanto, para muitos cristãos os debates e polêmicas em torno do tema tem esfriado sua esperança e a reduzido a um mero detalhe de seu credo em vez de ser a realidade suprema que transforma as nossas vidas! Em termos práticos a nossa perda é grande exatamente porque faz a fé perder uma de suas convicções fundamentais: Cristo voltará para nós e por nós!

b)     Para os não crentes haverá retribuição.
Deus mesmo tomará vingança contra os nossos perseguidores. Essa retribuição justa virá sobre os que não conhecem o evangelho e sobre os que não obedecem ao evangelho. Deus retribuirá com justiça contra o pecado. A cruz de Cristo posiciona-se simultaneamente como a evidência irrefutável de que Deus exige retribuição contra o peado e brada que ela é a medida do amor de Deus (Rm 3.21,26). Não há como as pessoas experimentarem o perdão de Deus se não se curvarem arrependidas diante do que Deus fez por elas e por causa delas na cruz! O perdão é possível porqe houve uma ofensa real e um sacrifício real foi oferecido para compensar (propiciar) a ofensa.
E se não reconhecermos o sacrifício? Então a retribuição nos alcançará condenatoriamente (“banidos de sua face”).

Conclusão:
Paulo ora movido por essas duas convicções básicas: Gratidão e justificação. Se não visamos o novo céu e a nova terra, muito dos nossos valores e decisões nesse mundo serão míopes, desonrosos, maculados e fundamentalmente mal orientados.

Questões Para Revisão e Reflexão:
  1. Pelo que Paulo agradece; pelo que nós agradecemos?
  2. O que deve inspirar nossa mais profunda gratidão a Deus?
  3. O que nossa expectativa do retorno de Cristo tem a ver com nossas orações?

Aplicações:
  1. Repense suas prioridades na oração e mude a sua estrutura mental ao orar preenchendo-a com suas leituras bíblicas diárias.
  2. Gratidão e justificação. Entenda-as e ore partindo delas a Deus.

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