Pular para o conteúdo principal

Exposição 15: Os Afetos da Graça São Equilibrados e Dinâmicos no Crescimento.


Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Uma Fé Mais Forte Que As Emoções
Liderança: Pr. Hélio O. Silva e Sem. Rogério Bernardes.
------------------------------------------------------------------------------------
Exposição 15 = 10ª e 11ª Distinções: Os Afetos da Graça São Equilibrados e Dinâmicos no Crescimento. 23/11/2011.
Uma Fé Mais Forte Que As Emoções – Jonathan Edwards (p. 193-201)
------------------------------------------------------------------------------------
Sem. Adair Batista.
Introdução:

1ª Distinção: Os afetos espirituais verdadeiros são concedidos por Deus.
2ª Distinção: A Base Fundamental dos Afetos da Graça é a Excelência Transcendental e a Natureza Digna das Coisas Divinas.
3ª Distinção: Os Afetos da Graça se baseiam no deleite pela beleza moral do Próprio Deus.
4ª Distinção: Os Afetos da Graça Nascem de Uma Mente Espiritualmente Iluminada Por Deus.
5ª Distinção: Os Afetos da Graça Trazem Uma Profunda Convicção Das Verdades Divinas.
6ª Distinção: Os Afetos da Graça Nos Levam à Consciência de Nossa Insuficiência Pessoal.
7ª Distinção: Os Afetos da Graça Dependem de Conversões Que Transformam o Nosso Caráter.
8ª Distinção: Os Afetos da Graça Possuem a Gentileza de Cristo.
9ª Distinção: Os Afetos da Graça Suavizam o coração tornando-o mais sensível.
------------------------------------------------------------

Distinção 10 - Os Afetos da graça são consistentes e constantes

Edwards nesta distinção afirma que o equilíbrio de virtudes e afetos da graça nos santos não é perfeito nesta vida, entretanto, nas pessoas santas os afetos são equilibrados, pois são a marca da santidade, marca esta, dada pela imagem de Cristo totalmente impressa nelas. Isto quer dizer que estas pessoas despojaram-se da velha criatura e revestiram-se da nova. “Ao Pai agradou que toda plenitude habitasse em Cristo, de tal forma que toda graça existe nEle, que é pleno de graça e verdade”e, segundo Jo 1:14,16 afirma que “Todos recebemos da sua plenitude, graça sobre graça”. Daí que, alguns santos possuem aparentemente a mesma proporção bela que existe na verdadeira imagem de Cristo.

Os hipócritas, os homens do mundo, não são assim. São como Efraim de quem Deus reclamou muito a ponto de dizer “Efraim é um bolo que não foi virado (Os 7:8)”, isto significa dizer que são inconsistentes nos afetos, meio cru de um lado, queimado do outro, com qualidades fortes em alguns aspectos e a ausência em outros. Demonstram deficiência essencial em vários tipos de afetos religiosos, assim como desequilíbrio e parcialidade. Podem, por exemplo, fazer grandes demonstrações de seu amor a Deus, por um lado, e, por outro, não demonstrarem espírito de benevolência para com os que contendem, invejam, se vingam e falam palavras malignas. Muitos abrigam no coração espírito de inimizade, ressentimento e amargura. Há aqueles que mostram grande generosidade e bondade para com o semelhante, mas não ama a Deus. Alguns são efusivos nos afetos com os outros, mas seu amor é restritivo, são generosos com alguns e amargos com outros.

Alguns são inconsistentes no caráter do amor pelos outros no tocante às coisas exteriores. São generosos e liberais com os deuses desse mundo, contudo, não têm a menor preocupação com as almas de seus semelhantes; outros fingem grande amor pelas almas, mas absolutamente desprovidos de compaixão frente às carências da vida diária. Há fingimento naqueles que afirmam grandes realizações religiosas e deixam de falar dos feitos menores. Outros fingem entregar a Cristo tudo o que são, entretanto, não confiam em Deus o suficiente para entregar um pouco de seu bem-estar material para fins de caridade. Isso é falsidade.

O que é verdade para os verdadeiros afetos de amor também vale para outros afetos religiosos. Os verdadeiros afetos são sempre equilibrados e proporcionais. Os verdadeiros cristãos anseiam por derramarem suas almas diante de Deus em oração secreta e fervorosa, e também desejam louvá-Lo e buscam viver mais para a glória dEle e ser mais parecidos com Ele. Ryle afirmava que os verdadeiros santos não percebem a própria santidade, no entanto, ela é visível para aqueles que olham para eles. A Escritura fala de “gemidos inexprimíveis”, anseio, sede e anelo por Deus. Enquanto os santos sofrem pelos seus pecados, os hipócritas apresentam instabilidade e inconsistência. Os santos são “seguem o Cordeiro aonde for que Ele vá”, com o coração firme, confiante em Deus (Sl 112:7), têm o coração cheio de graça (Hb 13:9) e se mantêm no caminho (Jó 17:9). Os hipócritas possuem uma religião falsa e agem por impulso. São como água de chuva torrencial que engrossam o ribeirão por algum tempo. Depois que a chuva passa o ribeirão quase seca, enquanto que o verdadeiro santo é como uma corrente alimentada por uma fonte viva que, embora seja engrossado pela chuva e diminua na seca, nunca para de correr. “A água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14); “É como árvore plantada ao lado da corrente, que recebe água constantemente nas raízes, de modo que está sempre verde, mesmo na seca mais severa”(Jr17:7,8). Os verdadeiros santos são como estrelas, permanentes no céu, enquanto os hipócritas são como cometas, brilham intensamente, mas passam e desaparece.

Os santos sofrem por seus pecados longe de seus companheiros (Zc 12:12-14) e os consolos mais doces são recebidos em secreto (Sl 63:5,6). Cristo convida a Igreja a afastar-se do mundo para que possam ter comunhão mais profunda (Ct 7:11,12). Abraão firmou aliança com Deus quando estava sozinho (Gn 15); assim foi também com Isaque quando recebeu Rebeca (Gn 24); Deus se revelou a Moisés quando este se encontrava sozinho (Ex 3), outra vez no Sinai, durante quarenta dias e quarenta noites (Ex 19); assim aconteceu com Elias e Eliseu. Maria estava sozinha quando recebeu a visita do anjo Gabriel e o Espírito Santo (Lc 1:26-28). Tem sido sempre assim:m os que estão afastados e em secreto conversam com Deus e recebem bênçãos especiais.

Distinção 11 – Afetos da graça intensificam anseios espirituais

Característica distintiva dos afetos da graça: quanto mais intensos forem, maior será o apetite espiritual e o anseio pelo crescimento das bênçãos espirituais. Afetos falsos, pelo contrário, satisfazem-se com eles mesmos.

Quanto mais o verdadeiro santo amar a Deus, mais desejará amá-lo; quanto mais odiar o pecado, mais irá querer odiá-lo; quanto mais quebrantado o seu coração, mais quebrantado irá querê-lo; quanto mais sede e anseio por Deus e por Sua santidade, mais anseio terá e mais santidade irá querer.

As razões que levam a isso são que quanto mais as pessoas tiverem afetos santos, mais apreciarão o paladar espiritual. Quanto mais perceberem a excelência de Deus e apreciarem a doçura divina da santidade, quanto mais graça tiverem, mais verão que precisam da graça. Quanto mais descobertas o cristão verdadeiro fizer e quanto mais afetos possuir, mais fervoroso se tornará na súplica por mais graça e fruto espiritual.

Quatro motivos para explicar esse princípio de expansão:
1. Os deleites espirituais são de tal forma que os que os encontram entendem que nada se compara a eles. Jamais se contentam com menos;
2. Os deleites espirituais satisfazem a expectativa do apetite. Quanto mais esperados mais serão apreciados. Os prazeres mundanos causam decepção.
3. A gratificação e o prazer dos deleites espirituais são permanentes. Os prazeres mundanos saciam o apetite e acabam. Ao acabar a satisfação o coração permanece vazio e insatisfeito.
4. O bem espiritual sempre satisfaz porque sempre há o suficiente para satisfazer a alma em qualquer grau que ela for capaz de absorver.

A natureza dos bens espirituais é tal que quanto maiores forem, maiores serão o apetite e o anseio por graça e santidade, por outro lado, as alegrias e afetos falsos têm o efeito oposto. Quanto mais provocados, mais sufocam o anseio por graça e santidade e seus frutos são; arrogância, presunção e acomodação. Para o verdadeiro cristão a busca, a luta e esforços começam imediatamente após a conversão, já para o pseudocrístão as buscas e lutas não são para alcançar a santidade por ela mesma, nem a excelência moral e a ternura de Deus. Estas coisas não passam de meios para atingirem o que efetivamente querem: mais satisfação para si mesmo, gratificação na auto-descoberta e exaltação acima dos demais.

O anseio ardente do santo pela santidade é tão natural na nova criatura quanto o calor é natural para o corpo. “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra (Jo 4:34)”. Eles desejam o leite da Palavra, não para testificar o amor de Deus para com eles, mas para crescerem em santidade. O verdadeiro paladar espiritual valoriza a santidade. O hipócrita, por sua vez, não busca provar o amor de Deus, nem deseja estar no Céu, como fazem os santos que buscam a vida santa.

Postagens mais visitadas deste blog

A Armadura de Deus (1ª parte) - Efésios 6.14-17

Pastoral: A Armadura de Deus (Efésios 6.14-17) Por que muitos crentes ignoram os ensinamentos bíblicos quanto à armadura de Deus? Porque muitos crentes conhecem pouco da Palavra de Deus, outros tantos duvidam da visível atuação de Deus, muitos a ignoram, outros porque julgam ser um exagero de Paulo na sua linguagem, outros acham que essa época já passou, alguns por pura negligência mesmo, e outros mais, por causa de já terem sofrido tantas derrotas que já estão praticamente inutilizados em sua espiritualidade pelo inimigo.   Por outro lado, há daqueles que estão lutando desesperadamente, mas com as armas que não são bíblicas.      A exortação de Paulo é para que deixemos de ser passivos e tomemos posse das armas espirituais que em Cristo Deus coloca à nossa disposição. É a armadura de Deus que nos permitirá resistir no dia mal, conduzir-nos à vitória e garantir a nossa permanência inabalável na fé.           Paulo não está falando de armas físicas que dev

O Uso da Sarça Como Símbolo da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB)

O Uso da Sarça Como Símbolo da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) O artigo da Wikipedia sobre a sarça ardente ("Burning bush") informa que ela se tornou um símbolo popular entre as igrejas reformadas desde que foi pela primeira vez adotada pelo huguenotes em 1583, em seu 12º sínodo nacional, na França. O lema então adotado, "Flagor non consumor" ("Sou queimado, mas não consumido") sugere que o símbolo foi entendido como uma referência à igreja sofredora que ainda assim sobrevive. Todavia, visto que o fogo é um sinal da presença de Deus, aquele que é um fogo consumidor (Hb 12.29), esse milagre parece apontar para um milagre maior: o Deus gracioso está com o seu povo da aliança e assim ele não é consumido. O atual símbolo da Igreja Reformada da França é a sarça ardente com a cruz huguenote. A sarça ardente também é o símbolo da IP da Escócia (desde os anos 1690, com o lema "Nec tamen consumebatur" - E não se consumia), da IP da Irlanda

21 = Oração Pelo Ministério - Romanos 15.30-33 (2)

Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO Grupo de Estudo do Centro – Fevereiro a Junho/2013 Liderança: Pr. Hélio O. Silva , Sem. Adair B. Machado e Presb. Abimael A. Lima. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 21 = Oração Pelo Ministério – Romanos 15.14-33 (2) .          26/06/2013. Um Chamado à Reforma Espiritual – D. A. Carson, ECC, p. 216 a 229. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 30 Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor,   31 para que eu me veja livre dos rebeldes que vivem na Judéia, e que este meu serviço em Jerusalém seja bem aceito pelos santos;   32 a fim de que, ao visitar-vos, pela vontade de Deus, chegue à vossa presença com alegria e possa recrear-me convosco.   33 E o Deus da paz seja com todos vós.