Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Classe de Doutrina II – Quem É O Homem Para Que Dele Te Lembres?
Professores: Pr. Hélio O. Silva e Presb. Baltazar M. Morais Jr.
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Aula 09 = Ser Homem e Ser Mulher 17/04/2011.
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A criação o homem por Deus se deu em apenas dois gêneros: masculino e feminino: “Deus criou homem e mulher” (Gn 1.27, Gn 5.1,2). Esse aspecto da imagem de Deus na humanidade quer dizer que homem e mulher coexistem em unidade interpessoal, igualdade de pessoalidade e importância e consciência das diferenças de seu papel e autoridade na presença de Deus e um do outro.
A. Relacionamentos Pessoais.
Os seres humanos não foram criados como pessoas isoladas, mas para viver em sociedade. Essa unidade interpessoal atinge seu clímax no casamento e na família onde homem e mulher se tornam uma só carne (Gn 2.24). Deus pretendeu uma unidade integrada nos aspectos físicos, emocionais e espirituais de tal modo que pudessem experimentar uma unidade profunda e prazerosa.
A criação de duas pessoas distintas na Bíblia ocorre logo a seguir da indicação da pluralidade na divindade (“Façamos... homem e mulher” – Gn 1.26,27). Assim como havia amor, comunhão e compartilhamento de glória no ser de Deus antes da queda do homem, assim Deus fez Adão e Eva de modo a experimentarem um no outro (e nos filhos) o mesmo tipo de mutualidade que há na Trindade.
B.Igualdade em Termos de Pessoalidade e Importância.
Assim como na Trindade cada pessoa é igual à outra em importância, o mesmo se aplica ao homem e à mulher. Ambos foram criados à imagem de Deus. Tanto um como o outro reflete o ser divino na forma como foram constituídos na essência do seu ser. Isso quer dizer que são iguais perante Deus quanto ao seu valor, não sendo nem superior e nem inferior um ao outro. Devem honrar um ao outro para a glória de Deus.
Paulo afirmou em I Coríntios 11.11,12: “No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher. Porque como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher”. Homem e mulher são iguais, interdependentes e dignos de respeito e honra. São também complementares um ao outro a fim de cooperarem no propósito de Deus para toda a criação (Gn 2.18-23).
Quando Deus promete o derramamento do Espírito na Nova Aliança, promete fazê-lo sobre filhos e filhas, servos e servas (Jl 2.28-32; At 2.17,18), de modo que no corpo de Cristo (a igreja) não pode haver “nem homem nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.27,28).
C. Diferenças de Papéis e Autoridade
Enquanto pessoas, homem e mulher são iguais perante Deus, no entanto, quanto a seus papeis são diferentes. Na Trindade também é assim; Pai, Filho e Espírito Santo são iguais na sua essência e poder, mas agem diferentemente em suas funções. Na criação, o Pai fala e inicia, mas a criação é executada pelo Filho e sustentada pela presença contínua do Espírito Santo (Gn 1.1,2; Jo 1.1-3; I Co 8.6; Hb 1.2). O mesmo pode ser dito sobre a redenção (Lc 22.42; Fp 2.6-8).
Para ressaltar esse fato, Deus criou o homem e a mulher até mesmo física e visualmente diferentes. As diferenças externas são uma forma de Deus ressaltar as diferenças de papéis. Essas diferenças de papéis têm a ver com o princípio de autoridade bíblica: Deus é o cabeça de Cristo; Cristo é o cabeça do homem; o homem é o cabeça da mulher (I Co 11.3).
Indicações das diferenças de papéis antes da queda:
1. Adão foi criado primeiro, depois Eva (Gn 2.7,18-23). Isso significa que Deus o criou para ser o líder.
2. Eva foi criada como auxiliadora de Adão (Gn 2.18). O homem foi a causa da criação da mulher; ela foi criada para ele como auxiliadora idônea.
3. Adão deu nome a Eva (Gn 2.19,20). No Antigo Testamento, o direito de dar nome a alguém implicava em ter autoridade sobre ela.
4. Deus chamou “homem” a raça humana, e não “mulher” (Gn 5.2). A raça foi nomeada pelo nome de seu cabeça.
5. A serpente se aproximou e enganou Eva primeiro (Gn 3.1). Incitar Eva a comer o fruto primeiro sugere que satanás tentou por esse expediente instituir um papel inverso no modo de liderança criado por Deus (Gruden, p.380).
6. Deus falou primeiro a Adão depois da queda (Gn 3.9). Ele chama o líder primeiro, ainda que tenha cometido o pecado depois.
7. Adão era o representante da raça humana perante Deus, não Eva. Ainda que Eva tenha pecado primeiro (Gn 3.6) todos nós somos chamados de pecadores pelo pecado de Adão (Rm 5.12-21 – especialmente o v.15; I Co 15.22,49).
8. A maldição divina contra o pecado inseriu distorções nos papéis do homem e da mulher, mas não introduziu novos papéis (Gn 3.18,19). Ao castigar o homem e a mulher Deus não fez qualquer alteração nos papéis dados a cada na criação, mas permitiu a dor e a distorção na sua realização (trataremos dessas distorções quando tratarmos especificamente da queda).
9. A redenção de Cristo reafirma a ordem da criação (Cl 3.18,19; Ef 5.22-33; Tt 2.5; I Pe 3.1-7)..
Aplicações:
1. A relação entre homem e mulher é de cooperação e não de competição.
2. A igualdade entre os sexos é para cooperação e não para competição.
3. As diferenças entre os sexos visam à cooperação e não à competição.
Conclusão:
O que é ser homem e ser mulher em sociedade? Um slogan francês já dizia: “_Viva a diferença!” Homem e mulher desempenham seus papéis no casamento, procriação, vida familiar e em muitas outras atividades mais amplas da vida. A percepção das insondáveis diferenças entre ambos devem ser destacadas como uma escola de aprendizado para a prática e satisfação da apreciação, abertura, honra, serviço e fidelidade entre ambos.
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Bibliografia: Wayne Gruden, Teologia Sistemática, Vida Nova, p.373-387. / James I. Packer, Teologia Concisa, ECC, p.71,72. / Charles Sherlock, A Doutrina da Humanidade, ECC, p. 181-211.