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Aula 08 = A Imagem de Deus no Homem (II).


Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Classe de Doutrina II – Quem É O Homem Para Que Dele Te Lembres?
Professores: Pr. Hélio O. Silva e Presb. Baltazar M. Morais Jr.
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Aula 08 = A Imagem de Deus no Homem (II) 10/04/2011.
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Aspectos Específicos da Semelhança do Homem a Deus.

Na aula anterior foi dito que o homem criado á imagem de Deus está ligado a Deus e o representa. Isso pode ser deduzido de vários aspectos:

1. Aspectos Morais.
a) O homem é uma criatura moralmente responsável pelos seus atos perante Deus.
b) Tem um senso íntimo de certo e errado que o separa dos animais.
c) Santidade e justiça de conduta antes da queda no pecado. Sempre que o homem peca revela-se dessemelhante a Deus.

2. Aspectos Espirituais.
a) O homem é corpo e alma, portanto é um ser também espiritual.
b) Uma vida espiritual que possibilita o relacionamento pessoal com Deus por meio da oração, louvor, cânticos, ouvir a pregação da palavra.
c) Imortalidade. O homem não cessará de existir, mas viverá eternamente na presença de Deus ou existirá eternamente banido da presença de Deus (morte).

3. Aspectos Mentais.
a) A capacidade de raciocinar e pensar logicamente a fim de conhecer e/ou crescer no conhecimento. O homem é capaz de desenvolver o seu conhecimento. Os castores constroem diques do mesmo tipo a vida toda; o homem melhora e varia suas construções a cada geração; tanto em termos de criatividade como em complexidade.
b) O uso da linguagem complexa e abstrata. Por meio da escrita o homem armazena o seu conhecimento e comunica-se com outros.
c) O homem tem uma noção de tempo e espaço diferenciada do restante dos animais. Pensa no futuro e planeja sua vida a curto, médio e longo prazo. Existe no homem um senso íntimo de sobrevivência à morte física que o faz pensar na eternidade (Ec 3.11).
d) O homem é criativo. Escreve poemas e compõe músicas; constrói com engenhosidade e desenvolve-se tecnologicamente. Essa criatividade já é vista desde as crianças quando criam brincadeiras novas; na destreza de quem prepara uma refeição apetitosa; na decoração de um lar ou no cultivo de um jardim. Essa criatividade é vista também na capacidade de concertar algo que não funciona mais.
e) Nas emoções. Ainda que os animais também revelem certo grau de emoção; nunca será no mesmo grau de complexidade do homem.

4. Aspectos Relacionais.
a) A noção de comunidade. É claro que muitas espécies animais exibem certo grau de complexidade quanto à vida em comunidade, todavia nunca chegará ao relacionamento interpessoal que é experimentada pela humanidade (família, casamento, igreja). Essa relação interpessoal humana é maior que a angelical, que não se casam e nem se dão em casamento como o homem criado à imagem de Deus pode viver como remido de Deus.
b) No casamento o homem espelha a imagem de Deus na forma em que homens e mulheres, sendo iguais em importância, vivenciam papéis diferentes segundo o propósito da criação.
c) A relação com o restante da criação. Deus deu ao homem o dever de reger a criação com a autoridade inclusive, de na ressurreição, julgar os anjos (I Co 6.3; Gn 1.26,28; Sl 8.6-8).

5. Aspectos Físicos.
"Deus é Espírito” (Jo 4.24) e não pode ser representado em hipótese alguma como tendo um corpo físico (Ex 20.4; Sl 115.3-8; Rm 1.23). O corpo físico representa a imagem de Deus no homem como o meio pelo qual todos os aspectos mencionados acima possam se expressar externamente ao homem. O ponto é que o homem como um todo foi criado à imagem e semelhança de Deus e não somente o seu aspecto imaterial. Deus criou o corpo humano como instrumento adequado para representar a natureza humana, criada conforme a própria semelhança divina. Quase tudo que o homem faz, o faz por meio de seu corpo. A capacidade de gerar filhos é um reflexo da capacidade de Deus de criar seres humanos semelhantes a ele (Gn 5.3).

Aplicações e Conclusão:

1. A grande dignidade do homem como portador da imagem de Deus nele.
Essa dignidade é compartilhada por toda a humanidade e não por algumas raças enquanto que por outras não. É compartilhada por todos os seres humanos e não pela tirania dos mais aptos sobre os menos aptos (doentes mentais, doentes crônicos, idosos, crianças, fetos etc). Mesmo após a queda o homem permanece portador da imagem divina em si mesmo, desfigurada, mas presente.

2. Na queda a imagem de Deus no homem é distorcida, mas não se perde.
A primeira declaração de que o homem não perdeu completamente a imagem de Deus em si está na instrução sobre a pena de morte em Gênesis 9.6. A causa fundamental da pena de morte para o assassino é a imagem de Deus no homem, que não pode ser ultrajada. O mesmo é confirmado no Novo Testamento em Tiago 3.9.

3. A redenção em Cristo propicia a recuperação gradual da imagem de Deus.
Quando alguém recebe a Cristo, ele recebe uma nova natureza que se refaz para o pleno conhecimento de Deus segundo a sua imagem (Cl 3.10), sendo transformado de glória em glória pelo padrão da imagem de Cristo (II Co 3.18, Rm 8.29).

4. Na volta de Cristo a imagem de Deus no homem será plenamente restaurada.
A plena medida da criação do homem à sua imagem não é visto nem em Adão e nem na experiência cristã presente, mas na pessoa de Jesus Cristo (II Co 4.4; Cl 1.15) pois deveremos ser conformes à sua imagem (Rm 8.29; I Co 15.49; I Jo 3.2).

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Bibliografia: Wayne Gruden, Teologia Sistemática, Hagnos, p.364-372. / Louis Berkhof, Teologia Sistemática, ECC, p. 195-204.

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