Pular para o conteúdo principal

Por Que Não Declinar?




Por Que Não Declinar?

Rev. Helio O. Silva = 04/06/2019





No sistema de governo presbiteriano, Presbíteros e Diáconos são eleitos por meio  de uma Assembleia Extraordinária convocada para esse fim. Abaixo transcrevo a base constitucional que trata dos deveres dos membros de uma igreja Presbiteriana local, ressaltando a alínea “e” que trata das Assembleias:[1]



Art. 14 - São deveres dos membros da Igreja, conforme o ensino e o espírito de Nosso Senhor Jesus Cristo:

a) viver de acordo com a doutrina e prática da Escritura Sagrada;

b) honrar e propagar o Evangelho pela vida e pela palavra;

c) sustentar a Igreja e as suas instituições, moral e financeiramente;

d) obedecer às autoridades da Igreja, enquanto estas permanecerem fiéis às Sagradas Escrituras;

e) participar dos trabalhos e reuniões da sua igreja, inclusive assembleias.



          Notamos em nossas igrejas a frequência com que muitos têm declinado de suas responsabilidades institucionais. Irmãos e irmãs, membros em plena comunhão, têm declinado de seu direito e dever de participar das assembleias para votar e decidir os caminhos da Igreja. Da mesma forma, irmãos, membros em plena comunhão, e capacitados com dons e talentos pelo Espírito Santo, têm declinado de uma indicação para concorrer ao Presbiterato ou ao Diaconato da Igreja.


          Os motivos para declinar são vários, justos ou injustos; e vão desde uma desculpa para não se comprometer até questões relacionadas à saúde, ocupações, competências, status e gostos pessoais. Todavia, somente Deus pode avaliar a verdade dos fatos. A nós nos cabe viver o Evangelho com integridade e consagração.


          Lendo as Escrituras aprendemos que a vocação tem três elementos fundamentais: O chamado divino interno, o desejo pessoal voluntário e o reconhecimento da Igreja.


          O chamado divino pode ser visto nas palavras de Paulo em 1 Timóteo 1.12 quando Paulo afirma que Deus o fortaleceu, considerou fiel e o designou para o ministério. Vemos o desejo pessoal na declaração de 1 Timóteo 3.1 apontado o episcopado como uma excelente obra à qual podemos aspirar, desejar. O reconhecimento da igreja é visto em 1 Timóteo 4.14, quando Paulo exorta Timóteo a não negligenciar o seu dom, visto que o recebera “mediante profecia, com a imposição das mãos do presbitério”.


Lendo as Escrituras, aprendemos rapidamente, que quando Deus vocaciona, nós não dizemos não. Ele é soberano sobre nossas vidas e nos governa. Para Deus não dizemos não. Aqueles que quiseram dizer não ao chamado divino, acabaram sendo convencidos pelo próprio Deus da importância e necessidade de atendê-lo, obedecê-lo e segui-lo. Moisés, Gideão e Jeremias são apenas alguns exemplos convincentes. Aquele frio e nó no estômago quando tratamos do assunto é um sinal de que não podemos ignorar a matéria.


Reconhecemos, entretanto, e reafirmamos que “nenhum oficial pode ... ser constrangido a aceitar cargo ou ofício contra a sua vontade”,[2] pois o chamado inclui a liberdade para se comprometer. Deus deseja que seus obreiros trabalhem espontaneamente e nunca por constrangimento (1 Pedro 5.2).


Todavia, você poderia perguntar; _ como saber com certeza de que Ele me vocacionou? A resposta bíblica para essa pergunta é: _ deixe a assembleia decidir no voto. O voto da assembleia, segundo cremos, é uma forma de Deus mostrar sua vocação, sendo o terceiro elemento da vocação. 


Se você está consciente e firme no seu propósito e chamado de Deus quanto a onde e como servi-lo, fique em paz. Se você tem dúvidas quanto à indicação para servir num ofício, não decline, deixe Deus te mostrar isso no voto da Assembleia.


Servir a Deus é sempre uma honra; servi-lo no ofício é uma honra, um privilégio e uma benção!

Com amor, Rev. Helio.



[1] CI/IPB Art. 14. Manual Presbiteriano - com notas remissivas, ECC, p. 14.
[2] CI/IPB Art. 29. Manual Presbiteriano - com notas remissivas, ECC, p. 21.

Postagens mais visitadas deste blog

A Armadura de Deus (1ª parte) - Efésios 6.14-17

Pastoral: A Armadura de Deus (Efésios 6.14-17) Por que muitos crentes ignoram os ensinamentos bíblicos quanto à armadura de Deus? Porque muitos crentes conhecem pouco da Palavra de Deus, outros tantos duvidam da visível atuação de Deus, muitos a ignoram, outros porque julgam ser um exagero de Paulo na sua linguagem, outros acham que essa época já passou, alguns por pura negligência mesmo, e outros mais, por causa de já terem sofrido tantas derrotas que já estão praticamente inutilizados em sua espiritualidade pelo inimigo.   Por outro lado, há daqueles que estão lutando desesperadamente, mas com as armas que não são bíblicas.      A exortação de Paulo é para que deixemos de ser passivos e tomemos posse das armas espirituais que em Cristo Deus coloca à nossa disposição. É a armadura de Deus que nos permitirá resistir no dia mal, conduzir-nos à vitória e garantir a nossa permanência inabalável na fé.           Paulo não está falando de armas físicas que dev

O Uso da Sarça Como Símbolo da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB)

O Uso da Sarça Como Símbolo da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) O artigo da Wikipedia sobre a sarça ardente ("Burning bush") informa que ela se tornou um símbolo popular entre as igrejas reformadas desde que foi pela primeira vez adotada pelo huguenotes em 1583, em seu 12º sínodo nacional, na França. O lema então adotado, "Flagor non consumor" ("Sou queimado, mas não consumido") sugere que o símbolo foi entendido como uma referência à igreja sofredora que ainda assim sobrevive. Todavia, visto que o fogo é um sinal da presença de Deus, aquele que é um fogo consumidor (Hb 12.29), esse milagre parece apontar para um milagre maior: o Deus gracioso está com o seu povo da aliança e assim ele não é consumido. O atual símbolo da Igreja Reformada da França é a sarça ardente com a cruz huguenote. A sarça ardente também é o símbolo da IP da Escócia (desde os anos 1690, com o lema "Nec tamen consumebatur" - E não se consumia), da IP da Irlanda

21 = Oração Pelo Ministério - Romanos 15.30-33 (2)

Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO Grupo de Estudo do Centro – Fevereiro a Junho/2013 Liderança: Pr. Hélio O. Silva , Sem. Adair B. Machado e Presb. Abimael A. Lima. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 21 = Oração Pelo Ministério – Romanos 15.14-33 (2) .          26/06/2013. Um Chamado à Reforma Espiritual – D. A. Carson, ECC, p. 216 a 229. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 30 Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor,   31 para que eu me veja livre dos rebeldes que vivem na Judéia, e que este meu serviço em Jerusalém seja bem aceito pelos santos;   32 a fim de que, ao visitar-vos, pela vontade de Deus, chegue à vossa presença com alegria e possa recrear-me convosco.   33 E o Deus da paz seja com todos vós.