Igreja Presbiteriana Jardim Goiás
Estudos de Quarta-Feira – 1º Semestre/2019
O DEUS QUE NOS GUIA E GUARDA - James I. Packer - Ed. Vida Nova
Estudos de Quarta-Feira – 1º Semestre/2019
O DEUS QUE NOS GUIA E GUARDA - James I. Packer - Ed. Vida Nova
Rev. Hélio O. Silva - 03/04/2019
ESTUDO 09 = Guiados
Pela Palavra de Deus (p. 117 a 138)
Introdução
A tua Palavra é lâmpada para meus pés e
luz para meu caminho (Sl 119.105).
A nossa vida adulta é composta de três
coisas: Descoberta, definição de uma direção e tomada de decisões. Descobrir qual nosso lugar no mundo
criado por Deus e como respondemos positiva ou negativamente a ele e como nos
relacionamos com os outros; Definir
nossos objetivos na vida e como agindo intencionalmente os alcançaremos e decidir e firmar nossos compromissos a
respeito de tudo isso.
Como pessoas humanas precisamos estar conscientes
de que a vida é marcada pelo aspecto relacional, por deliberações e
responsabilidades.
A visão bíblica da humanidade toma por
certo a realidade do pecado na experiência humana contínua e as ações da graça
do Deus-redentor que governa e sustenta todas as coisas. Como cristãos, cremos
que a essência da vida é conhecer a Deus (Jo 17.3), percebendo sua presença e
ações no mundo criado; nosso objetivo definido é viver para a sua glória
apreciando-o em adoração e obediência; todas as nossas decisões baseiam-se no
compromisso de em tudo o que fizermos ou tentarmos fazer, sermos guiados por
sua vontade revelada.
O que significa sermos guiados pela
vontade revelada de Deus? Dirigir-se pelos comandos de Deus, pelo Livro de
Deus, pela Lei de Deus e pela mente de Deus. Trataremos dos três primeiros
nesse estudo.
1º) Guiados pelos
comandos de Deus
Deus se comunica conosco, revelando
sua vontade, promessas e mandamentos. Ele o faz utilizando a linguagem. O deus
da Bíblia é o Deus que fala conosco de modo indicativo (o que precisamos saber)
e de modo imperativo (o que precisamos obedecer). Isso significa:
a) O Deus criados
fez promessas, as cumpriu e continuará a cumpri-las. As promessas de
Deus moldam nosso relacionamento com ele, logo, aqueles que Deus colocou sob
suas asas também estão sob seu comando.
b) Jesus de Nazaré
é o Deus-encarnado, que veio para proclamar a vontade de Deus e salvar
pecadores.
O modo como cada ouvinte responde à sua Palavra determinará o destino de cada
um (Mt 7.24-27).
c) Por meio de
Cristo, Deus entrou em uma aliança com seus adoradores. Isso identifica
a Igreja como o povo de Deus que deve viver de acordo com os seus mandamentos
estabelecendo a conformidade com a aliança o instrumento de medição da relação
de Deus com o seu povo.
2º) Guiados pelo
Livro de Deus
O livro de Deus é a Bíblia, um
documento histórico que registra a revelação redentiva de Deus e as narrativas
de seu relacionamento pactual com o seu povo. As figuras de Adão, Noé, Abraão,
Moisés, Davi e Jesus Cristo são a espinha dorsal da aliança.
Chamar a Bíblia de Palavra de Deus implica
três constatações: (1) Tudo o que a Bíblia ensina é verdade vinda de Deus (autoridade);
(2) Deus orientou todo o processo de composição das Escrituras Sagradas
(inspiração); (3) Quando o Espírito Santo abre os olhos espiritualmente cegos
do coração humano, as pessoas percebem a fonte divina da Bíblia, na mesma
medida auto evidente em que percebem a divindade de Jesus de Nazaré.
Por isso, os leitores da Bíblia sentem
reiteradamente que Deus está falando com eles de forma significativa desde o
início de sua caminhada na fé (2 Tm 3.16). Isso não permite uma leitura
aleatória da Bíblia como se fosse algo mágico, para se buscar conhecer a
vontade de Deus; ainda que possa parecer piedoso, é uma prática supersticiosa e
errônea.
A leitura sistemática e completa da Bíblia
nos coloca em contato com as narrativas e os imperativos divinos que devemos
conhecer e obedecer.
Leia constantemente. Leia diariamente.
Leia completamente. Leia para conhecer a Deus, amá-lo e obedecê-lo.
3º) Guiados pela
Lei de Deus
A lei de Deus é toda prescrição para a
vida cristã dada pelo livro de Deus. A Lei de Deus é a interpretação aplicada
da Bíblia em sua totalidade (p.129). Ela é toda a prescrição para viver em
aliança com Deus (p.133).
O sentido da palavra hebraica “torah” (Lei) não significa
essencialmente uma lei pública, mas principalmente uma instrução doméstica
marcada pela admoestação, revestida de autoridade, porém afetuosa, que um pai
temente a deus dá a seus filhos e aos que convivem no contexto familiar onde é
o cabeça. A palavra grega “nomos”
teve o seu sentido ampliado ao ser escolhida para traduzir a palavra hebraica “torah”. Sem perder o caráter
autoritativo, a torah embutiu o
caráter relacional no contexto do mandamento e da obediência. Isso quer dizer a
obediência inclui esperança, louvor e oração tornando a obediência em uma
filosofia de vida uma declaração cabal de como o crente em Deus deve viver
nesse mundo.
O decálogo, que é o coração da Lei, aponta
para uma relação dupla na caminhada da fé. Uma relação de amor com Deus e amor
com o próximo (Mt 22.37). Depender, na linguagem de Jesus é “estar ligado, dependurado”. Obediência
que não está dependurada nisso não é obediência a Deus.
Nosso próximo é quem está conosco,
independente se o conhecemos ou gostamos dele.
Viver pela Lei de Deus não é decorar
preceitos, mas a obediência dentro de um relacionamento de fidelidade e amor;
para com Deus e para com o próximo debaixo de Deus. O legalismo é o pecado que
assedia as pessoas religiosas que não conhecem a graça de Deus, tornando-se um
beco sem saída espiritual. A Lei da liberdade (Tg 1.25; 2.12) é a lei que nos
liberta da condenação do pecado permitindo-nos gozar da dignidade, felicidade e
satisfação para o que fomos libertados e nunca uma permissão para viver a vida
como acharmos melhor (e assim renovar a prática do pecado). Cristo nos libertou
do pecado para vivermos como filhos de Deus (Jo 8.31,32, 34-36).
Estar debaixo da graça e não da Lei,
significa que não podemos confiar na Lei como um sistema de salvação e de
manutenção de status de independência
diante de Deus, mas estarmos inteiramente debaixo e dependentes dos propósitos
de Deus para nós (Rm 6.14). É esse o sentido de estar debaixo da Lei de Cristo
em 1 Coríntios 9.21).
A lei de Cristo é uma realidade
trans-histórica, transcultural e transdenominacional. Está além e acima de
nacionalidade e das gerações. Isso define que os fundamentos morais e
espirituais da verdadeira religião nunca mudam. Viver pela Lei de Deus sempre
será seguir a direção divina no cotidiano de nossas vidas.
Conclusão
Nossa relação com as Escrituras
precisa ser colocada no coração de nossa relação com Deus. Não como uma
bibliolatria, mas como o instrumento apropriado, determinado pelo próprio para
nos conduzir até o conhecimento dele e continuar nos conduzindo pelo caminho
por Ele e com Ele.
Motivos de oração
1.
Ore
para na leitura diária da Bíblia, Deus fale consigo.
2.
Ore
para que desvende seus olhos para conhecer as maravilhas da Lei de Deus.
3.
Ore
para que a tentação do legalismo não azede sua relação pessoal com Deus.