Igreja Presbiteriana Jardim Goiás
Estudos de Quarta-Feira – 1º Semestre/2019
O DEUS QUE NOS GUIA E GUARDA - James I. Packer - Ed. Vida Nova
Estudos de Quarta-Feira – 1º Semestre/2019
O DEUS QUE NOS GUIA E GUARDA - James I. Packer - Ed. Vida Nova
Rev. Hélio O. Silva - 20/03/2019
ESTUDO 07 = Quatro
Princípios Bíblicos Chave Para Aprendermos Andar na Verdade - parte 1 (p. 86 a
100)
Introdução
Precisamos desenvolver como hábitos quatro
princípios bíblicos chave para aprendermos a temer a Deus para andarmos na
verdade (Sl 86.11). São eles: Saúde, hábitos, coração e santidade.
Nesse estudo trataremos dos dois
primeiros.
1º) Saúde
Princípio
nº 1: A saúde da alma é fruto da santidade do coração (Sl 86.11).
Nós nos esforçamos para aprender o seu
caminho para que possamos andar na
sua verdade. A motivação do coração está no topo da escala de valores de Deus.
No Salmo 86.11, “preparar o coração”
é traduzido em outra versão por “una o
meu coração ao temor do teu nome”. O coração é o centro (a casa de energia) dos
nossos desejos, propósitos, planos e atitudes. Santidade não é uma questão
externa, mas interna (Mc 7.1-15; Mt 23.23-28).
Unir o coração ao temor a Deus é tomar
consciência de que o coração humano caído precisa de integração, a formação de
uma unidade interna que, ainda que tenhamos recebido um novo coração no novo
nascimento, ainda não possuímos.
Crer em Cristo destronou nossos
desejos e compromissos antigos, mas não os destruiu. Nosso novo desejo, após a
justificação dos pecados passou a centralizar-se em Cristo e na sua vontade -
isso é santificação. Mas os nossos desejos bons recebem oposição de nossos
desejos antigos centrados em nós mesmos.
O Salmo 86.11 indica que a cura para esse
conflito é pedir a Deus que faça avançar o processo de nova integração, de modo
que todas as nossas energias se unam no propósito de temer a Deus a fim de
respondermos com reverência e obediência à sua Palavra.
“Apreciar
o amor de Deus, conforme se busca resistir aos impulsos do pecado que habita em
nós, é a maneira de manter e aumentar nossa saúde espiritual” (p.89).
Isso tem a ver com “andar no Espírito” (Gl
5.16-17). É preciso ficar bastante claro, que nosso progresso espiritual se dá
a caminho sempre sofrendo oposição internamente da carne (nossa natureza humana
pecaminosa). Internamente, temos sempre um componente de luta contra a apatia e
as distrações.
Os desejos da carne são opostos ao fruto
do Espírito (Gl 5.19-23). Pecados “mais intensos” são mesclados com pecados
“mais leves” em luta contra atitudes “mais robustas” e “mais comuns” de
consagração espiritual. Ou melhor, pecados intocáveis e pecados reconhecidos
fazem oposição aos novos hábitos morais (já assimilados ou ainda não)
implantados pela presença do Espírito conhecidos como fruto do Espírito. Por
isso devemos sempre examinar o coração e fazer um checkup de nossa alma: até
que ponto meu coração e minha vida transbordam o fruto do Espírito? Como a
pessoa que mais me conhece responderia a essa pergunta?
Caminhar é uma atividade que implica firme
propósito, pois você continua, um passo após o outro, até chegar ao destino. A
vida cristã também é assim.
2º) Hábitos
Princípio
nº 2: A santidade é fruto dos hábitos do coração.
“Semeie
uma ação, colha um hábito. Semeie hábitos, colha caráter. Semeie caráter, colha
destino”.
Esse provérbio demonstra que seus hábitos se tornam com o passar do tempo
aquilo que você é. Fica evidente que certos hábitos são inerentes e instintivos
de um coração regenerado. Por exemplo: Quem é cristão deseja agradar a Deus,
expressar-lhe gratidão e amor.
Uma vez que na justificação, Deus nos
adotou como seus filhos por meio de Cristo (Gl 4.4-7) aproximar-se de Deus e
desejar imitá-lo passa a ser algo natural para nós. A santidade é fruto desse
“instinto filial” que se expressa na formação de novos hábitos do coração e de
vida que agradem a Deus, e que reproduza em nós o mesmo padrão moral do Pai e
do Filho nos nossos corações.
Em Gálatas 5.22-23, esses hábitos são
chamados de fruto do Espírito, que são nove facetas da imagem de Cristo como os
atributos comunicáveis de Deus que Ele compartilha conosco. Aqui temos um fruto
só, que se apresenta com nove facetas interligadas.
Observe que (1) cada faceta é um modo constante de se comportar e que cada um
desses padrões de comportamento envolve a disposição de nadar contra a corrente
de impulsos impensados e pecaminosos produzidos por nosso próprio coração (as
obras da carne - v. 19-21). (2) Cada
faceta expressa convicções moldadas pelo conhecimento do amor e da vontade de
Deus para nós. Não podem ser nem dons naturais nem sobrenaturais, mas o
resultado do aprendizado do evangelho e da obediência a ele, quando
conscientemente confiamos na sua condução para nossas vidas.
Amor - O hábito de
buscar o melhor para o outro e fazê-lo importante para nós, quer reconheça ou
não.
Alegria - O hábito
disciplinado de refletir sobre as coisas que Deus fez por nós em sua bondade e
contentar-se nelas.
Paz - a paz objetiva
dada a nós pela cruz e a paz subjetiva de nunca nos esquecermos da cruz. Essa
meditação não produz morbidez, mas produz paz verdadeira, porque vem de Deus.
Paciência - Um hábito que
brota da paz interior, que confia que Deus está agindo, mesmo nos
acontecimentos mais frustrantes da vida. Ela está enraizada na esperança (Rm
8.25). vence contratempos de curto prazo porque vê os benefícios de longo
prazo, trazendo paz e serenidade em lugar de desespero e desesperança para o
presente.
Benignidade - Um hábito que
suaviza a atmosfera como fruto de receber e depois imitar a bondade de Deus
para com os outros doando instintivamente (Ef 4.32).
Bondade
-
A bondade é a benignidade encharcada de sabedoria pois avalia a situação para
agir com maior alcance.[1]
Fidelidade
-
É a capacidade de não desistir, exercendo confiabilidade constante para com os
outros, mesmo quando não agem à altura conosco. Veja o exemplo do casamento de
Oséias com uma prostituta que não lhe era fiel, mas ele não a abandonou e
procurou cuidar dela até o fim.
Mansidão - Não é o oposto
de força, mas é força sob controle, direcionada para amar e servir. O pastor
manso “guia mansamente os que amamentam” (Is 40.11). Ser manso é confiar todos
os nossos direitos nas mãos de Deus.
Domínio
próprio
- Uma forte compreensão de si mesmo e de sua identidade pessoal. Quem é assim e
abraça a abnegação e o serviço ao próximo pode se tornar, nas mãos de Deus, uma
força poderosa para o bem.
Esses hábitos ganham contornos
excepcionais no trato com pessoas e situações difíceis e complicadas, porque
colocam em perspectiva pública a direção de Deus na vida de quem os praticam,
porque se mostram incomuns no comportamento de quem não conhece e não tem
compromisso com Deus e sua Palavra.
Conclusão parcial
“Nós amamos porque ele nos amou primeiro”
(1 Jo 4.19). Essa lista de hábitos compõe o tipo de santidade que constrói a
verdadeira saúde espiritual de um cristão.
Motivos de oração
1.
Peça
para Deus implantar a verdade no seu íntimo (Sl 51.10).
2.
Peça
para Deus te dar disposição para iniciar a caminhada
3.
Peça
para Deus fortalecer sua disposição em resistir às obras da carne pelo
crescimento e amadurecimento do fruto do Espírito na sua vida interior e
comportamento público.
[1] Outros
autores afirmam o oposto: A bondade é a capacidade de repartir o que temos e a
benignidade a capacidade de criar o bem onde ele não está presente, criando as
condições para a prática da bondade.