Igreja Presbiteriana Jardim Goiás
Estudos de Quarta-Feira – 1º Semestre/2019
O DEUS QUE NOS GUIA E GUARDA - James I. Packer - Ed. Vida Nova
Estudos de Quarta-Feira – 1º Semestre/2019
O DEUS QUE NOS GUIA E GUARDA - James I. Packer - Ed. Vida Nova
Rev. Hélio O. Silva - 17/04/2019
ESTUDO 11 = O
Caminho da Sabedoria (p. 157 a 182)
Comece por aqui
Quem tem jogos de tabuleiro em casa já
se acostumou a procurar no tabuleiro a expressão: “Start”, “início” ou “comece por aqui.
Quando falamos sobre ser guiados por
Deus o primeiro passo necessário para descobrir e seguir a vontade de Deus nas
situações específicas é sempre estabelecer a obediência a Deus como ponto de
partida e fundamento de nosso relacionamento com Deus para o resto de nossas
vidas. Deus nunca nos guiará por/num caminho
expressamente proibido por Ele em
sua Palavra, simplesmente porque não é da sua vontade andarmos por ali! Não há
sabedoria em tentar andar com Deus num caminho onde Deus não estará.
1º) A centralidade
da sabedoria
As Escrituras nos orientam a “caminhar
com sabedoria”, ou seja, comportar-se e viver com sabedoria. A metáfora do
caminhar implica em entender que a sabedoria deve permear e conduzir cada
passo, cada decisão a ser tomada. “Andar nele” (Cl 2.6,7) é o correspondente
neotestamentário para caminhar com sabedoria no Antigo Testamento.
Paulo elabora detalhadamente o
significado de andar em sabedoria em Efésios 4 e 5. A palavra que usa para
expressar esse conceito é “andar”. Veja: “andeis de modo digno da vocação”
(4.1); “seguindo a verdade em amor...” (4.15); “não andeis como andam os
gentios...” (4.17); “e andai em amor” (5.2); “andai como filhos da luz” (5.8);
“vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios” (5.15); o
verso 17 conclui a seção: “por essa
razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor”. Rejeitar a
sabedoria que vem de Deus é receber o que mais se deseja, uma vida sem Deus.
A sabedoria nos conduz a “remir o
tempo” (Ef 5.16). A palavra “tempo” aqui significa “cada oportunidade”. Para
nós cristãos o tempo não significa apenas a sucessão das horas, mas,
oportunidades, onde as horas estão repletas de momentos que serão usados para o
avanço do reino e da glória de Deus na terra. Aproveitar esses momentos só será
possível se aplicarmos a sabedoria que aprendemos de Deus. Para nós esse é o
significado de fazer bom uso de nosso tempo.
Compreender a vontade de Deus (Ef 5.16)
está ligado a Experimentar a vontade de Deus (Rm 12.2), onde “experimentar” é
tradução de “provar por meio de testes” (dokimazô).
Logo, a “vontade de Deus” pretendida por Paulo não é a vontade geral ou a
vontade para a vida toda. Paulo fala da vontade de Deus para cada situação
específica em que nos encontrarmos. Paulo está falando de qual o melhor uso
pode ser feito dessa oportunidade (tempo) para agradar a Deus e glorificar o
seu nome. Como podemos usar com sabedoria essa situação para servir e agradar a
Deus em nosso viver?
Por isso, nosso conceito de sabedoria deve
levar em conta a origem sobrenatural da sabedoria divina nas nossas vidas.
Quando Cristo falou sobre o novo nascimento com Nicodemus (João 3) afirmou que
o Espírito Santo (e o que dele é nascido - Jo 3.7,8) é como o vento. Pode ser
sentido, percebe-se a sua força, mas não se pode controlá-lo. O sentido para
nós não é que podemos fazer o que quisermos, mas de que a força que nos move é
incontrolável e imprevisível (não domesticável) no sentido humano.
Para quem não está dentro da dinâmica
da vida no Espírito, mas observa do lado de fora, a maneira como os cristãos
vivem e se comportam é desconcertante. Eles não entendem de onde o cristão vem,
para onde vai e o que ele busca, porque não conhecem a Deus como o cristão
conhece.
2º) A natureza da
sabedoria
O dom divino da sabedoria é para
todos. Sabedoria não depende de inteligência, mas principalmente de obediência
a Deus, que é o doador da sabedoria. Sabedoria é a capacidade de aplicar os
princípios da verdade de maneira a levar uma vida correta. É particularmente
interessante perceber que a sabedoria sobressai exatamente no trato e solução
de questões bem específicas. A sabedoria nos leva a apreciarmos a Deus em tudo
e a apreciarmos tudo em Deus.
O livro de Eclesiastes nos mostra que o
grato contentamento foi, é e sempre será um elemento-chave na piedade bíblica,
aconteça o que acontecer. Em Tiago, encontramos que a vida de sabedoria é uma
vida de semelhança a Cristo. As Escrituras nos apresentam sete elementos que
definem a sabedoria:
1.
A sabedoria diz
respeito ao entendimento (Pv 3.13-15; 4.7,8).
Na Bíblia ela é contrastada com a
insensatez. Entendimento é saber como viver em resposta à revelação de Deus (Pv
2.1-5). Sabedoria é refletir, aprender e desaprender. O sábio, ouvindo
conselhos, desaprende o que está fazendo errado para aprender a sabedoria do
fazer certo.
2.
A sabedoria diz
respeito à adoração (Pv 1.7).
“O temor do Senhor é o princípio da
sabedoria”, quem não começa por aqui, não aprenderá a verdadeira sabedoria.
Conhecimento sem reverência a Deus não é sabedoria. A sabedoria nos leva à
adoração, entrega e obediência àquele que reconhecemos como infinitamente bom e
sábio (Pv 3.5-8).
3.
A sabedoria diz
respeito a objetivos e alvos que deveríamos estabelecer para nossa vida.
Ela nos ensina a voltar nossos olhos para
objetivos que realmente valem a pena almejar. O objetivo nº 1 é conhecer a
Deus. Todos os demais derivam desse: Amar o próximo como a si mesmo e os
relacionamentos pessoais; uma vida e participação comunitária abençoadora; e as
escolhas particulares incluindo hobbies.
A sabedoria nos permite formular e focar nossos objetivos em nossas diversas
áreas de atividades (Ec 2.13,14).
4.
A sabedoria diz
respeito à estratégia.
A estratégia é o que fazer para alcançar o
alvo. Provérbios explora essa questão introduzindo a capacidade de ouvir
conselhos de outros, o que nos ajuda a não cair em armadilhas (Pv 10.17; 12.15,
13.10; 19.20).
5.
A sabedoria diz
respeito ao relacionamento (Pv 14.21; 25.21,22).
O hábito de sempre procurar o bem do outro
é prioritário na piedade cristã. O sábio piedoso procurar amar o próximo mesmo
quando o próximo não age reciprocamente.
6.
A sabedoria diz
respeito ao domínio próprio (Gl 5.23; Pv 25.28).
Dominar-se é não perder a cabeça quando
estiver sob pressão. A figura bíblica de uma cidade destruída e sem muros é uma
metáfora arrasadora para quem quer viver sem autocontrole (Pv 25.28). O domínio
próprio é caracterizado por discrição (Pv 14.17); grandeza de espírito (Pv
14.29); sabedoria (Pv 29.11); comedido nas palavras (Pv 29.20).
7.
A sabedoria diz
respeito à humildade (Pv 17.10).
A humildade se revela na aceitação do que
você não pode mudar, na correção do que você pode mudar e nas quais você
precisa mudar. A humildade se mostra importante diante da repreensão justa e
sábia (Pv 15.31; 25.12). A sabedoria é humilde (Tg 3.13).
Conclusão
O
Senhor Jesus é o nosso modelo de sabedoria, pois ele é a sabedoria encarnada,
em pessoa (1 Co 1.30). Nele estão ocultos todos os tesouros da sabedoria (Cl
2.2,3).
Motivos de oração
1.
Ore
para que você não ignore onde deve lançar os fundamentos de uma vida sábia na
presença de Deus e começar por ali.
2.
Ore
para que Deus oriente sua busca por sabedoria e para que ele mesmo seja a sua
sabedoria.
3.
Ore
para que Deus te faça sábio(a) quanto a seu comportamento, palavras e objetivos
de vida.