A Provisão do Pai
“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mateus 6.11).
George Muller fundou e administrou um orfanato em Bristol, na Inglaterra. Em uma ocasião, não havia comida para o café da manhã. As crianças tomaram seus lugares à mesa com as canecas e pratos vazios à sua frente. Então agradeceram, como de costume, o alimento que Deus ia providenciar. Pouco depois um padeiro bateu à porta do orfanato com uma carroça cheia de pães para doar. Quem governa o mundo não é o acaso, o destino ou a fatalidade, mas a mão graciosa e providente de Deus.
Na oração do Pai Nosso Jesus nos ensina que devemos pedir ao Pai que nos dê o necessário, não o luxo; e que o faça para todos nós, pois a frase “o pão nosso” é uma intercessão: “Nosso” quer dizer: De todos nós; para todos nós, e, para cada um de nós. Os cristãos não sabem lidar direito com a ostentação porque Jesus lhes ordenou que vivessem e orassem por uma vida mais simples. O apego a coisas materiais tem arruinado a fé de muitos exatamente porque colocam seu amor mais nessas coisas que em Deus e no próximo.
Jesus ensina também que peçamos o sustento para cada dia. Ele está falando do futuro imediato, próximo. Ele quer dizer literalmente: “deste dia de hoje”. Se a oração fosse feita de manhã, o pedido era para o dia que se inicia. Se a oração fosse feita à noite, referia-se ao dia seguinte. Ele não condena aqui nem a poupança e nem o alegrar-se com festividades. Ele ensina na verdade que devemos ter ciência de que quem controla o futuro distante não é a poupança e que o imediatismo também é um risco. Devemos confiar que ao dirigir nossas vidas, Deus nos pastoreia e alimenta com amor e cuidados de um pai responsável e presente.
E, por último, o pão deve ser pedido, como a expressão da nossa dependência da graça de Deus. Isso quer dizer também, que devemos ter uma atitude de humildade diante do valor do nosso trabalho. Tudo o que temos vem de Deus que nos dá saúde e boas condições de trabalho. Se ele não mandar chuva, não há colheita; se ele não providenciar o sol, tudo apodrece. Ele controla as estações que regulam as condições de todo o nosso trabalho.
Ao orar assim aprendemos:
1º) Ter confiança na providência de Deus.
Sempre dependemos de Deus porque ele é o nosso criador e sustentador. A lei da gravidade não alijou de suas mãos o seu cuidado por nós. Foi ele quem criou a lei da gravidade para dar limites a muitas coisas. Porém, a lei da gravidade não limita as suas ações, porque ele é Deus.
2º) Manter preocupação equilibrada com as nossas necessidades materiais.
Depois da glória de Deus, nossa principal preocupação é o nosso sustento diário.
3º) Contentamento que controla a cobiça.
Aprendemos a não pedir mais do que precisamos. A cobiça é um mal que habita o nosso coração sendo nossa inimiga (Tg 1.13,14). Pedir o necessário a Deus nos ensina a cobiçar menos.