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05 = Deus Tem o Direito?


Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Graça Que Transforma
Liderança: Sem. Adair Batista.
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05 = Deus TEM O DIREITO? 14/03/2012
Graça Que Transforma – Jerry Bridges, ECC, p. 61-72.
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Porventura, não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom? Mt 20:12-15

A parábola dos trabalhadores na vinha nos ensina uma verdade desconcertante. Ela nos ensina o princípio da graça. E o que é graça? Jesus ao contar a parábola começa a partir de uma comparação: “o reino dos céus é semelhante ...”. “O princípio operante no reino dos céus não é o merecimento, mas a graça”; essa foi a lição que Cristo ensinou a Pedro.

O que é merecimento? Como contrastá-lo com a graça?
Houaiss assim define merecimento: aquilo que torna alguém ou algo digno ou passível de receber prêmio ou castigo; caráter, qualidade de quem pelos valor; dotes morais e/ou intelectuais, é digno de apreço, de reconhecimento; capacidade, engenho, talento.

Por sua vez, graça é assim definida: dádiva, favor que, por liberalidade, se concede a um inferior, mercê; favor ou auxílio gratuito outorgado por Deus a determinados homens que a ele, por si sós, não teriam nenhum direito pessoal, e que os eleva a uma destinação sobrenatural.

Uma Atitude de Merecimento
Porque tropeçamos nesta parábola com tanta frequência? Porque achamos que merecemos algo de Deus por cumprirmos algumas de suas ordenanças? Quando nos colocamos na posição dos trabalhadores nossa atitude tenderá a ser esta. Achamos que Deus nos deve algo e O lembramos dos sacrifícios que fizemos para servi-lo. Esquecemos com facilidade o presente que Ele nos deu e Lhe cobramos nossos desejos.

Jamais Podemos Obrigar a Deus
Deus nada nos deve pela nossa obediência ou por nosso serviço sacrificial, “somos servos inúteis, porque fizemos apenas o devíamos fazer” (Lc 17.10). Não custa lembrar que Deus é o único ser absolutamente livre de qualquer obrigação (Jó 41.11). A sociedade atual incentiva a ideia do merecimento e o reclame dos “direitos” que se julga possuir, todavia, essa atitude de merecimento é negativa para a vida espiritual dos cristãos. Devemos nos aperceber que Deus é quem supre as nossas necessidades e desejos. É necessário termos em mente que ao mantermos um sentido alto de expectativas e direitos, terminaremos exigindo nossos direitos diante de Deus da mesma maneira que o faríamos diante das pessoas. Achar que o mundo nos deve algo já não é bom, agora, achar que Deus nos deve algo é perigoso para a nossa vida espiritual. Deus nos concede o que é necessário e jamais cede aos “direitos” que presumimos ter.

Dar a Deus
Não podemos dar a Deus nada que primeiro Ele não nos tenha dado. Davi teve essa atitude (1 Cr 29:14,16) nos preparativos para a construção do Templo. Isaías afirmou que “todas as nossas obras tu a fazes por nós”(26:12); Paulo diz a mesma coisa de forma conclusiva aos atenienses: “Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais”(At 17:25). Deus espera que tenhamos contentamento conforme 1 Tm 6:6: “De fato, grande fonte de lucro é piedade com o contentamento”, pois como o senhor da vinha, ele tem sido generoso e gracioso acima de toda medida.

Pessoas orientadas pelo merecimento sempre querem mais, nunca estão contentes. Creem que não estão sendo recompensadas com justiça e terminam por perder a esperança da recompensa. Por outro lado, pessoas orientadas pelo contentamento, estão sempre alegres e felizes. Sabem que não dependem de merecimento algum, mas da graça infinita e do propósito soberano de Deus. Sabem que há certas coisas na vida que simplesmente nunca irão mudar e aprendem a estar contentes e aceitam o fato de que Deus não lhes deve nada além daquilo que lhes é dado. Deus não nos deve nada e aquilo que nos foi dado, o foi somente pela graça de Deus.

O perigo da comparação
A parábola nos ensina mais uma lição valiosa: Deus não apenas é generoso, também é soberano. Essa é a sua prerrogativa. Ele tem o direito de dispensar as suas bênçãos conforme ele quer. “Porventura, não me é lícito fazer o que eu quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom?” (Mt 20.15).

Por ser nosso Criador Ele tem o direito de dar a cada um de nós diferentes capacidades físicas e mentais, temperamentos e características diferentes e diferentes talentos. Não somos iguais, não recebemos oportunidades iguais, mas, cada um tem as suas singularidades e circunstâncias próprias. Como Deus não tem obrigações para conosco, ele é livre para abençoar a alguns mais do que a outros, conforme a vontade Dele.

Ficamos felizes quando as bênçãos de Deus são dirigidas a nós, à nossa família, aos nossos amigos. E quando são dirigidas a alguém que julgamos não merecedor? Sentimos inveja. Sentimos o mesmo que os trabalhadores da vinha que trabalharam o dia inteiro, e, no entanto, outras pessoas foram mais abençoadas que eles. Todos queremos graça, mas é impossível gozá-la com uma atitude comparativa.

Se quisermos ser bem-sucedidos em viver pela graça, temos de entender o fato de que Deus é soberano ao dispensar seu gracioso favor e não nos deve explicações quando seus atos não correspondem às nossas expectativas, conforme Rm 11.33,34, a menos que queiramos ouvir dele: Amigo, não te faço injustiça (Mt 20.13).

As Promessas de Deus
Deus é gracioso e generoso para com todos os seus filhos. A parábola não ensina apenas a soberania de Deus: ela ensina mais sobre a sua graciosa generosidade. Deus promete prover tudo o que necessitamos tanto espiritual quanto material e por fim nos levará ao lar da glória. Tudo depende da graça de Deus dada mediante Jesus Cristo.
Qual é o papel da mediação de Cristo em tudo isso? Primeiro, sua missão messiânica: Cristo é o cumprimento de promessas pessoais de Deus, sobre o envio de um Salvador e Rei vindouro, feitas no AT (Lc 1.69s; Lc 24.44; Gl 3.16). Segundo, Cristo é a base merecedora sobre a qual todas as demais promessas de Deus dependem: Todas as promessas dependem exclusivamente de Cristo (II Co 1:20). Terceiro, é Ele quem supre todas as nossas necessidades, tanto temporais quanto espirituais. Essas necessidades devem ser levadas em oração a Deus para consideração para o suprimento das mesmas: suas disciplinas espirituais, sua obediência e sacrifício. Entretanto, o suprimento efetivo das nossas súplicas e necessidades é de acordo com a vontade e o propósito de Deus e nos merecimentos de Jesus Cristo e não em qualquer mérito que eventualmente tenhamos. “Se basearmos nossas súplicas em Cristo, aprenderíamos a alegria de viver pela graça e não pelo nosso esforço”.

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