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09 = Os Afetos Religiosos Podem Ser Avaliados Erradamente ( Sinais 9 a 12)


Uma Fé Mais Forte Que As Emoções (p.94-105)
Os afetos religiosos podem ser avaliados erradamente
Sem. Adair Carvalho.


9. Afetos religiosos verdadeiros não são o mesmo que tempo e esforço gastos em afetos religiosos. (p. 93)

Há pessoas que argumentam contra o gasto de tempo na prática religiosa genuína, contudo as Escrituras argumentam a favor de uma tendência da verdadeira graça as pessoas sentirem prazer nessas práticas religiosas, tais como leitura bíblica, oração, cânticos, adoração pública, oitiva de sermões, compartilhamento, dentre outras práticas.
As Escrituras nos dão exemplos de pessoas (santos) que sentiam verdadeiro prazer, motivadas pela graça de Deus, na prática destes exercícios espirituais, tais como: 9.a – A profetisa Ana que não arredava do templo, adorando, jejuando e orando noite e dia (Lc 2:37); 9.b – Os primeiros cristãos diariamente se reuniam no pátio do templo, compartilhavam em suas casas o pão com alegria, sinceridade e louvores a Deus (At 2:46,47); 9.c – Daniel sentia prazer na oração e dedicava-se a ela três vezes ao dia (Dn 6:10); 9.d – Davi alguns séculos antes de Daniel tinha a mesma prática (Sl 55:17);
A graça leva os santos a sentirem prazer nos louvores (Sl 135:3; 147:1), na oitiva da palavra do Senhor (Sl 89:15), no lugar de culto [casa de Deus] (Sl 26:8; 27:4). Entretanto, isto não deve ser confundido com o ativismo religioso, isto é, manifestações externas de devoção, tão condenadas por Jesus nos fariseus no seu zelo religioso, suas orações pomposas, que não passavam de culto abominável à Deus (Is 1:11-15), religião falsa levam pessoas a fazerem barulho e se tornarem zelosas na oração (Is 58:2; Ez 33:31,32).

10. Adoração verbal não é evidência de atos religiosos genuínos. (p. 94)

Como foi visto na seção anterior, o tempo gasto em exercícios religiosos externos não significam nada e as Escrituras nos dão provas de que isso não sinal seguro da graça. 10.a – As multidões que presenciaram os sermões e milagres de Cristo (Mt 9:8; Mc 2:12; Lc 5:26); 10.b – Nabucodonozor , rei caldeu, declara o poder de Deus (Dn 3:28-30; 4:1-3; 34, 35, 37); 10.c – Dario, rei da Média, decreta que os homens devem temer e tremer diante do Deus de Daniel (Dn 6:25-27); 10.d – Saul reconheceu-se um tolo indigno diante de Deus, no entanto não ficou convencido do seu pecado (I Sm 15:16-19; 26:21).

11. Autoconfiança não é evidência dos verdadeiros afetos (p. 95)

Dois tipos de confiança: uma procedente da graça de Deus e outra procedente da própria auto-exaltação e autoconfiança.

I – A confiança procedente da graça e da dependência de Deus:
As Escrituras nos dão provas suficientes de que os santos possuíam tal confiança, conforme Hb 11. 11.I.a – Jó afirma claramente sua confiança em Deus e o chama de seu Redentor (Jo 19:25-27); 11.I.b – Davi demonstra seu conhecimento de Deus, chamando-o de seu Deus, tu és o meu Deus (Sl 31:14), sua rocha (Sl 28:1), libertador (Sl 40), pastor (Sl 23:1), refúgio e fortaleza (Sl 46:1), e muito mais; 11.I.c – Ezequias apela para Deus, certo de que seu coração tinha se agradado de Deus e o servira com integridade ( II Rs 20:2,3; II Cr 32: Is 38:1-8); 11.I.d – Cristo, Jo 14, 15 e 16, ora pelos seus discípulos e também por nós, assegurando a eles e a nós que seríamos participantes do seu Reino; 11.I.e – Paulo manifesta essa mesma segurança em relação a Deus (Gl 2:20; Fp 1:21; II Tm 1:12; 4:7,8)
Deus, desde a eternidade, ao estabelecer a aliança da graça tinha o propósito de conceder aos santos amplas provisões de esperança segura da vida eterna enquanto vivessem aqui na terra. Ele as confirmou com um juramento e declarou o Seu desígnio que os herdeiros das promessas tenham esperança inabalável e plena alegria na certeza de sua glória futura (Hb 6:17,18). Os cristãos são instados continuamente a se aplicarem e confirmarem seu chamado e eleição, com indicações precisas de como agirem (II Pe 1:5-8). A Bíblia fala que é inapropriado aos cristãos terem dúvidas quanto à presença de Cristo neles (II Co 13:5; I Jo 2:3,5; 3:14, 19, 24; 4:13; 5:2,19).
É irracional desacreditar das pessoas que não duvidam de sua salvação e que seus afetos retiraram delas todo medo do inferno.

II – A confiança procedente da própria auto-exaltação e autoconfiança
O hipócrita está baseado em uma esperança falsa, e não tem em si mesmo, recursos para questionar tal esperança, enquanto o verdadeiro santo pode duvidar por quatro motivos: II.1 – o hipócrita não possui espírito de cautela e não teme ser enganado, enquanto os santos são cautelosos e têm perfeita noção da santidade, justiça e onisciência de Deus; II.2 - o hipócrita desconhece sua própria cegueira, o engano de seu coração e a fragilidade de seu entendimento; II.3 – o diabo não ataca a esperança do hipócrita tanto quanto ataca a do verdadeiro cristão; II.4 – quem tem esperança falsa é inconsciente de sua própria corrupção. O cristão verdadeiro tem consciência de que seu coração é corrupto e enganoso. Ele tem horror aos seus pecados.

Dois tipos de hipócritas:
a) o que é enganado com sua moralidade aparente e religião exterior,
e b) aquele que possui descobertas e elevações de espírito falsas.
Sua segurança é mais imutável do que aquela vinda da graça divina, em contrapartida, a verdadeira segurança não se sustenta em dogmas, mas em uma disposição devota. A confiança dos hipócritas não se abala com o pecado. Evidência certa de pecado.
Cuidado no estudo de certas doutrinas pois tendem a fazer florescer engano e a falsa confiança dos hipócritas. Cuidar para não colocar a fé em oposição à visão (II Co 4:18; Rm 8:24; Jo 20:29; Hb 11: 1,8,13,17,27,29). As Escrituras desconhecem qualquer fé em Cristo que não seja fundamentada na visão espiritual de Cristo. Crer em Cristo é “olhar para o Filho e nele crer”(Jo 6:40)

12. Evidências externas não bastam para demonstrar os verdadeiros afetos religiosos (p. 102)

Os verdadeiros santos não possuem discernimento para determinar quem é e quem não é santo. Embora conheçam a verdadeira religião em seus exercícios internos, não são capazes de sentir ou enxergar o que está no coração de outra pessoa. Só vêem a aparência externa e as Escrituras afirmam que esta não é uma assertiva aceitável (I Sm 16:7; Is 11:3). Aqueles que se arvoram em julgar a condição alheia são maus juízes e conselheiros perigosos, daí que, procedem com sabedoria e prudência neste assunto.
Quando a aparência é atrativa, até a melhor pessoa é enganada e conquistada. Muitos enfatizam a importância das evidências e as utilizam para discernir a verdadeira piedade dos outros, entretanto, estas evidências não são certas porque o verdadeiro santo sente prazer imenso na santidade. Cristo nos deu conselhos para avaliar a sinceridade alheia, “deveríamos julgar a árvore pelos frutos (Mt 7:17-20)”. No entanto, não podemos saber a verdadeira situação de uma pessoa. É conhecimento exclusivo de Deus.

Conclusões:
I – Excesso de ativismo religioso pode ser um sinal de falsa religiosidade;
II – Verbalização de adoração é outro sinal de falsa religiosidade;
III – Excesso de segurança sem evidências de santificação é sinal de legalismo; e
IV – Evidências externas podem ser enganosas.

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