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08 = Sinais Falsos dos Verdadeiros Afetos Religiosos - Sinal 8.


Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Uma Fé Mais Forte Que As Emoções
Liderança: Pr. Hélio O. Silva e Sem. Rogério Bernardes.
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Exposição 08 = Sinais Falsos dos Verdadeiros Afetos Religiosos – Sinal 8. 28/09/2011
Uma Fé Mais Forte Que As Emoções – Jonathan Edwards (p. 85-93)

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Existem sinais que são citados como evidência de uma experiência real da ação do Espírito, mas que não constituem em evidências suficientes para a comprovação de que essas experiências são verdadeiras e duradouras:
1. A intensidade dos afetos religiosos não é evidência de que sejam verdadeiros.
2. Afetos físicos não é evidência dos verdadeiros afetos religiosos.
3. Fluência e fervor ao falar não são evidência dos afetos verdadeiros.
4. Emoções impostas não são evidências de afetos verdadeiros.
5. A Citação de Textos Bíblicos.
6. Exibição de Amor Não é Evidência dos Afetos Religiosos.
7. Muitos Tipos de Afetos Religiosos Não são Evidência Suficiente.

8. O Conforto e a Alegria Resultantes do Despertamento Espiritual e a Convicção da Consciência Não São Evidência.

Na tradução da PES foi traduzido assim: “se Conforto e alegria parecer seguir uma determinada ordem, isso não prova que nossas emoções sejam espirituais ou não” (A Genuína Experiência Espiritual, p.48).

Muitos são céticos quanto a experiências religiosas que nasceram de profunda angústia seguida de paz e consolo. Essas preocupações são descabidas, pois quando Deus liberta alguém da escravidão do pecado e o justifica do mesmo, lhe dá a paz (Rm 5.1). Com essa experiência a pessoa pode entender do que foi salva e o que Deus fez por ela. A profunda experiência de carência pode fazer o pecador sentir mais a suficiência de Cristo e da misericórdia de Deus para com ele. Faz parte do modo de Deus agir levar as pessoas ao deserto antes de lhe falar claramente.

Um princípio bíblico claro da ação de Deus nas escrituras é ele deixar a pessoa em grande aflição para que ela veja que é totalmente incapaz e dependente do seu poder e da sua graça, depois ele opera grande libertação (Dt 32.36,37).
 Egito – Mar Vermelho – deserto (Dt 8.2,16). A mulher hemorrágica – Mt 15.22ss. A tempestade no mar da Galiléia – Mt 8.24-26. Paulo – II Co 1.8,9.
Deus se revelou muitas vezes mostrando-se “terrível” e somente depois consolador.
 Abrão – Gn 15.12,13. Moisés no Sinai – Ex 19 e 20. Elias no monte Horebe – I Rs 19. Daniel – Dn 10. João – Ap 1.
Muitas passagens mostram que Deus levou o homem primeiro a encarar sua própria perversidade e somente depois manifestar-lhe a sua graça.
 O servo que devia 10 mil talentos. O filho pródigo (Lc 15 – caiu em si). A população de Jerusalém em Atos 2 (compungiu-se-lhes o coração). Paulo (At 9 – atônito e trêmulo). O carcereiro de Filipos (At 16 – trêmulo).
Portanto, as conversões tranqüilas não consistem num padrão bíblico que possa ser evocado contra conversões dramáticas e nem o oposto é verdade.

Aterrorizar as pessoas com histórias escabrosas de conversões não consiste em conduta aceitável na evangelização. Não podemos confundir o terror espiritual com a convicção da consciência diante do pecado. O terror pode ser causado por muitas ações não divinas, mas as ações divinas no coração das pessoas produzem convicção do pecado e da necessidade de Deus. Isso é fruto da ação do Espírito no coração e não da ação do homem nas emoções dos homens. É o pavor do pecado que produz desejo pela salvação. O diabo também pode, sob permissão divina aterrorizar as pessoas como fez com Jó (Jó 1 e 2). Mas ele não pode e nem deseja que elas cheguem ao arrependimento de seus pecados.

Muitos temem o inferno e ao diabo, mas não têm consciência de sua situação de perdidos diante da majestade divina. Muitos medos e terrores das pessoas são fruto do seu próprio temperamento, cuja imaginação os afeta profundamente. A sua própria imaginação intensifica suas reações emocionais e seus sentimentos. È por causa disso que existem pessoas que falam de suas maldades sem nenhuma convicção de seus pecados. Seu temperamento as leva para uma apatia ilógica diante de suas próprias palavras e reações “pouco emotivas” ou “sem afeição”. Elas discursam sobre seus pecados, mas estão longe da convicção de que é a sua condenação no juízo de Deus. Para estes vale a declaração de Jeremias 17.9,10 – “Enganoso é o coração mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto...”

Muitos até dizem ter convicção de seus pecados e de seus danos espirituais, mas pouco ou nada fazem sobre isso, continuando a viver como se isso fosse apenas conhecimento, não a própria realidade do pecado.

O terror sentido não implica que foi o Espírito de Deus quem o perpetrou e que o consolo da graça salvadora virá em seguida. Isso é verdade por quatro razões:

1ª) O diabo pode imitar todas as operações de salvação e da graça do Espírito Santo.
Saul por duas vezes reconheceu pecados de forma dramática diante de Davi, mas nada mostra que tenha mudado seu comportamento depois dessas experiências testemunhadas por ele mesmo (I Sm 24.16,17; 26.21). A Escritura diz que o Espírito de Deus o tinha abandonado e que um espírito maligno o atormentava. Se isso aconteceu com Saul pode acontecer com qualquer um! No caso específico de Saul, Edwards entendeu que sua dissimulação espiritual perante Davi fora operada por uma ação demoníaca.

2ª) Se a ação e os efeitos do Espírito Santo nas convicções e consolo dos verdadeiros convertidos são elaborados e mesmo assim podem ser imitados, então a ordem em que acontecem também podem ser imitada.
Se satanás é capaz de falsificar os fatos, também pode falsificar a ordem em que ocorrem. Isso não quer dizer que ele possa reproduzir fielmente uma obra divina, mas permanece a verdade de que uma imitação, ainda que muito parecida, não é uma obra original. Satanás não pode produzir uma conversão, mas apenas um simulacro da verdade com o propósito de enganar e manter as pessoas nas trevas.

3ª) Não existe regra clara para determinar até onde o Espírito de Deus pode operar nas convicções e emoções que não são verdadeiramente espirituais e de salvação.
O único fato que deixa isso claro é a revelação divina. Deus não revelou em sua palavra nenhuma conexão clara entre a salvação e qualidades humanas, a não ser a graça e seus frutos. Dessa forma, a convicção de pecado gerada pela Lei e o consolo subseqüente não são sinais apropriados para provarem a ação da graça!

4ª) A experiência confirma, em larga escala, que pessoas que parecem ter a seqüência correta de convicções e consolos não possuem, necessariamente a graça de Deus. Não é possível distinguir quem é convertido e quem não é convertido só por ouvir seus testemunhos de conversão, ainda que muito dramáticos!
Não sejamos ingênuos crendo em qualquer testemunho, procuremos nas pessoas as evidências da graça! Sem o Espírito Santo, técnicas e métodos não têm qualquer significado.

Conclusão parcial:
Que fique claro que o novo nascimento é tão traumático como um nascimento normal, a vida parece ter se tronado a princípio um caos. Mas o Espírito vai ordenando as coisas na vida daqueles que salvou de forma misteriosa, mas ao mesmo tempo maravilhosa (Ec 11.5; Sl 139.14,15).

Muitos tem ido longe demais tentando direcionar o Espírito de Deus, que é insondável e impenetrável quanto às suas ações salvadoras na vida dos melhores cristãos que conhecemos.

A postura correta é sondarmos constantemente nossas próprias convicções, ações e instruções que damos à igreja sobre essa matéria tentando discernir qual o efeito Deus trouxe à tona dentro da alma das pessoas. Os passos dados pelo Espírito são da responsabilidade exclusiva dele. Erramos em tentar remodelar a obra do Espírito segundo a nossa maneira de ver os fatos. A única medida que somos autorizados a praticar é ver se os frutos são verdadeiros, não como foram produzidos pelo Espírito.

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