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Aula 20: A Depravação Total: A Incapacidade Total do Homem Redimir-se.


Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Classe de Doutrina II – Quem é o Homem Para Que Dele Te Lembres?
Professores: Pr. Hélio O. Silva e Presb. Baltazar M. Morais Jr.
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Aula 20 = A Depravação Total: A Incapacidade Total do Homem Redimir-se (28/08/2011)
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Os Vários Nomes para Depravação na Escritura
(1) Corrupção do Coração (Gn 6.1; Jr 17.9).
O coração é o centro da personalidade humana de onde todas as coisas procedem (Pv 27.19). Pv 4.23 diz: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida."

(2) Cegueira do Coração (Mt 6.22-23; Jó 5.14; Sl 82.5; Pv.4.19).
A depravação moral resulta numa escuridão moral. Por isso "os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más" (Jo 3.19).

(3) Dureza de Coração (Ez 3.7; 11.19; 36.26; Zc 7.11,12).

(4) Consciência Corrompida (fraca =I Co 8.12; corrupta = Tt 1.15; Cauterizada = I Tm 4.2 e má = Hb 10.22).
A consciência corrupta não é capaz de dar ao pecador uma atitude positiva para com Deus, nem conduzi-lo ao arrependimento.

(5) Escravidão do Pecado (Jo 8.34; Rm 6.16).
O domínio do pecado vem de dentro do próprio homem. Este controle poderoso sobre todas as faculdades da alma humana é vencido somente quando a obra regeneradora do Espírito Santo pára os efeitos da morte no homem.

(6) Escravidão da Corrupção (Rm 8.20,21; II Pe 2.19). (7). Escravidão de Satanás (Jo 8.44; I Jo 1.10; II Tm 2.26).

Há, todavia, algumas outras verdades a respeito da depravação total do homem que precisam ser estudadas à luz da Escritura:
1. É comum a todos desde o Ventre Materno.
Toda criança já é nascida culpada neste mundo e, como consequência, corrupta e com uma completa incapacidade de alma para mudarem a situação com a qual nasceram (Sl 51.5; 58.3; Is 48.8). É só deixá-las entregues a si mesmas, porque a malignidade está atada ao coração da criança, evidenciando a sua corrupção (Pv 22.15). Nno Livro de Provérbios, o "tolo" não é um idiota, mas um pecador.

2. Afeta a Totalidade do Ser Humano.
Por “depravação total”
(a) não se quer dizer que o ser humano não possa fazer nada que não seja reconhecidamente entre os homens considerado como bom;
(b) não quer dizer que o pecador não tenha qualquer conhecimento inato daquilo que é bom e do que não é bom;
(c) não quer dizer que ele não saiba distinguir o que convém e o que não convém;
(d) não quer dizer que o homem não seja capaz de admirar as virtudes e ações virtuosas em outras pessoas;
(e) ou que ele não tenha afeições desinteressadas com relação a outras pessoas;
(f) nem quer dizer que o homem não-regenerado, em virtude de sua pecaminosidade inerente, tenha que suportar ou dar apoio a toda espécie de pecado,
(g) ou que não tenha nenhum código ético. A depravação está intimamente ligada à tendência para o mal, uma pré-indisposição contra as coisas das quais Deus se agrada. O adjetivo "total" tem a ver com a extensão da corrupção. Ele significa que o ser humano por completo foi afetado pela queda. Nada do seu ser escapou dos efeitos do pecado. O pecado atingiu todas as faculdades da personalidade humana, inclusive o seu corpo (Is 1.5,6; 2 Co 7.1). Essa poluição moral estende-se aos pensamentos e imaginações, assim como às palavras e às ações.

• O CORPO.
A queda do homem trouxe consequências sérias para o nosso organismo físico. A vida física do homem é cheia de fraquezas e enfermidades (Gn 3.16-19). Jesus Cristo morreu para levar sobre si as nossas enfermidades (Is 53.).
• ALMA.
Todas as faculdades da alma (ou espírito) humana foram afetadas pela queda.
A Mente tem seus sentidos embotados (2 Co 3.13); entendimento obscurecido = Ef 4.17,18; mente corrompida = Tt 1.15; raciocínio nulo = Rm 1.22,23). A sabedoria dos homens incrédulos é "terrena, animal e demoníaca" (Tg 3.15). O entendimento dos homens precisa ser aberto para que a luz entre. Essa é uma obra divina no pecador. Mesmo para o entendimento da Escritura, é necessária uma obra graciosa do Pai das luzes (Lc 24.45; Ef 4.24).
• Emoções.
As afeições são a capacidade de fascinar e dispor a alma a favor ou contra qualquer atitude ou pessoa. O homem caído tem afeições pela riqueza, pelo prazer sensual, pelo poder, pela honra, mas nunca no evangelho, porque este não lhe oferece estas coisas. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele" ( 1 Jo 2.15). Jesus dá uma lista enorme dos pecados que vem da imaginação, das afeições desordenadas do coração (Mt 15.19).
• Vontade.
A vontade não tem controle sobre o homem. Ao contrário, ela é a serva das outras faculdades da personalidade humana. Ela executa as convicções da mente ou as imperiosas ordens de nossas concupiscências. A vontade é sempre influenciada por algo no homem, sendo sempre serva das disposições interiores, do coração. A vontade é aquilo que a mente pensa, aquilo que as afeições desejam, e é a pura expressão do que o homem é interiormente. A vontade do homem é determinada pela razão e pelas afeições. Ela é uma espécie de serva das outras faculdades porque ela executa as convicções da mente dos homens ou as ordens imperiosas dos desejos concupiscentes, ou ainda, aos "motivos mais fortes" das afeições.

INCAPACIDADE TOTAL
A doutrina da incapacidade total é o resultado da depravação total. Afirmar isso não elimina nem contradiz a doutrina da responsabilidade humana. A fim de que o homem possa apresentar atos divinamente aceitáveis, é necessário que uma força externa que venha operar internamente, no coração do homem, para implantar ali o princípio da nova vida. Esta força vem somente de Deus. Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos digo, se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode ver o reino de Deus" (Jo 3.5).
Pink comenta:
É um grande engano supor que os homens caídos possuem faculdades adequadas para tal percepção moral, e que falta somente a luz moral necessária. O oposto é que é verdadeiro neste caso. A luz moral brilha ao redor dele, mas seus poderes de visão se foram. Ele anda em trevas enquanto os explendores do Sol da Justiça do meio-dia brilham ao redor dele."
O que é incapacidade moral? Incapacidade moral é a falta de poderes adequados de percepção moral. Causa no homem uma indisposição para com os padrões de Deus para si próprio, mesmo embora ele seja capaz de admirar as qualidades boas em outros homens (Mc 6.20). Em que sentido é o homem natural moralmente incapaz?
1. O Homem é Incapaz de Sensibilidade Moral.
Ele não tem senso de pecado, nem sente o peso dele. A insensibilidade deles está ligada à dureza de seus próprios corações (Ef 4.19; MT 13.14,15).
2. O Homem é Incapaz de Obediência Moral.
Os homens estão "obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza dos seus corações" (Ef 4.18).
3. O Homem é Incapaz de Amar a Deus.
Esta é a mais importante lei moral que está afirmada na Escritura (Mt 22.34-40). Porque o pendor da carne dá para a morte... o pendor da carne é inimizade contra Deus (Rm 8.6-7).
4. O Homem é Incapaz de Amar Aqueles que são de Deus (Jo 15.20,21; II Ts 3.1,2).
5. O Homem é Incapaz de Perceber e Fazer as Coisas Santas (Dt 5.28,29; 29.2-4; Jo 8.42; I Co 2.12-14).
6. O Homem é Incapaz de Vir a Cristo.
"Ninguém pode vir a Mim se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6.44). "A alma do perverso deseja o mal"( Pv 21.10).
Por esta razão, na fé Reformada a concepção de salvação está ligada intimamente à doutrina do pecado do homem. É impossível entender a assim chamada "tão grande salvação" a menos que se entenda a doutrina da "tão grande perdição".

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Bibliografia: Louis Berkhof. Teologia Sistemática. ECC, p. 243-245.

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