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12 = A Suficiência da Graça (I)


Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO 
Grupo de Estudo do Centro – Graça Que Transforma
Liderança: Rev. Helio O. Silva.
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12 = A SUFICIÊNCIA DA GRAÇA (I)                           02/05/2012
Graça Que Transforma – Jerry Bridges, ECC, p. 133-141.
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II Coríntios 12.7-9 = A minha graça te basta...
A vida cotidiana não é fácil. Vivemos num mundo caído e amaldiçoado pelo pecado. Mesmo os crentes não estão imunes aos efeitos dessa maldição. Nós também sofremos com doenças (câncer, Alzheimer), inundações, os efeitos do aquecimento global, traumas e distorções familiares etc. Os crentes não só não estão imunes ao sofrimento como parece que sofrem mais do que a maioria das pessoas não cristãs ao seu redor.

As palavras de Paulo no texto acima tem sido fonte de consolo para os cristãos há mais de dois mil anos! O próprio Paulo é testemunha da adversidade em sua vida e ministério cristão (II Co 6.4,5). Aqui ele menciona o que chama de “espinho na carne, mensageiro de satanás para esbofeteá-lo” (II Co 12.7). Não dá para adivinhar do que se trata; sabemos que satanás era o causador, mas que Deus detinha o controle de tudo. O objetivo divino nessa aflição contínua era não deixar Paulo ficar ensoberbecido com “a grandeza das revelações de Deus” (II Co 12.7). As operações da graça não servem à vaidade, mas à humildade diante  poder de Deus.

ASSISTÊNCIA DIVINA
            A declaração paulina “a minha graça te basta” (v.9) estabelece o foco de nossa relação com Deus. A graça é um dom imerecido da parte de Deus, mas ela é ainda mais que só isso. A graça também assistência divina dada a nós por meio do Espírito Santo. É poder da ressurreição de Cristo sendo aplicado a nós mediado pelo Espírito Santo a fim de fortalecer para alguma tarefa (I Co 15.10, Fp 4.12,13).   

É o poder de Deus que nos capacita a fazer algo realmente bom e frutífero. Dizer que Deus, mediante o Espírito, nos fortalece é o mesmo que dizer que a sua graça nos assiste e capacita. Os dois sentidos de graça no Novo Testamento são complementares. A graça é tanto um favor não merecido quanto a capacitação divina para sermos e vivermos adequadamente como cristãos. Um não elimina o outro. Um não é aplicado sem o outro.

O ESPINHO NA CARNE
Precisamos da graça assim como do espinho na carne, a fim de não ficarmos soberbos e orgulhosos, caindo em tentação. Ensoberbecer-se é exaltar a si mesmo, confiando em méritos pelo próprio desempenho. O espinho da carne é dado para dominar o orgulho. O orgulho se opõe à ação da graça nas nossas vidas (Tg 4.6). Muitas vezes o orgulho é reflexo de uma atitude de hipocrisia (p.136). O próprio desenvolvimento espiritual pode ser fonte de orgulho quando comparamos o nosso desenvolvimento com o dos outros. Confiar na graça quebra a hegemonia do orgulho em nosso coração, tornando-nos mais dependentes e humildes, especialmente em relação aos outros. A graça nos torna mais compassivos e ponderados na emissão de julgamento condenatório sobre os outros.
Paulo reconhece que no final das contas o seu espinho na carne não servia aos propósitos malignos de satanás, mas, na verdade, servia aos propósitos da graça divina. Satanás quer usar o sofrimento como barreira entre nós e Deus, a graça faz com que o sofrimento nos aproxime de Deus em submissão e dependência que santifica. Mas Deus nunca desperdiça a dor, ele lhe dá propósito, porque ele faz com todas as coisas, boas e más, se somem para o nosso bem (Rm 8.28,29). O espinho na carne de Paulo tinha um propósito claro: “Para que eu não me ensoberbecesse” (II Co 12.7).
Às vezes o propósito de Deus ao permitir a nossa dor é claro, outras vezes, não. O nosso sofrimento é agravado algumas vezes exatamente porque não o entendemos, como aconteceu com Jó. O espinho de Paulo o esbofeteava da mesma forma que aqueles que o perseguiam (I Co 4.11). Mas ainda que o diabo deseje nos ferir (“devorar” – I Pe 5.8), Deus transforma o mal em bem (Gn 50.20). Paulo se queixava da força de sua dor e pedia a Deus para livrá-lo dela, mas a graça o ensinou que o propósito da dor lhe dava equilíbrio e foco espiritual.

O ORGULHO DA AUTOSUFICIÊNCIA
Deus nunca removeu o espinho da carne de Paulo, mesmo depois de ele pedir isso muitas vezes. Quando Paulo escreveu II Coríntios já haviam se passado quatorze anos desde que recebera as revelações mencionadas por ele. Deus manteve o espinho em Paulo para mostrar-lhe a suficiência de sua graça e que a ajuda do Espírito Santo era tudo o que ele precisava para fazer a vontade de Deus. Deus queria ensinar a Paulo a depender do Espírito Santo continuamente para o seu fortalecimento.
Ora, a graça de Deus assume o nosso pecado, a nossa culpa e a nossa incapacidade. Ela é oposta à soberba da hipocrisia e também à soberba da auto-suficiência (p.138). Desejar ser auto-suficiente foi o pecado de Adão e Eva no Jardim do Éden. Satanás levou Eva e depois a Adão a desejarem ser “como Deus” (Gn 3.5). Deus criou o homem para depender de si física e espiritualmente de forma consciente e contínua (At 17.28, Jo 15.5), mas o pecado é a rebelião contra essa verdade absoluta.
Desde a queda Deus trabalhado para mostrar ao homem sua total dependência de dele; ele o faz muitas vezes levando-o a situações extremas em que o homem não tenha a quem recorrer a não ser a Deus. A caminhada de Israel por 40 anos no deserto é a mais clara ilustração dessa verdade absoluta. Deus os humilhou, fez com que passassem fome; alimentou-os milagrosamente com o desconhecido maná e os ensinou que é pela sua palavra que o homem vive (Dt 8.2,3). Viver pela palavra que procede da boca de Deus não quer dizer viver pela revelação, mas significa viver pela palavra da providência divina cotidiana (Sl 33.9). Isso quer dizer que não é só a comida que alimenta, sem a palavra providente de Deus o alimento sequer existiria.

Conclusão:
Precisamos nos lembrar da providência divina todas as manhãs. Ele cuida providencialmente de nós do mesmo modo que cuidava de Israel. Ele o faz graciosamente.
Compreendamos que a dependência física de alimento e água é um lembrete vívido de nossa dependência espiritual de Deus. A dependência física ilustra a dependência espiritual (p.141).
A nossa dependência pode não ser tão óbvia, mas é tão real e forte quanto precisamos esperar por uma chuva de maná do céu. Ou confiamos em Deus e conhecemos experimentalmente a sua graça ou confiamos em nós mesmos e nos rebelamos contra a sua vontade e a sua graça.

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