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14 = O Menor de Todos os Santos (I)



Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Graça Que Transforma
Liderança: Rev. Helio O. Silva.
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14 = O MENOR DE TODOS OS SANTOS (I)                                                    18/05/2012
Graça Que Transforma – Jerry Bridges, ECC, p. 151-160.
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Efésios 3.8 = “A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça
de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo”.

Viver à altura de quem somos é um desafio imenso e necessário. Quanto mais sabemos a respeito da santidade tanto mais saberemos o quanto não somos santos. Também reconhecemos a necessidade e da suficiência da graça para o nosso auxílio. Tudo o que fazemos é pelo favor imerecido de Deus e não pelo nosso valor próprio ou mérito.

A grande maravilha do evangelho é que Deus transforma os piores inimigos de sua graça em seus maiores servos, como Paulo que perseguiu a igreja e se tornou apóstolo de Cristo (I Co 15.9). Em efésios 3.8 Paulo se refere a si mesmo literalmente como o “menos que o menor”. Como Paulo via a si mesmo?

O APÓSTOLO INDIGNO
            O apostolado de Paulo foi fruto do favor imerecido de Deus. Ninguém é digno por si mesmo de fazer qualquer coisa para Deus a não ser por meio de sua graça. Todos os nossos dons espirituais são frutos da graça divina (Rm 12.6). Quer seja a vida eterna (Rm 6.23) ou o ministério no corpo de Cristo a graça é a fonte de tudo. Essa graça nos foi dada em Cristo (I Co 1.4). Pedro também afirma a prerrogativa da graça na vida cristã quando diz que devemos servir uns aos outros “conforme o dom que recebeu” (I Pe 4.10). Não merecemos os dons com os quais servimos no corpo, são obras da graça em nós. Nossa dignidade está na ação graciosa em nós que nos salva e capacita para servir numa vida produtiva. Não existe, em função disso, cristão mais digno ou menos digno. Uma vez que a graça está em Cristo os méritos que Deus leva em conta são tão somente e sempre os de Cristo, não os nossos.

            Nossa mente está impregnada do conceito de desempenho que esquecemos que um dom é uma dádiva graciosa. Um dom é algo que foi dado, não obtido; ganhado, não comprado; fruto da graça, não do mérito.

            Servir é uma concessão divina e graciosa que não merecemos nem mereceremos algum dia. Falar em nome de Deus é também falar perante Deus (2 Co 2.17) Isso significa que Deus nos envia, mas também nos observa. Por isso a graça é o sustentáculo necessário para qualquer ação que façamos em nome dele (2 Co 4.1). Deus é misericordioso e sua misericórdia é a sua graça expressa especificamente para pessoas vistas por ele como culpadas, condenadas e incapazes de se ajudarem (p.155). Derramar misericórdia é aliviar a miséria alheia devido o pecado. Só que Deus faz mais, ele alivia a miséria e eleva o pecador á condição de filho com um ministério na igreja (e no caso de Paulo a apóstolo = enviado em seu nome). 

            Não podemos perder a visão de nossa incapacidade para não ficarmos soberbos. O equilíbrio entre a incapacidade por m lado e a soberba por outro é a graça de Deus. Se super-enfatizamos a incapacidade imobilizamos o serviço; se subestimamos a incapacidade, cedemos à soberba e ao orgulho pecaminosos. Nossa falência não é temporária, mas permanente, por isso a graça é o ingrediente necessário para nos devolver o equilíbrio de uma vida digna na presença de Deus e um serviço cristão eficaz. Cristo é a nossa dignidade, a graça só pode ser encontrada nele e partindo dele ela é derramada abundantemente sobre nós..
 
O APÓSTOLO INADEQUADO
Paulo sempre teve consciência de sua indignidade Dante Deus (Ef 3.8; 2 Co 4.1). Ele repete esse ensino em I Co 15.9,10. Ele afirma claramente que ele se tornara apóstolo e exercera seu ministério por causa da graça de Deus na sua vida. A graça se manifestou de forma dupla na sua vida, como dom imerecido na sua salvação e como poder capacitador para a realização de seu ministério. O mais importante observar nesse relato de Paulo, no entanto, não é que ele esteja discorrendo sobre um tema teológico, mas que esteja dando o seu testemunho, falando do coração. A operação do poder de Deus no ministério cristão é fruto da graça do mesmo modo que a salvação dos pecados.

Todos nós precisamos desses dois aspectos da graça agindo em nós. Somos salvos pela graça e somos capacitados pela graça. A vida moderna exige tanto dignidade quanto competência para as suas realizações. A falta de um prejudica o desempenho do outro. Todavia Deus ao exigiu nenhum dos dois, pois ele toma em suas mãos pessoas tanto indignas quanto incapazes e realiza por seu intermédio a sua obra. Ele as torna dignas e capazes somente em Cristo. Nós encontramos a nossa dignidade na dignidade de Cristo (Cl 1.28,29).

A ministração do evangelho só leva a dois resultados: Vida ou morte (2 Co 2.14-17). Quem crer conhecerá a vida eterna, mas quem rejeitar permanecerá na escravidão da morte. Olhando por outro lado, quem é suficiente para a proclamação desse evangelho? (2 Co 2.16). A fragrância do evangelho está na ação da graça em nossa vida. A resposta de Paulo é que a nossa suficiência vem de Deus (2 Co 3.5). Todos nós de uma forma ou de outra se sente incapaz para o serviço do reino de Deus. A suficiência vem da graciosidade divina em nos conceder vida e poder em Cristo. 

Quando Paulo afirmou que pela graça de Deus chegou a fazer mais que todos os outros apóstolos ele não estava sendo orgulhoso ou soberbo, pois não exaltava a si mesmo, mas ao poder da graça em sua vida. O que Paulo fez na verdade foi levar o orgulho humano ao pó. A graça de Deus é a causa eficiente de tudo, o único bem que possuímos é aquele que Deus realiza em nós e por meio de nós. (Calvino, p.159). É fato que trabalhamos e não somos inativos, mas esse trabalho só produz resultados espirituais duradouros após a ação divina da graça em nós. Paulo não fala de parceria ou trabalho com junto, ele fala do trabalho da graça nele e através dele. 

O seu trabalho só tem resultado positivo para Deus enquanto o Espírito Santo reina, orienta, lidera e capacita (p.160). Toda a nossa ação obediente só terá razão de ser se além do Espírito Santo fazer tudo, ainda abençoar. Tudo provém de Deus no fim das contas (I Co 3.6,7). Todos nós podemos trabalhar muito, mas sem a bênção do Espírito, o resultado positivo não virá! Só Deus faz as coisas crescerem; só ele pode abrir corações ao evangelho; só ele pode fazer o discipulado frutificar.

A graça de Deus tem de trabalhar no coração da outra pessoa assim como trabalho no nosso; temos de depender dessa graça suficiente e eficaz.

Conclusão:
Em nós mesmos somos fracos, indignos e inadequados. Reconhecer essa verdade é colocar-se debaixo da graça de forma humilde (Tg 4.6), pois a graça é para os humildes.

Aplicações:
1.      Reconhecer a nossa indignidade diante da imensidão da graça divina.

2.      Tributar à graça de Deus todo o louvor por todas as realizações de Deus em nós e através de nós para abençoar outras pessoas.

  1. Aprender a humildade debaixo da graça de Deus.

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