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02 = Graça - Quem Precisa Dela?


Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Graça Que Transforma
Liderança: Pr. Hélio O. Silva e Sem. Rogério Bernardes.
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02 = Graça – Quem Precisa Dela? 15/02/2012
Graça Que Transforma – Jerry Bridges, ECC, p. 25-34.
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Introdução:
A Bíblia ensina que temos uma dívida de pecado para com Deus que não temos como pagar. Por outro lado, ensina também que o próprio Deus cancelou essa dívida, pagando-a ele mesmo por meio do sangue de Cristo (Rm 3.22-24; 6.23).

I. UMA VISÃO BÍBLICA DA GRAÇA.
A graça não é o preenchimento do que falta em nós para alcançarmos a salvação. O que a Bíblia ensina não é que não somos bons o suficiente para alcançarmos nossa própria salvação e por isso precisamos do complemento da graça. Não precisamos entender totalmente a graça para sermos salvos, mas se tivermos uma compreensão errada da graça, pode ser que nunca entendamos o evangelho.

Para vivermos pela graça é preciso saber o que é a graça salvadora. Há duas razões para isso:
(1) A graça salvadora é o pressuposto básico de toda a vida na graça.
(2) A graça é sempre a mesma na salvação e na santificação, ou seja, é um dom imerecido de Deus.

II. A OFERTA DE GRAÇA DE DEUS.
O evangelho é oferecido aos que não tem dinheiro nem boas obras (Is 55.1). O evangelho não é oferecido aos que não tem dinheiro suficiente. Fica claro que a graça não é a complementação do que falta, mas a oferta generosa de todo o custo da salvação sem qualquer distinção entre as pessoas (Rm 3.22).

Por exemplo, O Grand Canyon nos EUA tem 14 km de largura entre um penhasco e outro. Quem salta 10 mt. e quem salta apenas 2 mt. vai cair do mesmo modo. Quando Deus salva ele tira da morte e ele mesmo transporta para a vida (Jo 5.24; Cl 1.13). Segundo Paulo em Rm 3.23 ninguém consegue atravessar sozinho (por seus próprios esforços) o abismo de pecado que existe entre nós e a vida eterna com Deus. Fomos destituídos; não alcançamos e carecemos de sua glória. Estamos completamente falidos em sua presença.

Nós não encontramos as pessoas se esforçando para alcançar ávida no céu, pois presumem que o que já fazem Deus deve aceitar como suficiente. As pessoas olham para o pecado e simplesmente acham que o abismo é estreito o suficiente para que o pulem sozinhos. Essa presunção é uma ilusão. Todos acham que seus esforços são “moeda corrente” suficiente para “comprar” uma casa no céu. Como o fariseu da parábola elas confiam na sua justiça própria como base suficiente para a sua salvação (Lc 18.9-14).

As pessoas acham que são basicamente boas, mas Paulo afirma que todos somos maus (Rm 3.10-12). Tanto os judeus moralistas quanto os ímpios perversos estão debaixo da mesma condenação eterna (Rm 3.9). As pessoas acham que são boas por serem bons vizinhos, amáveis e gentis como os outros. Mas a definição de Paulo de que somos todos maus está fundamentada na alienação e rebeldia causada pelo pecado entre os homens e Deus.

III. SEGUINDO O NOSSO PRÓPRIO CAMINHO.
A essência do pecado é “seguir o próprio caminho” (Is 53.6). Isso pode significar querer comprar a salvação por meio de obras de caridade ou ofertas na igreja ou simplesmente roubar bancos para se viver bem. Ambos não pensaram em Deus, mas apenas em si mesmos. Num mundo governando por um Deus soberano, justo e santo isso significa rebeldia e pecado.

As pessoas não pecadoras por causa de eventos ruins acontecidos em sua infância, mas porque já nasceram debaixo do pecado com uma natureza humana corrompida e corrupta (Sl 51.5). Ter uma natureza corrompida e perversa é o mesmo que ter uma inclinação para seguir o próprio caminho.

As pessoas estão dispostas a aceitar que não são perfeitas e que têm falhas e derrotas. Todavia as Escrituras afirmam que ser pecador é mais que apenas aceitar deslizes momentâneos. Ser é pecador é ser transgressor e iníquo (Lv 16.21); desprezar a palavra de Deus (2Sm 12.9,10); rebeldes quando se come em um lugar que Deus ordenou para não comer ali (1Rs 13.21). esses textos são suficientes para mostrar que a definição de pecado de Deus é mais profunda e séria que a da maioria das pessoas.

O pecado é rebeldia contra o Criador soberano e Rei Juiz do universo. O pecado resiste à prerrogativa divina de exigir obediência de seus súditos. Rejeita a Lei divina justa, santa e boa trocando-a pela sua própria vontade. O pecado não é apenas ato, mas também atitude que ignora a Deus e à sua lei. Ainda mais, o pecado é um estado coração, uma condição do nosso ser interior de corrupção, vileza e sujeira moral na presença de Deus (Veja Zc 3.1-4).

Por sermos pecadores somos culpados e corrompidos. A sujeira da roupa do sacerdote Josué fala da corrupção que acompanha a culpa. Porque somos culpados nossos atos são corrompidos (poluição, sujeira, vileza). Estamos sujos pelo pecado, como quem traja roupas muito sujas ou imundas. Por sermos culpados e corrompidos, precisamos de perdão e purificação (I Jo 1.9). É por essa razão que a Bíblia fala de Deus como aquele justifica ao ímpio, é achado pelos que não o buscavam e se revela a quem não pedia por ele (Rm 4.5; 10.20).

O publicano da parábola não pediu que Deus compensasse suas faltas, mas que tivesse misericórdia dele, pecador (Lc 18.9-14). Precisamos da graça divina para perdoar nossa culpa e purificar nossa poluição (corrupção). Ela provê a satisfação da justiça divina pelo cancelamento de uma dívida que não podemos pagar. A graça descrita nas escrituras pressupõe a queda, sua culpa e completa corrupção. Os homens que são salvos por meio dela são caídos, indignos e suscetíveis à ira eterna de Deus. Diante da graça não somos apenas não merecedores, mas somos maus merecedores, pois não só não merecemos a graça, mas o que merecemos mesmo é a condenação ao inferno!

IV. RESPONDENDO À GRAÇA.
Responder à graça como se ela fosse apenas um complemento ao que falta de nossas boas obras para alcançarmos o céu é uma resposta equivocada a Deus. Mas a maioria das pessoas entende e vive a sua vida cristã dessa forma, tentando garantir sua salvação por meio de suas boas obras.

Quem precisa da graça? Todos nós precisamos dela; desde o mais fraco até o cristão mais ativista. Nenhuma boa obra tem qualquer valor na presença de Deus. Nem os nossos méritos e nem os nossos deméritos determinam a atuação da graça divina em nossas vidas, porque ela não é um suplemento para nossos méritos (boas obras) e nem um complemento para os nossos desmerecimentos (obras más). Ela nos considera totalmente sem méritos e incapazes de fazer algo que possa obter a salvação e qualquer benção de Deus. A graça deixaria de ser graça se Deus fosse obrigado a concedê-la diante de qualquer mérito humano. Receber o que se merece é justiça e não graça. Ela não é dada por mérito e nem retirada em função do demérito. A medida da graça é unicamente a infinita bondade, a rica misericórdia, o intenso amor e o soberano propósito divino (Jo 3.16; Ef 2.4-8). De todos os ângulos a graça será sempre graça e sempre maravilhosa graça!

Enquanto estivermos nos apegando á autojustiça e confiando nas próprias aquisições espirituais, não estaremos vivendo na graça, pela graça e da graça. Não dá para ficarmos com um pé na graça e o outro nas obras.
Abraão Booth afirmou: “as tentativas de completar o que foi iniciado pela graça revelam o nosso orgulho e ofendem ao Senhor, mas não podem promover o nosso benefício espiritual” (p.34).

Aplicação:
(1) Conhecer corretamente a doutrina da graça é muito útil usufruir de seus benefícios espirituais.
(2) Deus não se baseia em nós para aplicar a sua graça, mas somente em si mesmo.

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