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01 = O Rolo Compressor do Desempenho


Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Graça Que Transforma
Liderança: Pr. Hélio O. Silva e Sem. Rogério Bernardes.
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01 = O Rolo Compressor do Desempenho 08/02/2012
Graça Que Transforma – Jerry Bridges, ECC, p. 15-24.
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Introdução:
A maioria dos cristãos tende a basear seu relacionamento com Deus no desempenho e não na sua graça. Embora saibamos que somos salvos pela graça mediante a fé, compreendemos muito mal que toda a vida cristã é mantida pela graça e vivida dentro da esfera da graça (II Tm 4.1; I Co 3.10). Compreender isso é libertador.

I. “NÃO HÁ JUSTO, NEM UM SEQUER...” (Rm 3.10-12).
Falência é uma palavra terrível que significa fracasso, insolvência, incapacidade e ruína financeira. Aplicada à vida moral de uma pessoa aponta para os mais níveis de caráter que alguém possa ter. Todavia seu uso nesse estudo é espiritual. Paulo afirma acima que todos os homens estão espiritualmente falidos (exceto Jesus Cristo).

Nenhum que seja justo, que busque a Deus ou faça o bem de forma íntegra. Mesmo as nossas melhores obras de justiça são como trapos de imundícia na presença de Deus (Is 64.6).

Quando conhecemos a graça de Deus e o recebemos a Cristo pela fé em arrependimento declaramos a essência de nossa falência espiritual, pois reconhecemos que a salvação é um dom gratuito de Deus à parte de nossa participação (Rm 6.23; Ef 2.8,9).

II. FALÊNCIA TEMPORÁRIA OU TOTAL?
Numa empresa a falência pode ser temporária (concordata) ou permanente (liquidação). Concordamos que nossa falência espiritual é permanente, mas nos comportamos como fosse apenas uma concordata temporária. Confiamos unicamente em Cristo para a nossa salvação, mas sutil e inconscientemente nutrimos um relacionamento com Deus baseado em nossas obras. Sabemos que nossas obras não nos levam para o céu, mas deduzimos que elas merecem as bênçãos de Deus na nossa vida cotidiana. Como se a graça fosse apenas um reforço para nos ajudar a sair da concordata!

Esse raciocínio não se sustenta diante das contínuas quedas espirituais e alimenta nosso legalismo natural quanto a como nos relacionamos com Deus. Como assim legalismo? Pensamos que determinado comportamento pode fazer por merecer determinada benção de Deus.

A cultura cristã contemporânea alimenta o legalismo, pois nos induz a pensar em nossos deveres cristãos (oração; leitura bíblica, ofertas; freqüência à igreja) unicamente como desempenho que merece ser abençoado.

Jesus já pagou TUDO, “ele não só pagou o perdão dos pecados e a entrada para o céu, como também pagou por toda a benção e toda resposta de oração que se possa receber. Todas – sem exceção” (p.18). O nosso maior problema não é crer que Deus já fez tudo, mas é acreditar que não precisamos fazer mais nada! Não acreditamos estar completamente falidos e depois de entregarmos nossa vida a Cristo pela fé na sua graça, tentamos comprá-la de volta pela crença no desempenho de nossas obras!
A experiência cristã total é descrita na Bíblia muitas vezes em três fases distintas: Justificação – Santificação – Glorificação.

Na Justificação somos declarados justos diante de Deus pela fé em Jesus Cristo (Ef 2.8). Ele foi um acontecimento que já ocorreu no passado de quem crê. Na Santificação crescemos dia a dia à semelhança de Cristo. É uma experiência progressiva que ocupa toda a nossa vida até a glorificação. Na Glorificação deixamos esta vida para estar com Cristo; isso ocorrerá plenamente na ressurreição do corpo.

Nossa maior dificuldade é entender que a santificação dentro desses três estágios também é uma experiência da graça. Na melhor das hipóteses achamos que a vida cristã é uma mistura de obras (desempenho pessoal) e graça. Ilustremos:

Como vemos: ----- Justificação -------- Santificação ------ Glorificação
--------------- Baseada na graça --- Baseada nas obras -- Baseada na graça


Como é:---- Justificação ----- Santificação --------- Glorificação
---------- Baseada na graça -- Baseada na graça --- Baseada na graça

Quem acredita que a santificação é baseada nas obras se coloca debaixo do rolo compressor do desempenho. Quem reconhece a falência total não tem mais dívidas, mas quem apenas pediu concordata continua com a faca das dívidas espetando continuamente o seu pescoço.

Duas verdades maravilhosas quanto à justificação pela graça é que em Cristo todas as nossas dívidas de pecado foram pagas eternamente. Elas foram pagas totalmente e foram pagas eternamente. Tanto a Lei quanto a justiça de Deus foram plenamente satisfeitas pelo sacrifício de Cristo. Cristo se ofereceu de uma vez por todas pelos nossos pecados (Hb 7.27; 9.12,26; 10.2,10; 12.26,27). Cristo pagou a dívida de todos os nossos pecados: passados, presentes e futuros, pois cancelou o escrito de dívida que pesava sobre nós removendo-o inteiramente (Cl 2.13,14).

Isso significa que somos salvos pela graça, somos santificados pela graça, recebemos todas as bênçãos temporais e espirituais de Deus pela graça, somos motivados à obediência pela graça, recebemos forças para suportar todas as provações pela graça e finalmente seremos glorificados pela graça. Toda a vida cristã é vivida sob a regência da graça de Deus (p.21).

III. O QUE É GRAÇA?
A graça é o favor grátis e não merecido de Deus, demonstrado a pecadores culpados que só mereciam o juízo. É Deus estendo a mão para pessoas rebeldes contra ele. A graça divina age em direta oposição a qualquer suposto merecimento da nossa parte (Rm 11.6). O nosso relacionamento com Deus ou é baseado nas obras ou na graça; não existe um meio termo. É por essa razão que Paulo ficou admirado da atitude legalista dos gálatas de após conhecerem a graça de Cristo, tentarem se aperfeiçoar nas obras (Gl 3.3).

IV. O MERECIMENTO DE CRISTO.
O merecimento de Cristo e a graça de Cristo sempre andam juntos nos escritos de Paulo (Gl 5.2-4; Ef 2.4-7). A encarnação e morte de Cristo resultaram da graça e são manifestação da mesma (Tt 2.10-14) e o sacrifício de Cristo abriu-nos o completo acesso á sua graça (Rm 5.1,2). A graça são as riquezas de Deus que nos são dadas às expensas (custo) de Cristo.

A relação entre Davi e o irmão de Jônatas (Mefibosete) ilustra isso; por amor a Jônatas, Davi cuidou de Mefibosete como a um de seus próprios filhos (II Sm 9.11). Quatro vezes é mencionado que ele comia à mesa do rei (II Sm 9.7,10,11,13), mas o relato começa e termina dizendo que ele era paralítico (II Sm 9.3,13). Mefibosete nunca deixou de ser paralítico e sempre dependeu do cuidado de Davi, o rei. É assim que Deus nos trata por amor a Cristo. Seremos sempre pecadores alcançados e amparados pela graça de Deus!

Aplicações:
1. Toda a vida cristã é vivida sob a regência da graça de Deus.
2. Quanto mais depressa entendermos e reconhecermos nossa dependência da graça mais teremos condições de lidar com os problemas e dificuldades na vida cristã.
3. Pratiquemos a graça que recebemos uns com os outros nos nossos relacionamentos como Davi fez com Mefibosete por amor a Jônatas seu amigo.

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