Pular para o conteúdo principal

Aula 16 = Punição e Disciplina do Pecado


Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Classe de Doutrina II – Quem é o Homem Par Que Dele Te Lembres?
Professores: Pr. Hélio O. Silva e Presb. Baltazar M. Morais Jr.
----------------------------------------------------------------------------------
Aula 15= A PUNIÇÃO E A DICIPLINA DO PECADO. (19/06/2011).
------------------------------------------------------------------------------------


O pecado é tanto uma transgressão da lei de Deus como também um ato de rebeldia contra Deus, pois viola a sua justiça e afronta a sua santidade (Sl 97.2 e I Pe 1.16).

O Castigo Efetivo do Pecado de Adão .
A penalidade com a qual Deus ameaçou o homem no paraíso foi a pena de morte. A morte que aqui se tem em mente não é a morte do corpo simplesmente, mas a ttal separação do homem da comunhão com Deus. Morrer não é deixar de existir, ser aniquilado, mas ser privado de estar com Deus e viver com ele em comunhão eterna. Essa foi pena executada efetivamente no dia em que o homem pecou, embora a sua plena execução tenha sido suspensa temporariamente pela graça de Deus.

A morte física não foi apenas o resultado natural da constituição física do homem, mas a Bíblia afirma a como parte da penalidade imposta a Adão, e que a morte entrou no mundo por meio do pecado (Rm 5.12), e que o salário do pecado é a morte (Rm 6.23). A penalidade do pecado certamente inclui a morte física, mas vai muito além disso, incluindo:
1. MORTE ESPIRITUAL.
O estado e a condição pecaminosos em que o homem nasce, por natureza fazem parte da penalidade do pecado, pois somos “por natureza filhos da ira” (Ef 2.3). O pecado separa o homem de Deus, e isso quer dizer morte, pois é só na comunhão com o Deus vivo que o homem pode viver de verdade. No estado de morte, que resultou da entrada do pecado no mundo, levamos o fardo da culpa do pecado, culpa que só pode ser removida pela obra redentora de Jesus Cristo. Portanto, estamos obrigados a padecer os sofrimentos resultantes da transgressão da lei. A morte espiritual significa, não somente culpa, mas também corrupção. O pecado é sempre uma influência corruptora na vida de todos os homens e mulheres, e isso já é parte da nossa morte.
Por natureza somos injustos e impuros aos olhos de Deus. Esta impureza se manifesta em nossos pensamentos, palavras, sentimentos e até mesmo em nossas orações. É sempre ativa dentro de nós, agindo como uma fonte envenenada poluindo as correntes da vida. E se não fosse a influencia restringente da graça comum de Deus, tornaria a vida social inteiramente impossível.

2. OS SOFRIMENTOS DA VIDA.
Os sofrimentos da vida, que resultam da entrada do pecado no mundo, também estão incluídos na penalidade do pecado. O pecado produziu distúrbios em todos os aspectos da vida do homem. Sua vida física caiu presa de fraquezas e doenças, que redundam em desconfortos e, muitas vezes, em penosas agonias; e sua vida mental ficou sujeita a perturbações angustiantes, que muitas vezes o privam da alegria de viver, desqualificam-no para o seu labor diário e, por vezes, destroem por completo o seu equilíbrio mental. Sua própria alma veio a ser um campo de batalha de pensamentos, paixões e desejos conflitantes. A vontade se recusa a seguir o julgamento do intelecto, e as paixões se rebelam ao controle de uma vontade inteligente.

“Desarmonia” é a palavra que define a experiência do estado de dissolução que freqüentemente leva consigo muitos sofrimentos. A queda do homem no pecado levou consigo o equilíbrio de toda a criação, que ficou sujeita à vaidade e à escravidão da corrupção (terremotos, ciclones, tornados, erupções vulcânicas e inundações) [Rm 8.19-23]. Isso não quer dizer que todas as catástrofes são punições imediatas de Deus contra pecados dos envolvidos nelas, mas que os desequilíbrios na criação são fruto da maldição imputada por Deus à terra por causa do pecado de Adão.
Devemos ter sempre em mente que há uma responsabilidade coletiva, e que sempre há motivos suficientes para Deus visitar cidades, regiões ou países com calamidades medonhas. Jesus disse quando insinuaram que certos galileus morreram porque deviam ter cometido grandes pecados: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas? Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. Ou cuidais que aqueles dezoito, sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou, eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Lc 13.2-5).

3. MORTE FÍSICA.
A separação de corpo e alma também faz parte da penalidade do pecado. O Senhor tinha isto em mente quando disse a Adão: “tu és pó e ao pó tornarás”. Gn 3.19 (confira: Rm 5.12-21 e 1 Co 15.12-23). O salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Embora Adão tivesse sido criado mortal, se não pecasse não conheceria a morte, porqe possuia vida humana perfeita. A morte só foi incluida na sua experiência em decorrência de sua desobediência e fracasso diante da prova requerida por Deus como parte da aliança das obras. A morte veio realmente como salário do pecado. A morte não é uma coisa natural, e o homem a teme e experimenta como uma separação antinatural de coisas que se pertencem mutuamente: O Criador e sua criatura.

4. MORTE ETERNA.
É o clímax e a consumação da morte espiritual. As restrições do presente desaparecem, e a corrupção do pecado tem a sua obra completa. O peso total da ira de Deus desce sobre os condenados, e isto significa morte no sentido mais terrível da palavra (Jo 3.18-20,36). A condenação eterna deles é levada corresponde ao estado interno das suas almas ímpias (Rm 1.24,26,28). Deus os condenará definitivamente a angustias de consciência e sofrimentos físicos (Ap 14.11).
O estudo das penas eternas como castigo sobre o pecado faz parte da escatologia, onde se trata dos últimos acontecimentos da história humana na terra e da aplicação final do juízo reto de Deus.

A Diferença Entre Disciplina e Condenação do Pecado nas Escrituras.
A punição é a penalidade natural e necessária requerida do pecador por causa do seu pecado. O pecado é tratado nas escrituras como um débito para com a justiça essencial de Deus. As punições do pecado devem ser vistas por dois ângulos. (1) Interno: Como o pecado causa separação entre Deus e o homem, este leva consigo culpa e corrupção, que enche o seu coração de medo e de vergonha. (2) Externo: O homem sofre e participa das consequências da maldição da terra por sua causa, como toda sorte de calamidades nesta existência e o castigo do Inferno no futuro.

a) VINDICAÇÃO DA RETIDÃO OU JUSTIÇA DIVINA.
“Se a justiça é um atributo de Deus, então o pecado tem que receber o que lhe é devido, que é a punição” (Turretim). A lei requer que o pecado seja punido por causa do seu demérito inerente, independente de quaisquer outras considerações. A justiça exige a punição do transgressor. A santidade de Deus reage necessariamente contra o pecado, e esta reação se manifesta na punição do pecado, porque ele é o reto juiz (Dt 32.4; Jó 34.10, 11; Sl 119.137; Jr 9.24; 1 Pe 1.17).

Todavia há uma diferença entre a punição eterna do pecado e a disciplina PRESENTE dos pecadores:
b) CORRIGIR O PECADOR.
A penalidade do pecado não parte do amor e misericórdia do legislador, mas, sim, da Sua justiça, porque único salário do pecado é a morte (Rm 6.23). A Bíblia nos ensina, por um lado, que Deus ama e castiga o Seu povo (Jó 5.17; Sl 6.1; 94.12; 118.18; Pv 3.11; Is 26.16; Hb 12.5-8; Ap 3.19) e por outro lado, que Ele aborrece e pune os que praticam o mal (Sl 5.5; 7.11; Na 1.2; Rm 12.5, 6; 2 Ts 1.6; Hb 10.26, 27).

c) DISSUADIR OS HOMENS DA PRÁTICA DO PECADO.
O pecador sempre é punido por seu pecado, e acidentalmente isto pode ser para benefício da sociedade. A punição invariavelmente leva o pecador a olhar retrospectivamente e a confessar, com o coração contrito, os pecados passados (Gn 42.21; Nm 21.7; 1 Sm 15.24, 25; 2 Sm 12. 13; 24.10; Ed 9.6, 10, 13; Ne 9.33-35; Jó 7.21; Sl 51.1-4; Jr 3.25). A punição do pecado é totalmente retrospectiva em seu objetivo primordial, conquanto a imposição da pena possa ter conseqüências benéficas para o indivíduo e para a sociedade.

Aplicaçõs:
O que acontece quando um cristão peca?
1. Nossa posição legal diante de Deus permanece inalterada (Rm 8.1).

2. Nossa comunhão com Deus é interrompida e nossa vida vida cristã se prejudica. Entristecemos o Espírito de Deus que habita em nós (Ef 4.30); Causamos ciúmes no Espírito Santo que pasa a agir disciplinarmente contra nós (Tg 4). Deus nos disciplina (Hb 12.4ss; Ap 3.19); a batalha espiritual se intensifica em nossa alma (I Pe 2.11).

3. Uma alerta: O perigo de ser “evangélico” sem ser convertido.
I Jo 1.6,8 e 10 nos alertam quanto ao auto-engano de se viver uma vida cristã de aparência externa, mas não tratar de forma correta com o pecado. Nos três casos o veredito divino é que os seus praticantes não conhecem a Deus.

-------------------
Bibliografia: Louis Bekhoff, Teologia Sistemática, ECC, p. 251-257. L. Morris. “Castigo, Castigo Eterno”. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, vol. 1, Vida Nova, p.243-245. / Wayne Gruden. Teologia Sistemática, Vida Nova, p.420,421.

Postagens mais visitadas deste blog

A Armadura de Deus (1ª parte) - Efésios 6.14-17

Pastoral: A Armadura de Deus (Efésios 6.14-17) Por que muitos crentes ignoram os ensinamentos bíblicos quanto à armadura de Deus? Porque muitos crentes conhecem pouco da Palavra de Deus, outros tantos duvidam da visível atuação de Deus, muitos a ignoram, outros porque julgam ser um exagero de Paulo na sua linguagem, outros acham que essa época já passou, alguns por pura negligência mesmo, e outros mais, por causa de já terem sofrido tantas derrotas que já estão praticamente inutilizados em sua espiritualidade pelo inimigo.   Por outro lado, há daqueles que estão lutando desesperadamente, mas com as armas que não são bíblicas.      A exortação de Paulo é para que deixemos de ser passivos e tomemos posse das armas espirituais que em Cristo Deus coloca à nossa disposição. É a armadura de Deus que nos permitirá resistir no dia mal, conduzir-nos à vitória e garantir a nossa permanência inabalável na fé.           Paulo não está falando de armas físicas que dev

O Uso da Sarça Como Símbolo da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB)

O Uso da Sarça Como Símbolo da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) O artigo da Wikipedia sobre a sarça ardente ("Burning bush") informa que ela se tornou um símbolo popular entre as igrejas reformadas desde que foi pela primeira vez adotada pelo huguenotes em 1583, em seu 12º sínodo nacional, na França. O lema então adotado, "Flagor non consumor" ("Sou queimado, mas não consumido") sugere que o símbolo foi entendido como uma referência à igreja sofredora que ainda assim sobrevive. Todavia, visto que o fogo é um sinal da presença de Deus, aquele que é um fogo consumidor (Hb 12.29), esse milagre parece apontar para um milagre maior: o Deus gracioso está com o seu povo da aliança e assim ele não é consumido. O atual símbolo da Igreja Reformada da França é a sarça ardente com a cruz huguenote. A sarça ardente também é o símbolo da IP da Escócia (desde os anos 1690, com o lema "Nec tamen consumebatur" - E não se consumia), da IP da Irlanda

21 = Oração Pelo Ministério - Romanos 15.30-33 (2)

Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO Grupo de Estudo do Centro – Fevereiro a Junho/2013 Liderança: Pr. Hélio O. Silva , Sem. Adair B. Machado e Presb. Abimael A. Lima. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 21 = Oração Pelo Ministério – Romanos 15.14-33 (2) .          26/06/2013. Um Chamado à Reforma Espiritual – D. A. Carson, ECC, p. 216 a 229. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 30 Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor,   31 para que eu me veja livre dos rebeldes que vivem na Judéia, e que este meu serviço em Jerusalém seja bem aceito pelos santos;   32 a fim de que, ao visitar-vos, pela vontade de Deus, chegue à vossa presença com alegria e possa recrear-me convosco.   33 E o Deus da paz seja com todos vós.