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01 = O Gosto do Medo



Igreja Presbiteriana Jardim Goiás

Estudos de Quarta-Feira – 1º Semestre/2019

O DEUS QUE NOS GUIA E GUARDA 
James I. Packer - Ed. Vida Nova

Rev. Hélio O. Silva - 06/02/2019



ESTUDO 01 = O Gosto do Medo (p. 09 a 13)

Introdução:

          O medo de um dano físico iminente tem um gosto desagradável: A bile sobe do estômago e deixa na garganta um gosto amargo.

Outras formas de medo podem não ser tão fortes, mas podem igualmente estragar o sabor de nossas vidas.

®   Anuviam o espírito durante o dia inteiro.

®   Não nos deixam dormir direito à noite.

®   Minam a concentração nas tarefas diárias.

®   Provocam um pavor constante.

De todos os impulsos humanos, o medo é o mais incômodo e o mais nocivo, pois deteriora relacionamentos, drena a capacidade de viver, rouba a sabedoria e tira a atenção do caminho, distraindo e desconcentrando nossas mentes.

O medo é um inimigo comum e presente no que se refere à tomada de decisões importantes na vida dos cristãos. O fato é que tememos tomar decisões.


Pietismo legalista

          Nós cristãos sempre nos regozijamos na certeza de que Deus, em sua graça e sabedoria, está realizando seu plano em nossas vidas, e, dessa forma, ajuda-nos na tomada de decisões e fortalece-nos para fazer tudo o que a sua vontade exigir de nós.      Todavia, a santidade exuberante de homens como John Wesley ou William Wilbeforce tem sido reduzida a apenas um pietismo legalista.

Pietismo = viver segundo a crença de que nada é mais importante que o nosso relacionamento pessoal com Deus (isso é bom e correto).

Legalismo = viver segundo a crença de que a qualidade de nosso relacionamento pessoal com deus depende de nos submetermos a algum tipo de desempenho correto (isso não é bom nem correto).

          Duas coisas deram erradas com o legalismo:

1.     A noção de que alcançar e seguir a orientação direta de Deus é tão importante que seja algo acima e além de tomar decisões sensatas seguindo parâmetros bíblicos.

2.     Entender que o plano de Deus é um itinerário de viagem com várias conexões, e que, se alguma conexão for perdida, tudo está perdido.


A ironia do Plano B

          Se perdermos alguma conexão, teremos de por em prática um plano B, que não é o original e que certamente envolverá certo grau de perda.

          Essa noção de que, de alguma forma, estamos caminhando sempre tentando não perder as conexões (de Deus ou com Deus), ou tentando reencontrar essas conexões perdidas é o motivo de uma ansiedade medrosa e desorientada no mundo evangélico, sendo muito prejudicial na tomada de decisões.

Os cristãos se sentem incapazes de tomar decisões de longo alcance até que tenham uma clara indicação (especial e pessoal) de qual a vontade de Deus.

Decorrente disso, muitos crentes vivem num estado de paralisia interior impedindo que compromissos bons e desejáveis não sejam feitos em função do medo e da dúvida quanto a saber exatamente qual a vontade de Deus para essa ou aquela situação.

A ironia é que quem ensina a busca pelo conhecimento da vontade de Deus de forma direta, também ensina a necessidade de consagração ao serviço cristão imediatamente pela obediência simples aos preceitos cristãos.

Isso tem desenvolvido o conceito equivocado de que há categorias de serviço cristão de primeira classe e de segunda classe.

Os cristãos de 1ª classe são os missionários, ministros e suas esposas, médicos, enfermeiras(os) e professores. Os de 2ª classe são os que se enquadram em outras profissões. A tese é a de que quem busca servir a Deus nessas quatro esferas está mais em sintonia com a vontade de Deus; as demais esferas, ainda que legítimas, são de 2ª classe.

Os cristãos confundem nesse processo seletivo o serviço em si com uma oportunidade melhor para servir. O correto é entender que nenhuma atividade goza de mais privilégio que outra na sua capacidade de oferecer serviço cristão ao próximo. Fazer esse tipo de diferenciação é pura superstição medieval. A ideia vaga de que precisamos de um sinal especial de Deus para saber sua vontade também é superstição.


Santos repletos de medo

          Apesar desse esclarecimento, muitos cristãos acham o processo de tomada de decisão inquietante e problemático; isso porque sentem medo na hora das decisões.

          Há dois tipos de pessoas que falham nas suas decisões: os que se deixam conduzir pela tolice e os que se deixam conduzir pelo medo.

A antiga teoria dos temperamentos coloca no primeiro grupo (tolice) os sanguíneos e os coléricos; e no segundo grupo (medo) os fleumáticos e os melancólicos. As teorias mais modernas os classificam em impulsivos e depressivos.

          Os impulsivos não são suficientemente zelosos no serviço a deus, pois são muito precipitados, superficiais e confiantes demais em si mesmos.

Os depressivos, por sentirem que as coisas são contra eles, não são suficientemente confiantes em Deus para desfrutarem do equilíbrio da sabedoria. Sentem medo demais.

Em linguagem clássica, falta aos primeiros prudência e aos segundos coragem nas decisões.


Motivos de oração:

1.     Oremos para que aprendamos a decidir corretamente dirigidos pelos preceitos bíblicos.

2.     Oremos para que não nos avaliemos e nem aos outros por meio de rótulos.

3.     Oremos para que o medo não tome as rédeas de nossas decisões nem as paralise.

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