Rev. James Robertson Woodson[1]
Nasceu em 13/02/1895 em Auxvasse, Callaway, Missouri, nos EUA. Seu pai
se chamava Willian Frank Woodson (1860-1945) e sua mãe Lucy Frances Woodson.[2]
Seus irmãos eram: Ellen Frances Woodson, Karl Oscar
Woodson, Lloyd Hamilton Woodson, William Reed Woodson e Anna V. Woodson.
Em 1917/1918 alistou-se para ser combatente na I Guerra Mundial.
Casou-se com Jessie Gordon em 24/10/1922 em Louisville, Jefferson,
Kentacky. Ela nasceu em 29/08/1903 em Louisville, Jefferson, estado do
Kentucky, e faleceu em 28/03/2003.
Seus filhos: Anne Woodson (19--), Jane G. Woodson –
04/06/1925 (Jane Woodson Leonard), Thomas G. Woodson (19--) e James Robertson
Woodson (1923).
No início de seu curso no seminário -------, ofereceu-se para ser
missionário no Congo-África; não sendo enviado por falta de recursos
financeiros da Missão. Ao formar-se iniciou seu ministério na igreja de Boechel,
subúrbio de Louisville. Nessa época recebeu a inesperada visita do Rev. James Porter
Smith, filho do Rev. John Rockwell Smith, ambos missionários no Brasil. Ele
convenceu o casal Woodson a vir para o Brasil.[3]
Ele e sua esposa foram admitidos como obreiros da MOB em 1924. Moraram
um ano e pouco em São sebastião do Paraíso a fim de aprenderem o português.
Em
1925, pela sua grande extensão e franca expansão, o campo da missão em Patrocínio,
reclamava ajuda de mais obreiros. A Missão Oeste resolveu enviar o Rev. James
Robertson Woodson e sua família; a esposa, D Jessie, excelente cantora sacra, e
os dois filhos pequenos: Jamy e Ann (nina). Ele assumiu a parte leste e sudeste
do campo, enquanto o Rev. Alva Hardie ficou com a parte oeste e nordeste.
Quando
ele chegou no campo em 25/10/1925, existiam somente duas pequenas escolas
dominicais em toda a região. As cidades não as têm porque não existem lideres
treinados para dirigi-las. “A missão resolveu estabelecer uma escola de
treinamento para leigos em Patrocínio para treinar tais lideres.”[4]
Patrocínio tinha cerca de 5 mil habitantes nessa época.
A presença do Rev. Woodson
foi de fundamental importância para o início do trabalho educacional
protestante em Patrocínio. O tamanho do campo missionário e as dificuldades de
transporte, principalmente na época das chuvas, aliados à abertura de novas igrejas
nas comunidades e das escolas dominicais, tornava necessária a preparação de
pessoal treinado para dar atendimento às comunidades, principalmente as rurais.
Diante dessa realidade e
seguindo a diretriz da MOB de evangelização direta, Woodson solicitou em 1925,
autorização para criar uma escola de preparação de Obreiros Leigos, visando prepara-los
para auxiliar na evangelização do campo missionário e para dar assistência às comunidades
já existentes.[5] Era
a primeira semente do IBEL, que foi chamado inicialmente de Patrocínio College,
e que começou em sua própria casa. Ele
formulou pessoalmente o currículo (exceto o português) e ministrou as aulas de
Teologia, Homilética, História da Igreja, educação cristã e outras. Formaram-se
dois obreiros, sendo um deles o Ev. Divino de Oliveira, bem mais tarde seria
ordenado ao sagrado ministério. Esse obreiro leigo, foi o primeiro enviado para
Goiás em 1938.
Além disso, Woodson era
responsável pelos pontos de pregação abertos na região: Carmo do Paranaíba, Serra
do Salitre, Ibiá, Araxá e vários outros na zona rural.[6]
Assumiu o campo de
Barretos-Jaboticabal em 1931, substituindo o Rev. Willianson, que fora
transferido para outro campo; permanecendo ali até 1934.[7]
Em 1928 foi
transferido para o campo de Araguari, reaberto em 1926 e transferido do
Presbitério de Minas para a Missão Oeste.
Em 1936, mudou-se
para Ribeirão Preto-SP.
Esteve em Buenos
Aires, na Argentina em 1938.
O trabalho
missionário norte-americano ao longo da BR 153 é chamado por alguns de o canto
do cisne das missões norte-americanas no Brasil.[8]
Essa última grande arrancada missionária foi capitaneada em grande parte pelo
Rev. James R. Woodson. Ele criou a Escola de obreiros leigos em Patrocínio em
1924 que iria se tornar o IBEL a partir de 1934. Foi dele a ideia de empregar
obreiros leigos no trabalho da evangelização em Goiás. O Rev. Júlio diz que aos
Pastores Hurst, Woodson e Willianson “O Brasil deve lhes a consagração de suas
vidas”.[9]
O Ev. Waldemar Rose
foi enviado para a região de Uruana na década de 1940 por ele. Fez inúmeras
visitas aos campos do interior de Goiás, partindo de Goiânia acompanhando os evangelistas
que trouxera consigo a fim de trabalharem com ele.
Residiu com sua
família em Uruana em 1955. Voltou a pastorear a Primeira Igreja de Goiânia em
1956, até março de 1957.
Foi pastor da
igreja de Uberlândia-MG em 1957, ano em que o campo foi entregue para a IPB
definitivamente.
O casal adotou como
filha de criação D. Sebastiana..., que hoje mora em Patrocínio, na mesma Rua do
IBEL, uma quadra adiante. Ela testemunhou a forma carinhosa como o casal
conduzia seu ministério e relacionamentos. Ela disse que D. Jessie ganhou
muitas almas para Cristo ensinando crochê para mulheres em sua casa, sendo ela
mesma uma delas.
Woodson era
conhecido por seu zelo piedoso, estudiosos e culto, dotado de simplicidade,
pregação ungida, que às vezes o levava às lágrimas; muito admirado
afetuosamente pelos crentes e alunos que pastoreava e ensinava. Era tolerante e
paciente, mesmo diante de sofrimentos e humilhações morais. Conta-se em
Goiânia, que uma vez jogaram gasolina sobre o seu V-8 estacionado em frente à
Primeira Igreja de Goiânia, e atearam fogo. Embora o fogo tenha danificado
apenas a pintura, ele nem se importou com o incidente.
Segundo o Rev.
Wilson de Castro Ferreira, essa arrancada do trabalho em Goiás exigiu dele e de
sua esposa Jessie zelo, vigor e fé. Eles abriram os campos de Uruana e a partir
dali avançaram pelos trilhos mal batidos das florestas densas da Mata Azul para
frente onde encontramos Rubiataba, Betel, Xixá e outros sem número de pontos de
pregação lançando os alicerces do que se tornaria o Presbitério de Ceres e seus
desdobramentos. Avançavam no lombo dos cavalos, a pé, atravessando correntes e
atoleiros, picados por insetos como os intoleráveis pernilongos e carrapatos
passando noites sem dormir em camas impossíveis a fim de plantarem o que hoje
são prósperas igrejas.
Sobre Goiânia, o
Rev. Wilson descreve: "Apesar de muitas viagens que empreendia, atendendo
ao seu vasto campo, Goiânia também cresceu, construiu seu templo, pagou-o e
lançou os alicerces para a grande obra presbiteriana ali existente, firme e
consolidada. Rev. Jaime sentiu que foi providencialmente guiado por Deus na sua
decisão de ir para Goiânia, aceitar o desafio dos novos campos que se abriam em
Goiás. Por isso mesmo diz ele referindo-se a Goiânia: 'Moramos em Goiânia seis
anos e foram estes os melhores anos gastos no trabalho no Brasil'".[10]
O Rev. Woodson foi pastor da Primeira Igreja de 1940 a 1946, tempo em que
Goiânia já tinha cerca de 25 mil habitantes. Nessa época, Woodson abriu 12
pontos de pregação, tendo Goiânia como centro de atividades. Havia pontos de
pregação há mais de 250 Km da sede![11]
Consta o
seguinte na ata de organização da Primeira Igreja de Goiânia: “Em 1940 no mez
de fevereiro, no dia 4, o Rev. Jaime Woodson, fez uma visita à Goiânia,
preliminarmente, como que preparando-se para melhor escolher seu centro de
trabalho. Então, pregou ele no salão da congregação já em funcionamento. Deste
modo escolheu ele Goiânia, como sede do campo de seu trabalho, transferindo-se
com sua família, para esta Cidade, no 22[12]
de fevereiro de 1940. O Rev. Jaime woodson, foi para Goiânia, o que Paulo foi
para Macedonia, ensentivou sabiamente os trabalhos da congregacão, tanto no
edifício da cosntrução do Templo, quanto na edificação da Igreja, o corpo de
Cristo.”[13]
Quando o
trabalho missionário começou a arrefecer após os anos 1960, Woodson ainda fez
parte da Comissão de diálogo das missões norte-americanas com a IPB. Escreveu uma
breve História da Missão Oeste do Brasil na década de 1960, mencionada pelo Rev.
Wilson de Castro Ferreira, a qual leu perante a Reunião anual da MOB em 1960.[14]
Retornou com a família para os EUA e faleceu em 21/07/1979 em Black
Mountain, Buncombe, Na Carolina do Norte, EUA, tendo sido sepultado no dia
seguinte.
[2] No
seu visto de permanência no Brasil datado de janeiro de 1940, consta o nome de
sua mãe como Fannie Hamilton Woodson.
[3] FERREIRA,
Wilson de Castro. Pequena História da Missão Oeste do Brasil, CEIBEL, p.48.
[4] BEAR, James E. Mission To
Brazil, p.168.
[5] A EVANGELIZAÇÃO PELA EDUCAÇÃO ESCOLAR:
EMBATES ENTRE PRESBITERIANOS E CATÓLICOS EM PATROCÍNIO, MINAS GERAIS
(1924-1933). Cadernos de História da Educação - nº. 2 - jan./dez.
2003, p. 39.
[6] FERREIRA,
Wilson de Castro. Pequena História da Missão Oeste do Brasil, CEIBEL, p.49.
[7] BEAR, James E. Mission To
Brazil, p.165.
[8]
FERREIRA, Júlio A. História da IPB vol. 2, CEP, p.?
[9]
Ibid, p.371.
[10] FERREIRA, Wilson de Castro. Pequena
História da Missão Oeste do Brasil, CEIBEL, 1996, p. 50.
[11] James
Bear fala de pontos de pregação a 160 milhas de distância da capital. BEAR,
James E. Mission to Brazil, p. 187.
[12]
Pode ser “28” .
[13]
Ata de Organização da Igreja Cristã Presbiteriana de Goiânia, 16/05/1948, folha
8. Livro 1, ata 01 (sic).
[14] FERREIRA, Wilson de Castro. Pequena
História da Missão Oeste do Brasil, CEIBEL, 1996, p. 92.