TEMA:
EDUCAÇÃO: A FALÁCIA DA IDEOLOGIA DE GÊNERO
Rev. Helio
O. Silva, STM.
GOIANIA-GO
= 25/02/2017
Introdução:
Quero trabalhar nessa oportunidade dois documentos sobre a questão
da ideologia de Gênero:
O Artigo: A Agenda de Gênero (The Gender Agenda) – Redefinindo a
Igualdade, de Dale O’Leary, de 1997.
E a publicação da Associação Americana de Pediatras, publicado no
facebook em 13/07/2016.[1]
1. O que é “A Agenda de Gênero”?
A Agenda de Gênero (The Gender Agenda) substituiu sem alarde ou
debate a palavra “sexo” por “gênero”, uma palavra mais polida e elegante para
retratar as lutas do feminismo quanto à discriminação sexual e promoção da
igualdade. Discutir “discriminação de gênero” poderia incluir outras lutas.
Duas conferências da ONU foram o pontapé inicial para a inclusão
da ideologia de gênero na agenda das discussões mundiais:
A Conferência Sobre População – Cairo (1994).
A 4ª Conferência Mundial Sobre As Mulheres – Pequim (1995).
A ideologia de gênero é um assunto da agenda do marxismo Cultural,
que enxerga que a única forma de promover a igualdade é eliminar a diferença
dos sexos por meio de uma redefinição de termos e da desconstrução do conceito
de família tradicional.
Para Marx e Engels é preciso eliminar o conceito de propriedade no
qual a primeira propriedade privada é a mulher e que a
opressão das mulheres pelos homens havia sido a primeira opressão de classe.[2] Para eles, a mulher foi possuída
pelo homem no casamento e na família.[3]
Se não houver diferença de sexos, não haverá diferença social.
Para os ideólogos de gênero, “as diferenças
evidentes entre os homens e as mulheres não são naturais, mas foram
construídas, e podem e devem ser modificadas”.[4]
Na conferencia preparatória para a
Conferência da ONU em Pequim 1995, Bella Abzug[5]
apresentou a definição de gênero proposta pelo feminismo e que deveria ser
imposta à sociedade global a partir de Pequim 1995:
“O significado da
palavra gênero evoluiu e se diferenciou da palavra sexo para expressar a
realidade segundo a qual o status e os papéis das mulheres e dos homens são
socialmente construídos e passíveis de modificação”.[6]
Quem são os proponentes da Agenda de Gênero no
mundo?[7]
(1) os
controladores populacionais;
(2) os
libertadores sexuais;
(3) os
ativistas dos direitos gays;
(4) os
multi-culturalistas e promotores do politicamente correto;
(5) os
extremistas ambientais;
(6) os
neo-marxistas progressistas;
(7) os
pós-modernistas desconstrutivistas.
Esses grupos bem que poderiam ser chamados,
segundo o artigo, de “feministas de
gênero”.[8]
Seu principal objetivo era opor-se e neutralizar a ação dos “fundamentalistas”
Quem são os fundamentalistas na visão desses sete grupos?
“Para as feministas o termo fundamentalista não
se restringe aos extremistas muçulmanos ou aos protestantes que sustentam a
inerrância bíblica. Nos painéis de discussão os palestrantes rotularam
católicos, cristãos evangélicos, pro-vidas e quaisquer pessoas que acreditassem
na complementaridade dos homens e das mulheres, ou que sustentassem a
maternidade como uma vocação especial para as mulheres, de “fundamentalistas”.
Dentro desta definição de fundamentalismo a maioria dos Estados Membros da ONU
poderia ser classificada como “fundamentalista”. Mais ainda, também a
Declaração Universal de Direitos Humanos, que defende a liberdade de religião,
a maternidade e a família, teria que ser considerada fundamentalista”.[9]
É preciso fazer uma diferenciação entre o feminismo de equidade e o
feminismo liberal. O feminismo de equidade defendeu e conquistou:
® o direito
das mulheres ao voto,
® ao exercício
da profissão,
® à igual
educação,
Mas o segundo grupo entende como discriminação todas as diferenças
reais (físicas, sexuais, maternidade etc) entre os homens e as mulheres. Esse
feminismo declinou e perdeu influência, e foi finalmente substituído por um
feminismo radical, que quer ir mais longe que o anterior propondo “que é
necessário mudar toda a estrutura social existente para alcançar a liberação da
mulher”.[11]
Portanto, o coração da Agenda de Gênero é a
eliminação da distinção sexual e o controle da reprodução.[12] O grande problema para
essa agenda é: Como vencer a realidade biológica?
Se a “natureza” impede a revolução, ela
simplesmente ignora a “natureza”: “A natureza não é necessariamente
um valor humano. A humanidade já começou a superar a natureza; não podemos mais
justificar a manutenção de um sistema discriminatório de classes sexuais
fundamentadas em sua origem natural”. Citação de “A Dialética do Sexo”, Shulamith Firestone.[13]
Essa proposta leva
inquestionavelmente à total liberação sexual inclusive à pedofilia como algo
normal e aceitável: “Os tabus sexuais com as relações homossexuais
ou entre adultos e menores irão desaparecer, assim como as amizades não
sexuais .... todas as relações próximas irão incluir o físico”.”[14]
2. Por que a Biologia é o principal argumento
contrário a essa agenda?
Nessa oportunidade quero fazer uso de uma matéria publicada no
facebook em 13/07/2016 sobre a posição da Associação
Americana de Pediatras e que julgo oportuno para o nosso tema nesse
acampamento.
A Associação Americana de Pediatras defendeu que os educadores e
legisladores rejeitem todas as políticas que condicionam as crianças a
aceitarem como normal uma vida de personificação química e cirúrgica do sexo
oposto. São os fatos, e não a ideologia, o que determina a realidade. Cito o
documento na íntegra:
1. A
sexualidade humana é um traço biológico binário objetivo:
“XY” e “XX” são marcadores genéticos de saúde, não de um
distúrbio. A norma para o design humano é ser concebido ou como macho ou como
fêmea. A sexualidade humana é binária por design, com o óbvio propósito da
reprodução e florescimento da nossa espécie. Esse princípio é evidente em si
mesmo. Os transtornos extremamente raros de diferenciação sexual (DDSs) —
inclusive, mas não apenas, a feminização testicular e hiperplasia adrenal
congênita — são todos desvios medicamente identificáveis da norma binária
sexual, e são justamente reconhecidos como distúrbios do design humano.
Indivíduos com DDSs não constituem um terceiro sexo.
2. Ninguém
nasce com um gênero. Todos nascem com um sexo biológico.
Gênero (uma consciência e percepção de si mesmo como homem ou
mulher) é um conceito sociológico e psicológico, não um conceito biológico
objetivo. Ninguém nasce com uma consciência de si mesmo como masculino ou
feminino; essa consciência se desenvolve ao longo do tempo e, como todos os
processos de desenvolvimento, pode ser descarrilada por percepções subjetivas,
relacionamentos e experiências adversas da criança, desde a infância.
Pessoas que se identificam como “sentindo-se do sexo oposto” ou
“em algum lugar entre os dois sexos” não constituem um terceiro sexo. Elas
permanecem homens biológicos ou mulheres biológicas.
3. A crença
dele ou dela de ser algo que não é indica, na melhor das hipóteses, um
pensamento confuso.
Quando um menino biologicamente saudável acredita que é uma
menina, ou uma menina biologicamente saudável acredita que é um menino, existe
um problema psicológico objetivo, que está na mente, não no corpo, e deve ser
tratado como tal. Essas crianças sofrem de disforia de gênero (DG). Disforia de
gênero, anteriormente chamada de transtorno de identidade de gênero (TIG), é um
transtorno mental reconhecido pela mais recente edição do Manual de Diagnóstico
e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-V). As teorias
psicodinâmicas e sociais de DG/TIG nunca foram refutadas.
4. A
puberdade não é uma doença – e os hormônios que bloqueiam a puberdade podem ser
perigosos.
Reversíveis ou não, os hormônios que bloqueiam a puberdade induzem
a um estado doentio — a ausência de puberdade — e inibem o crescimento e a
fertilidade em uma criança até então biologicamente saudável.
5. Cerca de
98% dos meninos e 88% das meninas confusos com o próprio gênero acabam
aceitando o seu sexo biológico depois de passarem naturalmente pela puberdade,
segundo o DSM-V.
6. Crianças
que usam bloqueadores da puberdade para personificar o sexo oposto vão requerer
hormônios do outro sexo no fim da adolescência.
Esses hormônios (testosterona e estrogênio) estão associados a
riscos para a saúde, o que inclui, entre outros, o aumento da pressão arterial,
a formação de coágulos sanguíneos, o acidente vascular cerebral e o câncer.
7. O índice
de suicídio é 20 vezes maior entre adultos que usam hormônios do sexo oposto e
se submetem a cirurgias de mudança de sexo.
Isso acontece inclusive
nos países mais afirmativos em relação aos chamados LGBTQ, como a Suécia. Que
pessoa compassiva e razoável seria capaz de condenar crianças e jovens a esse
destino, sabendo que, após a puberdade, cerca de 88% das meninas e 98% dos
meninos vão acabar aceitando a realidade com boa saúde física e mental?
8. É abuso
infantil condicionar crianças a acreditarem que uma vida inteira de
personificação química e cirúrgica do sexo oposto seja normal e saudável.
Endossar a discordância de gênero como normal através da rede
pública de educação e de políticas legais servirá para confundir as crianças e
os pais, levando mais crianças a serem apresentadas às “clínicas de gênero” e
aos medicamentos bloqueadores da puberdade. Isto, por sua vez, praticamente
garante que essas crianças e adolescentes vão “escolher” uma vida inteira de
hormônios cancerígenos e tóxicos do sexo oposto, além de pensarem na
possibilidade da mutilação cirúrgica desnecessária de partes saudáveis do seu
corpo quando forem jovens adultos.
Michelle A.
Cretella, M.D.
Presidente
da Associação Americana de Pediatras
Quentin Van
Meter, M.D.
Vice-Presidente
da Associação Americana de Pediatras Endocrinologista Pediátrico
Paul McHugh,
M.D.
Professor
Universitário de Psiquiatria da Universidade Johns Hopkins Medical School,
detentor de medalha de distinguidos serviços prestados e ex-psiquiatra-chefe do
Johns Hopkins Hospital
“Existem muitos fatores, incluindo
a biologia,
a experiência de vida como homem ou mulher,
a cultura,
a tradição
e as decisões livres da vontade,
trabalham em conjunto para criar as diferenças
entre homens e mulheres”.[15]
Essas diferenças, não podem ser negadas, mas
podem ser compartilhadas no sentido das pessoas se completarem e se
complementarem na construção de uma família que serve e que abençoa uns aos
outros.
O documento de Dale O’Leary ainda afirma:
“As meninas se transformarão em mulheres que
poderão engravidar. Os meninos se transformarão em homens que geralmente serão
mais fortes. Encorajar que as meninas busquem a supremacia nas atividades que
requeiram extrema força corporal, ou os meninos a engravidarem ou a cuidar de
bebês, seria uma estupidez e, de fato, as sociedades nunca o fizeram. Associar
o cuidado dos bebês com as mulheres está longe de ser considerado arbitrário,
quando se sabe que o choro do recém-nascido causa a produção do leite materno”.[16]
Devemos defender uma “complementaridade integral”, afirmando que homens e mulheres são inteiramente iguais em
humanidade, dignidade e direitos, mas diferentes e complementares em natureza.
A raça humana existe somente como masculino e feminino, e as diferenças entre
os sexos dá à humanidade uma profundidade e uma visão que, de outro modo, lhe
faltaria.[17]
Entender que ser diferente é ser desigual, e, portanto, injusto a fim de propor
uma agenda de gênero é, na mais cristalina verdade, uma declaração de guerra à
natureza humana, tanto masculina, quanto feminina.
O que devemos fazer como cristãos?
1. Reafirmamos
a doutrina da criação de Deus como a forma correta de interpretar a vida!
Deus criou homem e mulher. O hermafroditismo não é um terceiro sexo, mas
simplesmente má formação genética, e não serve de base biológica para incluir
comportamentos sexuais pecaminosos como alternativas viáveis de sexualidade!
Nós, cristãos, precisamos parar de tratar
pessoas com problemas assim como sub-humanos, porque isso é pecado diante de
Deus! Todo ser humano traz a imagem de Deus consigo. Todo ser humano traz a
imagem de Deus distorcida
pelo pecado consigo. Os cristãos, mais que qualquer um tem de ter consciência
desse fato, a começar por si mesmo! A justificação do pecado é uma posição que
passamos a viver na presença de Deus por sua exclusiva graça sobre nós e que
nós a oferecemos por mandamento de Deus aos outros na pregação do evangelho
também graciosamente.
2. Assumimos
uma postura mais atenta aos movimentos subversivos da própria vida,
compreendendo que os ataques à fé cristã não vêm apenas de cima como dardos
inflamados do maligno (Ef 6.17), mas também de baixo por meio de torpedos
submersos na fluidez das definições de palavras.
3. Cuidar melhor de nossas famílias.
Precisamos reconhecer e nos arrepender da
opressão masculina a mulheres acontecendo todos os dias dentro de lares
hipocritamente cristãos.
Precisamos reconhecer e nos arrepender da
dissimulação provocativa feminina aos homens acontecendo todos os dias dentro
de lares hipocritamente cristãos.
Precisamos oferecer à sociedade lares mais
estáveis, mais consagrados e mais expressivos quanto aos valores cristãos
exercendo nossos papéis masculinos e femininos dentro do lar mais plenos de
amor, comunhão e gratidão.
[2]
Dale O’Leary. A Agenda
de Gênero, pdf, p.17. http://www.mulheresprogressistas.org/AudioVideo/agendagenero.pdf. acesso em 25/02/2017.
[4]
Ibid, p. 2.
[5] Ex-congressista norte americana e funcionária da ONU
ligada à WEDO (Women's Environment and Development Organization]
ou Organização das Mulheres para o Desenvolvimento
e o Meio Ambiente).
[6]
Dale O’Leary. A Agenda
de Gênero, pdf, p. 13.
[7]
Ibid, p. 2.
[8]
Ibid.
[9]
Ibid, p. 10.
[10]
Ibid, p. 16.
[11]
Ibid, p. 17.
[12]
Ibid, p. 18.
[13]
Shulamith Firestone. A Dialética do Sexo
– Um Estudo da Revolução Feminista. Ed Labor, 1976.
[15]
Ibid, p. 27.
[16]
Ibid, p. 27.
[17]
Ibid, p. 27.