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Da Boca e das Mãos - Efésios 4.29,30


Publicada no Boletim nº 36 
ano XXXIII de 08/09/2013 
da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO.

Rev. Helio O. Silva – 05/09/2013

Da Boca e das Mãos

Depois de ouvir atentamente a exposição das escrituras domingo passado à noite, fiquei a pensar mais uma vez sobre as palavras que saem da minha boca. Paulo afirma em Efésios 4.29 que elas devem ser caracterizadas por três atitudes fundamentais: Boas para a edificação, conforme a necessidade e transmissoras da graça divina. A razão doutrinária apresentada por Paulo é o que consta no verso seguinte: “E não entristeçais o Espírito de Deus no qual fostes selados para o dia da redenção”. Palavras torpes ofendem a irmãos e entristecem o Espírito Santo com o qual Deus nos selou com a marca de sua propriedade, o próprio Espírito Santo habitando em nós!

Mas o pensamento que me veio a seguir é o motivo dessa pastoral. Se o que sai de minha boca deve edificar, ser oportuno e transmitir a graça, como deve ser o que sai de minhas mãos, escrito na forma de texto, digitado num teclado de notebook e por fim publicado nas redes sociais, especialmente no Facebook? Essas palavras devem transmitir o que?

Eu tenho Facebook, Twitter e Blog. Publico neles constantemente e sempre antes de apertar o botão “publicar” eu paro e penso: edifica? É necessário? Transmite a graça de Deus às pessoas? Não foram poucas vezes que retive uma publicação; não foram poucas vezes que retirei uma publicação logo após publicar. Não foram poucas vezes que temi a repercussão!

Fico me perguntando por que vários irmãos que publicam no Facebook o fazem com tamanha negligência, displicência e até mesmo impiedade. Pastores reclamando de pastores e da sua igreja; irmãos alfinetando irmãos; irmãos afrontando seus pastores; jovens compartilhando indecências sem fim; exposição de intimidades particulares e alheias; desabafos ímpios inflados de impiedade, desamor e falta de consideração. Murmurações de ofendidos e ofensores, mágoas, ressentimentos e amarguras totalmente carnais. Basta uma exposição bíblica condenando a falta de moderação na bebida, menos de meia hora depois já tem foto no Facebook de irmãos brindando canecas de cerveja e taças de vinho! Usando de sua liberdade cristã para abraçarem um novo jugo de escravidão e escandalizar velhos e novos convertidos (Gl 5.1,13; Rm 14). Parece que esquecemos a diferença entre o lícito e o ilícito; o conveniente e o inconveniente; o que deve nos dominar e o que nós devemos dominar; entre as obras da carne e o fruto do Espírito! (1 Co 6.12; 10.23; Gl 5.19-26).

            O fato é que no tempo das ações de danos morais impetradas na justiça por qualquer motivo, o anacronismo das publicações ofensivas e ofensoras nas redes sociais se tornou uma rede sinistra para o nosso testemunho, porque como já dizia Salomão, “estás enredado com o que dizem os teus lábios, estás preso com as palavras da tua boca”. (Pv 6:2). Parece que nossas palavras não livram mais, mas ficam de emboscada preanunciando o naufrágio na fé de muitos (Pv 12:6). As palavras bondosas agradam a Deus, não os desígnios do mal! (Pv 15:26).

            Salomão afirma sobre palavras precipitadas: “Quem retém as palavras possui o conhecimento, e o sereno de espírito é homem de inteligência. Até o estulto, quando se cala, é tido por sábio, e o que cerra os lábios, por sábio”. (Pv 17:27-28). “Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há para o insensato do que para ele”. (Pv 29:20). Precisamos entender que do muito escrever e publicar no Facebook, surgirão palavras néscias (Ec 5:3).

Espero mesmo que essa publicação seja sábia, e não néscia! Porque “as palavras dos sábios, ouvidas em silêncio, valem mais do que os gritos de quem governa entre tolos” (Ec 9:17). Palavras tolas devoram a alegria e não transmitem o favor de Deus (Ec 10.12). Quando Salomão terminou de escrever e publicar o Eclesiastes afirmou: “Procurou o Pregador achar palavras agradáveis e escrever com retidão palavras de verdade”. (Ec 12:10). Palavras de verdade e agradáveis ditas com retidão; é um bom princípio para as nossas publicações nas redes sociais, porque se não for assim, certamente essas publicações estarão nas redes, nas redes antissociais.

Com amor, Pr. Hélio.

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