Devocional da Família =
11/10/2012.
Antes Inútil, Agora Útil (Filemon
8-11)
“Ele, antes, te foi inútil,
agora, porém, é útil a ti e a mim”
Filemon 11
Paulo não acreditava
numa comunhão que acontecesse de forma contínua por causa do nosso
relacionamento contínuo com Cristo. Portanto, uma das maiores imaturidades da
Igreja hoje é achar que pode ter ou viver comunhão com os irmãos somente nestes
pequenos espaços de tempo que chamamos de culto ou reuniões de seus departamentos
internos. Comunhão verdadeira é algo maior e mais profundo; que revela
envolvimentos pessoais duradouros e abençoadores entre os irmãos.
I – Dentro da Comunhão em amizade existe
liberdade. (v.8).
“Plena
liberdade” significa a
segurança de poder confiar, aproximar-se e abrir o coração em conversas de
qualquer natureza. O sangue de Cristo nos fez ser irmãos que podem se conhecer
em profundidade sem ter o medo de perder o respeito. Todavia, o limitador de
nossa liberdade é a experiência redentora comum que obtivemos “em Cristo”.
Estar em Cristo é estar debaixo da proteção e da provisão de seu sacrifício na
cruz (Rm 8.1). O sangue de Cristo nos livrou da morte e nos ligou uns aos
outros numa comunhão imperdível, visto que é eterna. Só é possível ter
liberdade para pedir quando há confiança. O Relacionamento entre Paulo e
Filemon era cheio de liberdade e não, carregado de desconfiança.
A liberdade envolve o direito de abrir mão do
direito de ordenar por causa do amor. Paulo é consciente de sua função de
liderança sobre Filemon, é consciente daquilo que é conveniente no trato
delicado da questão de Onésimo, mas a comunhão o liberta para tratar de tudo de
forma carinhosa e amistosa, pois sabe da confiança mútua que existe entre
ambos.
II – Dentro da Comunhão em
Amizade abre-se a porta para solicitações amistosas (v.9).
“Solicito
– te”. A expressão que Paulo
usa aqui é “parakaleô”, que tem o
sentido de “colocar-se do lado e clamar”. Paulo queria falar ao coração de
Filemon, pedir um favor. O amor introduz o direito a um pedido. O pedido de
Paulo é uma intercessão em favor de Onésimo. No Império Romano, um escravo
fugitivo podia ser duramente castigado, sem piedade; havia penas severas para
quem escondesse escravos fugitivos.
Fico pensando... Quanto
limitamos nossa comunhão! Nossa amizade deve ser canal para novas amizades.
Quando Deus converte uma pessoa, acontece a introdução de um novo filho no
relacionamento. A conversão é um nascer de novo (Jo 3.3-8). Paulo não pede
exclusivismo, mas uma abertura ainda maior, capaz de ver e se alegrar com mais
um escravo livre. Um escravo que se tornou irmão!
II – Dentro da comunhão em amizade o inútil
se torna útil (V.11).
O nome Onésimo significa “útil”. Tudo o que
Onésimo não era para Filemon naquele momento, pois se tornara um escravo
fugitivo. A fuga e o prejuízo haviam criado a inutilidade. Não é assim quando
nos desentendemos? O irmão se torna inútil para nós. Dele não virá crescimento
ou alegria, mas tristeza. Sem o perdão nosso olhar passa a ser acusador.
O perdão, entretanto, divide as coisas em Antes
e agora. Paulo é enfático ao contrastar, não, entre “antes” e “depois”; mas
entre “antes” e “agora”. Ele lança a ênfase no agora porque a transformação
pelo perdão tem caráter imediato. Ficar esperando para depois perdoar é
acreditar na hipótese furada de que o tempo é que cura as feridas. Mas se
perdoamos logo, o ofensor é transformado pelo perdão de Cristo através de nós,
de inútil para útil. Não
perdoar é privar-se da bênção presente da comunhão! Comunhão sem
perdão é egoísmo disfarçado, é viver do desejo e da mentira, longe da verdade.
Dentro da comunhão, todos nós fomos
transformados por Deus em agentes de transformação por meio do perdão. Quem foi
perdoado é chamado a viver e a praticar o perdão.