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13 = 2 Pedro 2.10-22 - a Nulidade dos Falsos Mestres



Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Fortalecendo a Fé dos Cristãos
Liderança: Pr. Hélio O. Silva e Sem. Rogério Bernardes.
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13 = 2 Pedro 2.10-22 – A Nulidade dos Falsos Mestres.                    (21/11/2012)
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Introdução:
O Dr. Lloyd-Jones saltou esse parágrafo em sua série de exposições em 2Pedro. Esse esboço visa suprir essa lacuna deixada por ele.
Pedro abre um grande parêntesis para especificar detalhes do comportamento dos falsos mestres.

I.         os falsos mestres seguem os ditames da carne (v.10-17).
Pedro vai direto ao ponto ao colocar a carne (natureza humana pecaminosa) como a raiz motivadora das ações dos falsos mestres. No fundo, eles sempre procurarão agradar a si mesmos e não a Deus com as suas idéias e práticas. Eles são movidos por paixões carnais e não por amor ao evangelho e à igreja.

a)      Comportam-se de modo insolente para com as autoridades superiores (v.10,11).
®    Atrevidos e arrogantes.
Atrevimento é uma ousadia impensada que desafia os superiores, enquanto que a arrogância é a obstinação firme no propósito de agradar a si mesmo custe o que custar. Essa postura é baseada na falta de temor de seus corações. Essa atitude se volta contra a liderança eclesiástica fiel, que sempre é a primeira barreira contra a entrada do falso ensino na igreja,
®    Menosprezam qualquer governo.
®    Difamam autoridades superiores.
Menosprezo e difamação é a estratégia para minar a autoridade. Absalão fez isso com seu pai Davi a fim de lhe tomar o governo de Israel. Funciona até que as verdadeiras intenções são desmascaradas pela palavra de Deus.

b)     Nem os anjos fazem assim! (v.12)
®    Maiores em força e poder.
®    Não proferem juízo infamante na presença do Senhor.
Os anjos não contra as autoridades superiores a eles, ou seja, não difamam a Cristo o Seu Senhor jamais. Pode ser também que eles não difamam àqueles que Deus deu autoridade aqui na terra.

c)      Falam mal daquilo em que são ignorantes (v.12).
Eles são irracionais e confundem sua própria excitação com a plenitude do Espírito Santo. A ação do Espírito é reconhecida na renovação moral e não em manifestações exteriores de liberdade espiritual! Como a graça não alcançou o seu coração seus ensinos nunca expressão o verdadeiro significado da graça. Eles blasfemam porque não entendem; eles blasfemam o que não entendem.

d)     Praticam a injustiça (v.13).
Como não reconhecem autoridades superiores não agem com justiça.

e)      Regalam-se nas suas próprias mistificações com luxúria (v.13).
O seu prazer não está na verdade, mas nas suas criações místicas a respeito dela. Pedro interpreta essa atitude como luxúria, a busca pelo prazer próprio a todo custo. Seu prazer está somente em si mesmo, em agradar a si próprio. A palavra traduzida por mistificações é uma referência literal a “festas de amor fingido”, apontando para a deturpação da festa ágape cristã.

f)       Olhos cheios de adultério e insaciedade (v.14).
Pedro os chama de glutões e adúlteros. Têm prazer em festividades onde possam posar de sábios e ganhar homenagens. Pedro liga as questões fisiológicas às espirituais. O alvo de sua insaciedade é o estômago, mas também a capacidade de buscar seguidores que dêem ouvidos às suas inverdades. Imoralidade e gula são associadas ao culto pagão onde Cristo não é reconhecido. Um culto deformado jamais produzirá uma fé reformada! A deformidade de seu caráter é o oposto da perfeição do caráter de Cristo. “A concupiscência frequentemente deleita-se em vestir-se de roupas religiosas” (Michael Green).[1]

g)      Seguem o caminho de Balaão – amam o prêmio da injustiça (v.15,16).
O caminho de Balaão é um caminho de extravio do reto caminho. Balaão ouviu mais a sua própria cobiça que o conselho de Deus. Os falsos mestres treinam a si mesmos e seus seguidores na avareza e pelas coisas proibidas.

h)     Todos receberão a sua justa condenação (v.12).
Nenhum desses pecados ficará sem punição, pois todos estão debaixo da maldição divina.

II.                Os Falsos mestres são escravos da sua própria corrupção (v.17-22).

a)      Uma fé nula – fonte sem água/ névoa impelida por temporal (v.17).
Os dois exemplos representam a improdutividade e a natureza insatisfatória da falsa doutrina. Ela não mata a sede e nem tem a estabilidade de uma nuvem carregada que rega a terra para o cultivo. O ensino falso é uma sensação nas salas de aula, mas uma decepção na vida prática.

b)     Seu ensino é vaidade e engano carnal (v.18).
Palavras jactanciosas são “palavras inchadas”, cheias de oratória, mas sem conteúdo verdadeiro. Sua isca é dupla: linguagem pomposa associada a  licenciosidade. Pregavam uma salvação desvinculada da necessidade de mudança ética. Seu alvo principal são aqueles que acabaram de romper os grilhões do pecado, ou seja, os novos convertidos à fé cristã.

c)      São escravos da corrupção (v.19).
Pedro denuncia os falsos mestres como pessoas ainda escravas do pecado. Eles não são salvos, são apenas pessoas que se uniram à igreja para tirar proveito disso.

d)     Seu último estado espiritual é pior que o anterior (v.20,21).
®    Escapado do mundo – enredados e vencidos pelo mundo.
®    Conhecer o caminho e apartar-se do santo mandamento.
A ilustração de Pedro é que eles não alcançaram a salvação pois ficaram presos nas redes do mundo e da carne, como as sementes que não caíram na terra boa (Mt 13).

e)      Apesar de estarem na igreja, não conhecem a regeneração de Cristo (v.22)
®    O cão que come o seu próprio vômito / a porca lavada que volta para o lamaçal.
Dois exemplos que causam repulsa. Pedro enfatiza a necessidade da mudança na natureza. Não adianta lavar uma porca, pois, por ser porca, naturalmente voltará para a lama após o banho. O cão que gosta de carniça como o próprio vômito! Se a natureza não muda, não houve salvação, é o argumento de Pedro.É preciso ter havido mudança de caráter a fim de a salvação tornar-se manifesta.

Conclusão: Como não cair em sua rede? Capítulo 3.
1.      Apegar-se à palavra da verdade.

2.      Não se deixar enganar pela aparência dos tempos.

3.      Aguardar o juízo divino sobre os falsos mestres e seus seguidores.

[1] Michael Green, 2 Pedro e Judas, Introdução e Comentário, Vida Nova, p.106.

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