Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Graça Que Transforma
Liderança: Rev. Hélio O. Silva.
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8 e 9 = SANTIDADE: UM PRESENTE DE DEUS 28/03/2012
Graça Que Transforma – Jerry Bridges, ECC, p. 101-116.
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Hebreus 10.9,10.
O nosso grande erro é tentar encontrar em nós o que só pode ser encontrado em Cristo (paráfrase a A.W.Pink).
Viver pela graça é viver somente pelos méritos de Cristo. O nosso relacionamento com Deus é garantido por nossa união eterna com Cristo. Nossas melhores ações não podem nos avalizar diante de Deus (Is 64.6). Contudo Deus requer a perfeição (Mt 5.48; Sl 119.96).
Santificação é essencialmente conformidade com o caráter moral de Deus (p.102). A santificação é tanto um processo como também uma dádiva que já possuímos em Cristo. Nós já a temos em Cristo e nela devemos crescer mais e mais. Dessa forma a santidade é tanto objetiva (estar em Cristo) como subjetiva (produzida em nós pelo Espírito Santo). Todavia, mesmo assim, ambas são dons da graça de Deus.
1. Cristo: Nossa Santidade.
Nós os que cremos pertencemos a Cristo (I Co 1.30), mas ele também se tornou para nós justiça santidade e redenção. Veja: Cristo é a nossa santificação! Sem Cristo estamos definitivamente separados de Deus, mas nele a nossa sujeira moral também é removida. O fato é que a oferta única de Cristo na cruz proveu para nós também a santificação (Hb 10.10,14).
Nós somos objetivamente aperfeiçoados para sempre por meio da imputação da santidade de Cristo a nós e subjetivamente pela ação vivificante do Espírito Santo. A ação interna e subjetiva do Espírito Santo não é a base de nosso relacionamento com Deus, mas a obra objetiva e externa de Cristo a nosso favor. O papel do Espírito Santo é aplicar dentro de nós o que Cristo realizou definitivamente fora de nós (Ef 1.4; Cl 1.22). Quando Deus olha para nós não vê o nosso desempenho, mas o de Cristo, que é perfeito. A nossa união com Cristo é que nos torna aceitáveis na presença de Deus (Ef 1.6).
2. Santificação Vivencial.
O objetivo final de Deus é que nos conformemos à semelhança de Cristo plenamente (Rm 8.29, Tt 2.14). A santificação como um processo progressivo e crescente é instalada em nós no momento da justificação nunca depois. A santificação como mudança e crescimento começa na regeneração. Embora justificação e santificação sejam aspectos distintos da salvação, não podem ser separadas. Deus não dá uma sem a outra (são como calça e paletó de um terno).
A ação santificadora instantânea do Espírito Santo recebe várias descrições diferentes na Bíblia: “Lavar regenerador”; “dar vida”; “ser nova criatura” e “dar um coração novo” (Tt 3.5; Ef 2.1-5; 2 Co 5.17; Ez 36.26,27). Quando o Espírito nos dá a nova vida, adquirimos junto uma nova disposição para com Deus e a sua Lei (Sl 40.8). O ser nova criatura e o viver para Deus, tudo provém de Deus (II Co 5.17,18). A Bíblia deixa claro que a moral humana e a submissão à Lei de Deus são duas coisas completamente diferentes, pois pessoas podem ser muito religiosas e mesmo assim não conhecerem a graça de Deus em Cristo. A moral humana vem da cultura e da vivência familiar, a submissão à Lei de Deus vem do amor a como resposta à sua graça. A moral humana é tão hostil para com Deus quanto o mais endurecido pecador (p.108).
A santificação iniciada pelo Espírito em nós transforma a nossa atitude (Rm 7.22; 1 Jo 5.3)
3. Morremos para a Lei.
A razão dessa nova atitude é que morremos para a Lei. Embora pareça estranho afirmar isso diante do papel santificador da Lei, vale lembrar que a Lei exige obediência sem oferecer o poder capacitador para tanto. Nesse sentido ela é um jugo, provocando e nos incitando a pecar (Rm 8.7; 7.7,8) [p.108]. Nós morremos para essa Lei, como? (1) Como requisito para se obter justiça diante de Deus (Rm 3.20; 6.14); (2) Como maldição e condenação resultante de nossa incapacidade desobedecê-la perfeitamente (Gl 3.10). Estar sob a Lei significa estar sob a ira divina contra o pecado, mas estar sob a graça significa estar sob o perdão da justificação em Cristo. Logo, morrer para Lei significa morrer para todo o estado de condenação, maldição e alienação de Deus (p.109).
Qual o propósito de termos morrido para a Lei? Foi para que vivêssemos para dar frutos para Deus, para servirmos a Deus (Rm 7.6). Viver na graça não significa viver sob uma nova ética menos rigorosa, porque não é o conteúdo da Lei que muda, mas a nossa razão e capacidade para obedecê-la. Servir a Deus só é possível se vivermos pela graça e não pelas obras. Veja o contraste:
Diante do gráfico acima, como você se vê? Você pode identificar a graça agindo na sua vinda ou tenta “se virar” por meio do velho código? Morrer para a Lei e viver para Deus é a verdade do evangelho gracioso, não é algo que achemos ser bom demais para ser verdade! Rm 7.6).
Nossa natureza pecadora é tanto legalista como vendida ao pecado, logo, para vivermos na graça temos de resistir tanto ao legalismo como à tentação do pecado (p.111).
4. Crescer à semelhança de Cristo.
Quando Deus nos leva ao seu reino, não nos deixa por nossa conta, ele continua trabalhando em nós para nos tornarmos semelhantes ao seu Filho (Fp 1.6). A natureza progressiva da santificação após a justificação e a santificação inicial é ensinada claramente no Novo Testamento (Rm 12.2; 2 Co 3.18). A palavra chave nesses dois textos é transformar. Nos dois textos o verbo está no presente (continuidade) e na voz passiva (recebe-se a ação). A santificação é operada em nós e não por nós! Mostrar isso não nega a nossa participação ativa na santificação, mas enfatiza ação prerrogativa da graça divina no processo (Fp 2.12,13). Não podemos ler o verso 12 sem o verso 13 subseqüente. Podemos cooperar porque Deus está agindo continuamente em nós! Sem a ação do Espírito não conseguimos fazer a nossa parte, mas ele não depende de nós para fazer a sua parte.
Essa dependência do Espírito na santificação não é algo comum, mas uma necessidade premente. Sem a ação do Espírito simplesmente não conseguimos cooperar com ele. Se o Espírito Santo não produzir o seu fruto em nós, nós não o produziremos de forma alguma (Gl 5.22; Cl 3.12-15). A única “coisa” que sabemos e podemos produzir por nós mesmos são as obras da carne (Gl 5.19-21). Só o Espírito Santo pode orquestrar o nosso desenvolvimento espiritual.
Conclusão:
Na nossa santificação somos tanto responsáveis como dependentes; devemos nos revestir do caráter de Cristo e dependemos do Espírito para fazê-lo. Nossa santificação é objetiva, implantada de forma definitiva inicialmente pela ação do Espírito e se torna experimental na medida em que nos revestimos de Cristo dependendo da frutificação operada pelo Espírito em nós.