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Lucas 1.46-56 = Que Deus Magnífico! O Cântico de Maria




Lucas 1.46-56: Que Deus Magnífico! - O Cântico de Maria



          A fé cristã é uma fé que canta. Todavia ela não canta qualquer coisa, pois canta o que crê. É exatamente por cantar sua crença que também não canta de qualquer jeito. Seu canto tem raízes profundas na revelação de Deus e na história de sua caminhada. Ao voltarmos nossos olhos paras os cantos do Natal em Lucas constatamos e ressaltamos isto: Nós cantamos a verdade!


Lucas fez uma acurada narrativa histórica da vida de Cristo na terra a fim de que Teófilo pudesse obter “uma exposição em ordem” e tivesse “plena certeza das verdades em que foi instruído” (Lc 1.3b,4). É óbvio que a intenção clara de Lucas é convencer seus leitores sobre a exatidão histórica das tradições cristãs.


Ao fazer isso Lucas nos mostra que uma narrativa histórica é composta não somente do fato cru, mas das ações e reações das pessoas nele envolvidas. Os cantos apresentados por ele no capítulo 1 e 2 de seu evangelho trazem à luz as reações das pessoas às ações de Deus a seu favor. Sejamos específicos.

®   As ações históricas de Deus transformam vidas. Um casal idoso pode experimentar as alegrias da paternidade e da maternidade (Zacarias e Isabel).

®   A fé envolve todo o nosso ser (mente-vontade–emoções). A verdade pode ser testemunhada por palavras e por canções!

®   Nossas experiências com Deus devem ser interpretadas sempre à luz de sua palavra.


Por essa razão, olhando mais de perto o cântico de Maria observamos o quanto ele é parecido com o cântico de Ana em 1 Samuel 2.1-10. Na viagem de 4 dias que Maria gastou para chegar à casa de Isabel, ela vinha meditando na história bíblica de Ana, e nessa meditação bíblica encontrou a poesia de seu testemunho pessoal da ação de Deus na sua vida! Ele compôs o que a história chama de: o Magnificat! Como Deus é magnífico!


Maria canta que a grandeza de Deus não o impede de contemplar os humildes (v. 46-50). Ela o engrandece porque Ele já alegrou o seu coração (v.46,47) e porque foi muito agraciada por ele (v. 48). Ela o engradece porque ele é poderoso, santo e misericordioso. Ela é serva e Ele é o Senhor. Ela é pecadora e Ele é o salvador. Ela é digna de condenação e Ele é misericordioso.


Maria canta que a grandeza de Deus elimina o intento dos maus (V. 51-53). Ele dispersa os soberbos (v. 51), Ele derruba do trono os poderosos (v.52) e Ele despede vazios os ricos (v.53); pois quem ama essas coisas contemplará de mãos vazias a riqueza da graça nas vidas dos eleitos de Deus! A última palavra na história não está com os soberbos, nem com os poderosos e nem com os ricos, mas com Deus (Jr 9.23).


Maria canta que a grandeza de Deus se manifesta no cumprimento de antigas promessas feitas ao seu povo (v.54,55). Ele ampara o seu povo; lembra-se de sua misericórdia e cumpre suas promessas!


Maria canta a sua fé, fé que aprendeu de seus pais e se vê, como de fato é, uma descendente de Abraão pelo sangue e pela fé na mesma promessa!


         Nesse Natal, Lembremo-nos de quem somos e porque cantamos. Somos uma igreja de servos que se tornaram muito favorecidos da parte de Deus.


Lembremo-nos de que cântico não é só canto. É uma expressão fidedigna das nossas experiências com Deus em toda sua pobreza ou profundidade!

®   O canto cristão é testemunho da ação verdadeira de Deus, por isso é expressão de relacionamento com Deus.

®   O canto cristão é expressão doutrinária da nossa fé, por isso vem da nossa relação de andar e aprender com Deus.

®   O canto cristão é poesia que encanta, por isso não serve aos interesses comerciais e consumistas de nosso tempo!

®   O canto cristão canta a nossa esperança que repousa tranqüila e submissa nas promessas da aliança de Deus.


Cantemos a verdade da nossa fé, a história que aprendemos de Deus sobre as ações de Deus a nosso favor.
                                                                          
                                                                 Com amor, Pr. Helio.


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