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Atos 11 = Cristãos!

Antigo Mosteiro de São Simão - Antioquia da Síria

®   Atos 11: Cristãos!
Rev. Helio de Oliveira Silva.

A igreja não está imune às influenciais culturais, raciais e econômicas de seu tempo. Ela tem de lidar com tudo isso e manter seu testemunho fiel a Cristo. A conversão da família de Cornélio narrada no capítulo anterior trouxe novamente suspeita e dificuldades dentro da igreja de Jerusalém. Havia na igreja grupos que defendiam suas ações cristãs a partir de sua raça, cultura e condição, por isso questionaram a ação de Pedro em Cesaréia. Todavia, o testemunho ordenado de Pedro apaziguou o coração da igreja em Jerusalém demonstrando que a ação de Deus por meio do Espírito Santo supera todas essas coisas. Raça, cultura, economia, status social; tudo isso deve se submeter à proclamação da boa nova salvadora do Evangelho. Sem ignorar essas coisas, o evangelho as reorganiza para o serviço cristão.

Nesse contexto acontece a plantação da igreja gentílica de Antioquia da Síria. Os plantadores dessa igreja não vieram de Jerusalém, mas de Cirene e Chipre. Logo, a proclamação do evangelho e a plantação de igrejas não é uma questão de hegemonia ou hierarquia, mas da “ocasionalidade” da graça, ou seja, nem sempre é a estratégia que determina a ocasião e o investimento, mas é a ocasião que define a oportunidade, a estratégia e o investimento! Embora uma coisa não exclua a outra, nem uma nem outra devem ser superestimadas e nem subestimadas, mas avaliadas em conjunto. O que determina o surgimento e o crescimento de uma igreja é a ação de Deus na vida daqueles que foram transformados pelo evangelho e o testemunham por passam e escolhem viver.

Os apóstolos enviaram para ver as coisas um conterrâneo dos fundadores, Barnabé, natural de Chipre (At 4.36). Ele sonda, se alegra, trabalha e busca ajuda apropriada. Interessante ele se lembrar de Saulo depois de alguns anos! (Gl 1.17-24). Como é bom saber que Deus não deixa no esquecimento aqueles que Ele quer usar, por isso, busca-os onde estiverem!

O fruto do pastoreio por meio do ensino correto produz mobilizações, ativa o testemunho e provoca reações. Agora temos alcunha, somos “cristãos”, ou melhor, “pequenos cristos”. Não importa se é pejorativo ou vise desdenhar da fé, o fato é que cai bem para aprendizes comprometidos com o seu professor. Ser chamados de cristãos nos liga diretamente àquele em quem cremos e que nos salvou perdoando os nossos pecados. Ser um “pequeno cristo” é um privilegio visto do ponto de vista de quem se rendeu ao salvador que carregou sua cruz por nós!


Lucas termina esse capítulo falando de fome e de socorro. A medida de nossa participação no socorro e na comunhão com outros cristãos são as nossas posses (11.29). E quem recebe e administra os donativos são os presbíteros da igreja (11.30). Esse evento aconteceu no tempo do imperador Cláudio (41-54 dC) e de Herodes Agripa I (41-44 dC) [11.28 e 12.1]. A igreja vive na história e participa dela ajudando como pode em obediência ao mesmo amor divino que a conquistou e lhe deu o exemplo, isso é o que nos faz ser cristãos (Jo 3.16; 1 Jo 4.19). 

Com amor, Pr. Helio.

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