Hélio O. Silva = 02/11/2010 A Era da Sexualidade Polimorfa
O termo “perversidade polimorfa” foi cunhado em 1909 por Sigmund Freud referindo-se ao seu entendimento da sexualidade infantil. Para ele a sexualidade infantil é polimorfamente perversa no sentido de que a criança está pronta para demonstrar qualquer tipo de comportamento sexual sem qualquer restrição. Para ele os papéis heterossexuais das crianças são definidos mediante repressão por meio de pressão psicológica, ordem social e tradição. Valores como a criação e a revelação bíblica nem sequer são considerados na composição de seu conceito da sexualidade humana.
Na década de 1960, o filósofo Herbert Marcuse publicou um livro intitulado “Eros e Civilização”, utilizando o conceito de Freud e redefiniu a sexualidade em termos de libertação, ou seja, a verdadeira sexualidade se alcança pela libertação dos fatores repressivos da sociedade, o que significa um retorno à perversidade polimorfa da infância freudiana. Esse conceito evoluiu para a “sexualidade polimorfa” e está na base da agenda homossexual contra o casamento heterossexual e a família como ensinada e vivida pelo cristianismo. Sua principal estratégia tem sido redefinir os termos a fim de desconstruir os conceitos tradicionais da sexualidade humana moldados pelo cristianismo. Sua revolução sexual marcha em sete frentes de combate contra o cristianismo:
Na psicologia redefine homossexualidade de algo que as pessoas “fazem” para algo que as pessoas “são”. A homossexualidade deixa de ser uma prática para ser uma questão da natureza das pessoas. Na medicina, a homossexualidade deixou de ser considerada uma desordem mental e passou ser considerada um estado normal da conduta humana. Na política organiza-se várias frentes de ação política a fim de forçar a sociedade ao reconhecimento da homossexualidade pela pressão do número e do voto. Na jurisprudência muda-se a discussão do que é “certo ou errado” para aquilo que é “direito do cidadão”. Na educação o alvo é separar as crianças da autoridade preconceituosa e repressiva dos pais por meio da inclusão de ensinamentos de “sexualidade abrangente” nos currículos escolares. Sexualidade abrangente não significa aprofundamento no significado do sexo em si, mas a aceitação da agenda homossexual quando ensina que tudo é moralmente aceitável desde que traga satisfação pessoal. Na cultura, os meios de comunicação produzem uma superexposição ao tema da homossexualidade a fim de torná-lo natural e normal. Personagens são criados de forma a mostrar a homossexualidade como algo agradável e personagens históricos tem suas histórias recontadas de forma a ideologizar as pessoas convertendo-as à causa homossexual. Sua intenção é mostrar na mídia que a aceitação da homossexualidade é uma tendência predominante e não uma cruzada ideológica para cumprir a agenda de um determinado grupo social. Na teologia, ou há a rejeição obstinada das escrituras ou promove-se a subversão hermenêutica por meio da redefinição e reinterpretação dos textos bíblicos afins. Por exemplo, o pecado de Sodoma e Gomorra não foi a homossexualidade, mas a inospitabilidade. Romanos 1 não trata de pecados homossexuais, porque Paulo nada sabia sobre “orientação sexual”; portanto pecar contra a “natureza” na verdade significa pecar contra “a própria natureza”, ou seja, atos homossexuais só são pecados quando cometidos por pessoas de orientação sexual heterossexual, mas não por um homossexual declarado.
Diante dessa agenda, o que o cristianismo deve fazer?
Primeiro: Agir em todas as frentes. Não podemos simplesmente aceitar que uma redefinição de termos resolva os profundos problemas da natureza humana. Isso é engano e o engano nunca nos levará àquilo que é bom. Uma coisa não deixa de ser o que é só porque mudamos o seu nome. O leão não ficará manso só porque foi rebatizado com o nome de “gatinho”.
Segundo: dar testemunho da verdade dizendo as coisas certas e fazendo as coisas certas. Nossos casamentos e famílias devem existir para mostrar a suprema beleza do propósito eterno de Deus. Se a insanidade, a irracionalidade e a anarquia governam o mundo, elas não nos governarão (I Jo 2.15-17).
Terceiro: Ser igrejas com casamentos fiéis e famílias saudáveis, por meio da aceitação e vivência dos valores cristãos em sua inteireza e ensiná-los positivamente aos nossos filhos. A nossa incoerência é nossa maior inimiga, não a agenda homossexual.
Quarto: Resgatar os que perecem e amar os inimigos (Mt 5.43-48). Quando eles caírem doentes e entrarem em desespero deverão ser as nossas mãos estendidas que os levantarão para a esperança e para uma nova vida. Devemos resgatar os que perecem e amar aos ímpios porque nós mesmos éramos assim (Rm 5.5-10).
Com amor, Pr. Hélio (www.revhelio.blogspot.com)
Leia mais em: Desejo e Engano, R. Albert Mohler Jr, Ed. FIEL.