Respondendo ao Insensato nas Mídias Sociais
“Não respondas ao insensato
segundo a sua estultícia, para que não te faças semelhante a ele. 5
Ao insensato responde segundo a sua estultícia, para que não seja ele sábio aos
seus próprios olhos” (Provérbios 26:4-5).
Como assim? Eu
posso ou não posso responder a um insensato? Ou melhor, como arrazoar com quem
não quer ser razoável?
Esses dois
provérbios foram colocados juntos propositadamente, do contrário, teríamos uma
contradição verdadeira nas Escrituras. Estão juntos para nos levar a refletir
sobre o “sim” e o “não” numa conversa que sabemos não vai acabar bem por causa
do interlocutor - O insensato! Esses
provérbios nos lembram que devemos refletir sempre antes de responder à
insensatez.
Em Provérbios,
o “insensato” é o estúpido (késîl), o estulto (iéwîl)) e o grosso
(nabal). O estúpido é o distraído, que não ama a sabedoria, nem
reverencia a verdade, mas que se considera sábio a seus próprios olhos e gosta
de exprimir suas opiniões sem pensar no seu conteúdo (Pv 15.14;17.10,24). O
estulto é o teimoso, briguento e sem freio, tornando-se insolente e agressivo em
debates (Pv 20.3; 27.3; 29.9). O grosso é o insensato a quem ninguém consegue
falar, visto que rejeitou o primeiro princípio da sabedoria - o temor do
Senhor. O exemplo bíblico mais comum é o marido de Abigail, Nabal (a palavra nabal
aparece em Pv 17.7; 30.22,32).
Deveríamos exercitar
essa reflexão sempre que somos atraídos ou desafiados para o debate público nas
mídias sociais (Whats up, Instagram, Facebook ou Twiter). Precisávamos
exercitar a sabedoria e não a insensatez ao digitar palavras fortes, em torno
de opiniões grosseiras que nos afrontam, para não colocarmos nosso testemunho
cristão em risco nivelando-o por baixo, pelo nível das provocações e acusações
que recebemos. Há dois textos bíblicos que precisamos praticar sempre:
“Não saia
da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para
edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E
não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da
redenção” (Efésios 4:29-30). Isso edifica? Isso é necessário? Isso
transmite a graça de Deus ao outro? Quando esses critérios não governam nossas
palavras, entristecemos ao Espírito Santo, que habita em nós, e abraçamos a
insensatez.
“Portai-vos
com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai as oportunidades. A vossa
palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis
responder a cada um” (Colossenses 4:5-6). Estou aproveitando ou
desperdiçando uma oportunidade? Uma palavra agradável, temperada com sal não apreciará
o uso do sarcasmo, da ironia, do menosprezo, do deboche ou da violência verbal,
na argumentação. A força de nossos argumentos não está nos recursos
linguísticos e nas figuras de estilo, mas na verdade (2 Coríntios 12.6; 13.8 - não
serei néscio, pois direi a verdade). Não abrace a insensatez, pratique a
sabedoria.
Lembrem-se
sempre que a sabedoria de Deus é loucura para o mundo (1 Coríntios 1.18-25),
mas ela é que triunfará no final! Com amor, Pr. Helio.