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O Primeiro Culto Calvinista nas Américas - 10/03/1557


Pastoral:                           O Primeiro Culto Calvinista nas Américas

Hélio O. Silva = 06/03/2019                   
        

         “Em ti exultarão os justos, rejubilando em tua paz. De todo o mal os guardarás, pois tua lei, ó Deus conhecem e te obedecem”. Esse foi o coro final do primeiro hino evangélico cantado nas Américas, no dia 10 de março de 1557, num pequeno salão do Forte Coligny, no centro da ilha conhecida hoje pelo nome de Ilha de Villegaignon. Sendo baseado no Salmo 5, uma versão mais moderna desse hino é o número 122 do Hinário Novo Cântico. 

           O pequenino grupo de 14 irmãos depositava no cântico do Saltério de Genebra as suas esperanças de terem encontrado uma terra boa e de que vinham trazendo consigo uma nova fé, livre de perseguições estatais e católicas, como acontecia na França.

Naquela noite de quarta-feira, Villeigagnon reuniu todos os habitantes do local e o Rev. Pierre Richier, enviado ao Brasil pelo próprio João Calvino, abriu o culto com uma oração. O seu sermão fora despretensioso, mas muito acolhedor, pois expressava uma esperança comum, completamente voltada para Deus, do qual esperava uma resposta de benção. Ele pregou baseado no Salmo 27.4. Apenas uma coisa era pedida a Deus, que aquele pequenino rebanho pudesse habitar em sua santa casa, contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo. As palavras do Salmo afirmavam a segurança e o descanso merecido de uma viagem tão longa atravessando o oceano até chegarem ao Brasil. 

Terminado o culto, o povo dispersou-se e os recém-chegados permaneceram juntos na mesma sala, onde fizeram sua primeira refeição brasileira : Farinha feita de raízes, peixe moqueado (assado à moda indígena) e outras raízes assadas no borralho, acompanhados por água colhida de chuva por meio de uma calha (de aparência esverdinhada e de odor malcheiroso), pois não havia fonte, rio ou cisterna na ilha, mas que mesmo assim, parecia-lhes melhor que a água do navio!

O sr. Du Pont (líder da expedição) e os dois pastores (Pierre Richier e Guillaume Chartier) foram hospedados numa sala semelhante no Forte, e os demais, num casebre coberto de palha à beira mar, onde dormiram em redes.

Esse episódio faz parte da primeira tentativa de implantar a fé reformada no Brasil e deve nos fazer lembrar que nunca alcançaremos vitória se não aprendermos com os nossos fracassos e que sempre pregamos o Evangelho como ovelhas no meio de lobos, sempre movidos pela fé e pela esperança. 
                                                                      Com amor, Pr. Hélio.


Fonte: Jean de Léry - Viagem à Terra do Brasil, Ed. Itatiaia, Belo Horizonte, 2007, p. 85,86.

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