A Intolerância dos Tolerantes
O dia 21 de janeiro
foi escolhido como o Dia Nacional de combate à Intolerância Religiosa e o
slogan escolhido estampa a seguinte afirmação: “Estudos apontam a existência de mais de 10 mil religiões no mundo. E
você, sinceramente, acha que só a sua é correta e boa?”
Desde os tempos do
Iluminismo e durante toda a Idade Moderna, os estudiosos estavam aguardando que
a religião desaparecesse. Isso não aconteceu. O homem moderno era simplesmente
incapaz de lidar com o sobrenatural.
A posmodernidade
reabriu o interesse nas questões do espírito e do vazio que ocupa o lugar de
Deus no coração do homem, todavia, o pós-modernismo procura substituir o
racionalismo pelo irracionalismo na abertura e na busca de uma religiosidade sem
verdade.
A chamada à
tolerância religiosa atual relegou a religião às questões de preferência e
opção, muito longe do debate sobre a verdade ou o que é real e o que não é.
Bombardeando o conceito cristão de verdade absoluta, a vontade e a estética
(bonito ou feio) substituíram os critérios de racionalidade religiosa, ou seja,
cremos naquilo que gostamos, cremos naquilo que queremos crer. As crenças
religiosas são avaliadas por sua capacidade de serem agradáveis ao nosso
paladar e não mais pela sua capacidade de orientar as decisões e escolhas da
vida com base na adoração da divindade.
Por isso, os
proponentes da tolerância religiosa têm muita dificuldade em lidar com as
diferenças religiosas, porque o discurso adocicado da tolerância é, na verdade,
a demonstração evidente de que muitas pessoas se recusam a crer (como se crença
fosse questão de ter vontade ou não de acreditar) naquilo que não apreciam
(como se considerações estéticas, de achar lindo ou feio, determinassem
questões que tratam de fatos).
A proposta da
tolerância religiosa navega pelo oceano incerto da substituição da verdade e da
moralidade pelo desejo, “a força do querer”. Então, consequentemente, tudo é
permitido, tudo deve ser tolerado. Curiosamente, essa moralidade do desejo faz
a maior baderna com a sexualidade das pessoas, o que coloca em relevo a razão
das discussões da Agenda de Gênero no mundo globalizado.
Mas existe a igreja
cristã, que proclama o Cristo crucificado numa cruz; que afirma seu governo
soberano e sua Palavra infalível e inerrante; que chama as pessoas ao
arrependimento de seus pecados e à fé naquele que os perdoa (1 João 1.9). Essa
igreja é uma pedra no sapato dos tolerantes, a fonte e o foco da sua mais
raivosa intolerância!
Com amor,
Pr. Helio.