Ele
Não Fez Caso da Ignomínia (Hebreus 12.2)
Ignomínia: Opróbrio,
desdouro, infâmia, desonra. Jesus considerou a vergonha e desonra públicas sem
importância diante da alegria da salvação que estava realizando a nosso favor.
É incrível que ele, podendo usufruir todo tipo de vantagens por ser Deus,
preferiu sofrer humilhantemente sob uma cruz infame por nós. Sua crucificação
se torna ainda mais ultrajante quando levamos em conta a perfeição de seu
caráter, sua santidade e a justiça de suas ações bondosas para com todos os que
acudiu em necessidade.
Mas a inveja, o
despeito e o apego ao status quo se
levantaram contra a singela santidade daquele homem-Deus que estava na posição
de um cordeiro-servo entre nós. Ele passou vergonha por nossos pecados, não
pelos seus! E por isso morreu crucificado como inimigo do Estado!
Ele apanhou
tanto! Ouviu tantos desaforos! Sorveu o desprezo de quem achava que o tinha sob
seu poder. Ele foi publicamente humilhado e nu carregou a sua cruz até um local
alto para ficar visível, exposto por horas, como exemplo a não ser seguido por
ninguém! Entretanto, ele não fez caso da ignomínia, da exposição de seu corpo
nu, da desonra pública ou da vergonha perante a opinião pública. Ele aceitou
tudo isso para ser o Autor e consumador de nossa fé.
Mas nós fazemos
caso da vergonha e da desonra. Pouco é necessário para nos levar à impaciência
e dessa à insolência em função de qualquer mínimo pensamento vergonhoso a nosso
respeito. Manter as aparências; evitar a exposição; jamais ser ligado a um
evento, por menor que seja, que cheire a uma opinião desfavorável a nosso
favor. Seja por uma palavra dita fora de hora, ou pelo comportamento não
apropriado de um filho numa ocasião festiva ou local público; seja porque não
desejamos ser expostos por nossas fragilidades e pecados pessoais ou familiares.
Preocupamo-nos muito mais com a nossa honra pública, com a nossa justiça
própria; do que com acertar as coisas reconhecendo o erro. Então, ou nos
escondemos por detrás de paredes que edificamos com as próprias mãos a fim de
nos escondermos dos outros ou nos tornamos os algozes da vergonha alheia a fim
de tampar a nossa própria. Políticos corruptos fazem assim, cristãos não
deveriam fazê-lo.
Enquanto isso,
esquecemo-nos de que ele suportou tudo por nós e em nosso lugar. Para que nos
desprendêssemos dessas futilidades grosseiras da vida secular a fim de nos
apegarmos à verdadeira alegria proposta por Deus no caminho da cruz (Lc 9);
para que perseverássemos na caminhada cristã com mais convicção e para que fixássemos
nossos olhos naquilo que realmente vale a pena: Viver cada dia para Deus! E
principalmente, fixarmos nossos olhos naquele que suportou tudo por nós,
inclusive oposição, e que não tem vergonha nenhuma de nós e jamais se afastou
de nós.
Ah Senhor! Obrigado
por não ter vergonha de mim sendo quem é e sendo quem sou; ensina-me também a
não ter vergonha de ninguém por ser quem é!
Com amor, Pr.
Helio.