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Vou Te Seguir


















Hélio O. Silva - 04/03/2005.
Vou te Seguir

      Eu estava assentado à beira do caminho quando o Senhor se aproximou e me disse: “_ Venha comigo e você não andará na escuridão”. Era um convite e uma promessa. Um novo estilo de vida. Ele despertou no meu coração desejos que antes eu não conhecia: mais santos, mais nobres, mais cheios de verdade. Pensar neles enchia meu coração de paz. Então, eu abracei o convite e disse”:
“_ Vou te seguir, essa é a minha decisão”.



      Andando com ele pelo caminho, observei que muitos andavam em sentido contrário, distanciando-se de nós, voltando para o lugar que eu conhecia e que agora mesmo havia abandonado para seguir o Senhor. Eram rostos conhecidos, de pessoas conhecidas. Parentes, amigos, amigas, vizinhos e colegas. Eles voltavam para onde eu não queria voltar...



      Uma antiga amiga, chamada Oportunidade, veio apressada em minha direção. Ela estava sempre com pressa e falava de coisas que eu não podia perder, porque o tempo passa e vai embora, não volta mais. Ela viu o Senhor quando tentei apresentá-lo, mas nada viu nele que lhe agradasse. E, rapidamente, me convidou a voltar com ela dizendo, apressada, que não voltava sozinha, pois tinha, também, muitos seguidores. Falou-me de tantas oportunidades... Mas, meu coração já havia tomado a decisão. Eu disse novamente ao Senhor diante de Oportunidade: “_ Vou te seguir, essa é a minha decisão”. O Senhor sorriu.



      Também nos encontramos com a Sra. Fortuna. Ela nunca se dirigira a mim antes. Sempre que a via, ela estava de longe, ora olhando com austeridade e escolhendo, a dedo, as suas companhias, ora retocando a sua maquiagem e colocando-se num patamar superior. Mas nesse dia, ela veio me oferecer um novo caminho. Apontou, com o dedo seguro, uma estrada não muito sinuosa que levava direto ao castelo do poderoso rei Poder. Balançou a chave do castelo para mim, a qual me daria por um certo preço. Ela tinha muitas cópias dessa chave! Eu a tinha visto dar para muitos seguidores do Senhor. Eles se afastaram e foram após a Sra. Fortuna. Alguns até olhavam para trás com cara e rosto de arrependimento. Mas quando pegavam aquela chave... Em seus olhos aparecia um brilho diferente. Parecia de fome! Parecia de sede! Era de cobiça! Então, se afastavam devagarinho. A esse convite eu também consegui resistir. “_ Vou te seguir, essa é a minha decisão” _ disse eu ao Senhor. E ele se alegrou comigo.



      Antes de passar, D. Fortuna me disse para conversar melhor com aquele casal ali que se aproximava. Era o Sr. Sucesso acompanhado da senhorita Popularidade. Contaram-me mil histórias de mil lugares onde foram para jantar. Falaram nomes de pessoas famosas que conheceram e mostraram as fotos de seus encontros. Disseram-me de novas amizades feitas e de novas experiências vividas. Falavam apaixonadamente dos aplausos que recebiam e da distinção com que os outros os tratavam. Mas nada disseram do Senhor que já ia andando logo adiante e que os dois já não me deixavam vê-lo direito. Procurei me apressar e, por isso, se zangaram comigo. Muitos resolveram voltar. Mas eu tinha tomado a minha decisão: “_ Eu vou te seguir!” – disse com dificuldade. E o Senhor me acolheu com carinho.



      Mais adiante veio uma linda moça chamada Sensualidade. Jeitosa e delicada, carinhosa e perfumada. Suas roupas eram sempre belas e mostravam ao mesmo tempo em que escondiam, seu perfeito corpo feminino. Havia sempre uma transparência que atraía os olhares masculinos. Havia sempre um olhar sedutor responsivo. Ela parecia estar atenta a tudo e a todos. Era educada e falava com doçura. Até mesmo, para mim, nunca deixara de lançar uma piscadela hipnótica. Ela não só conversava comigo, mas me puxava para si com suas mãos macias, deixando sentir o seu perfume enleante. Graciosamente, ela tentava me convencer a voltar consigo. Sua fala era constrangedora, seus gestos eram sedutores e seu olhar era cativante. Era difícil se afastar dela. Ela atraía para si muitos dos transeuntes, tumultuando o caminho, impedindo a passagem. Eu vi o Senhor andando e não conseguia me desvencilhar do tumulto ao redor de mim. Por isso me atrasei e foi difícil retomar o caminho. Cansei-me tentando vencer a multidão. Achei que não conseguiria mais e quase desisti.



      Foi nessa hora que duas grandes amigas vieram em meu socorro e me ajudaram a atravessar por aquela multidão que nos apertava. Uma, que se chamava Família, tomou firmemente o meu braço direito. Ela chorava por minhas fraquezas, mas foi compreensiva e fiel. Sempre se fez presente. A outra, se chamava Igreja: Ela me tomou pelo braço esquerdo, me olhou desconfiada, todavia, foi amiga e acolhedora. O Senhor, pacientemente, parou e nos esperou. Mesmo cansado eu lhe disse, chorando: “_ Senhor, por favor, não me deixe para trás, eu vou te seguir!”



      Ele respondeu em tom paternal: “_Eu sei, por isso ordenei que elas te ajudassem; e te esperei aqui, bem perto de você. Caminhadas longas precisam ser feitas com boas companhias”. Então, me ofereceu da água que carregava em sua bilha. Parecia um rio jorrando para dentro de mim. Dali ele nos levou para a sua casa onde pudemos descansar de toda a caminhada.

Com amor, Pr. Hélio.



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