O Progresso do Peregrino - inspirado no livro "O Progresso do Peregrino, de John Bunyan.
Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Fortalecendo
a Fé dos Cristãos
Liderança:
Pr. Hélio O. Silva e Sem. Rogério Bernardes.
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17 = 2 Pedro 3.18 – Crescendo
na Graça e No Conhecimento de Cristo. (26/12/2012).
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Introdução:
A igreja sempre corre o risco ser levada pelo erro dos
ímpios e dos falsos mestres abandonando sua firmeza e se enfraquecendo na fé. A
exortação insistente de Pedro é que nos aperfeiçoemos na vida piedosa
respondendo ao chamado à santidade a fim de sermos fortalecidos na fé.
Crescer na graça e no conhecimento de Cristo é tanto
maravilhoso quanto perigoso, pois há armadilhas e perigos no caminho.
I.
a natureza e o caráter do
crecimento na graça e no conhecimento de Cristo dizem respeito à santidade e à
santificação.
1.
A natureza da Vida Cristã Autêntica é crescer naturalmente.
a)
Ser cristão significa receber a nova vida.
Não pode haver crescimento se não houver nascimento (o
novo nascimento – Jo 3.3,5). Todos os apelos ao crescimento na Bíblia só fazem
sentido se nós já tivermos nos tornado cristãos. Melhoramento ético sem o novo
nascimento e a vida nova é mero moralismo, não cristianismo. Para entrarmos no
caminho do crescimento precisamos nos perguntar primeiro: “_ Estamos vivos?” A
vida cristã não é igual à vida dos não cristãos com alguns melhoramentos ou
exigências. Ela é totalmente diferente.
b)
Vida cristã autêntica produz conseqüentemente
crescimento espiritual autêntico.
Podemos acrescentar coisas a objetos mortos, mas
certamente não podemos fazê-los e nem vê-los crescer. Lutero e João Wesley
testemunham que suas vidas cristãs antes de suas verdadeiras conversões a
Cristo eram dotadas de bastante moralidade, mas não apresentavam verdadeiro
crescimento espiritual. Acrescentar moralidade à vida cristã não é crescimento
autêntico na graça.
c)
O processo de crescimento é vital, não mecânico.
Por isso deve ser julgado organicamente e não em
partes separadas. Tendemos a confundir o que promove o crescimento com o
crescimento propriamente dito. O crescimento nuca é alvo, mas resultado de
outras ações. Não se pode produzir o próprio crescimento, ele vem de Deus,
podemos simplesmente trabalhar e nos preparar para que ele aconteça de forma
saudável.
d)
O processo de crescimento é necessariamente
progressivo e gradual.
O crescimento acontece naturalmente e não subitamente.
Ninguém salta da infância para a idade adulta, mas ela atravessa fases progressivas
e contínuas até à maturidade.
2.
Os aspectos nos quais podemos crescer.
a)
Não significa que crescemos em amabilidade e na posse
da graça.
Essas coisas estão inclusas, mas não definem o
crescimento. Ser cristão não é primariamente ter a graça, mas ser introduzido
na graça, no favor não merecido de Deus, ou melhor, num relacionamento não
merecido com Deus.
b)
Significa sermos objetos especiais do favor e da
bondade de Deus.
Quanto
mais vivermos em Cristo e experimentarmos o seu favor, mais teremos crescido na
sua graça! Crescer no conhecimento é crescer no entendimento da verdade cristã.
O conhecimento não é apenas intelectual, mas é pessoal.
3.
Por que o crescimento é importante?
Porque é a única forma de sermos cristãos fortes,
firmes e sólidos na fé. Quanto mais conhecermos a graça de Cristo, mas seremos
capazes de sorrir diante das adversidades e contradições deste mundo.
II. Como podemos crescer na graça e no
conhecimento de Cristo?
O descaso para com a santidade tem produzido um
rebaixamento moral acentuado na igreja e na sociedade secular. Isso se dá pelo
fato do foco ter sido ampliado da vida cristã pessoal para a vida social. Acusa-se
a igreja de que a preocupação com indivíduos produz egoísmo e pouco
envolvimento social, todavia a história da igreja testemunha o oposto. Quando a
preocupação da igreja com a santidade pessoal foi maior, o seu envolvimento
social e redentivo foram também maiores. Exemplos como os de Oliver Cromwell no
campo da administração pública e de William Wilbeforce na luta contra a
escravidão são exemplos incontestáveis disso. Isso quer dizer que vida pessoal
santificada produz vida social e nacional mais humanitária.
Uma forma de responder a essa pergunta é comparar-se
as visões católico-romana e puritana da santidade.
1.
A visão católica de santidade.
Considera a santidade como uma vocação pessoal. Quem
quiser crescer na graça deverá tomar isso como um projeto exclusivo de vida,
daí o surgimento do monasticismo e das ordens religiosas na idade média. Essa é
razão da divisão dos cristãos entre religiosos e leigos. Os leigos só crescem
na graça de forma indireta, recebendo méritos provindos dos que assumiram a
vida espiritual como uma vocação para a santidade. Para o catolicismo, para o
fiel ser santo ele tem de sair do mundo e tornar-se celibatário.
De acordo com essa concepção, crescimento significa
crescimento é o objetivo pelo qual se vive, as pessoas vivem para crescer, como
se a vida cristã genuína só pudesse se desenvolver numa estufa.
2.
A visão protestante (puritana) de santidade.
Segundo Lloyd-Jones, o protestantismo considera que o
crescimento não é o alvo da vida cristã; o que se deve fazer é observar certos
princípios que promovam o crescimento e que lhe são essenciais (p. 305,306).
Quais são eles?
a) A leitura pessoal da Bíblia (1 Pe 2.2).
b) A prática contínua da oração (1 Ts 5.17).
c) A participação nos meios de graça - pregação da
palavra; participação na celebração da ceia
(Mc 16.16; 1 Co 11.23ss).
d) A meditação – nas grandes doutrinas e promessas do
evangelho.
e) A leitura de boa literatura cristã (doutrinamento,
biografias e história da igreja).
f) Evitar tudo que é prejudicial à vida e ao crescimento
espiritual (Literatura mundana e secularizante; diversões e prazeres mundanos;
mídias poluidoras e degradantes [pornografia]).
g) O exercício prático de tudo o que cremos. A vida
cristã não é mero intelectualismo, mas envolvimento com as pessoas.
h) Guardar repouso. Se não tivermos mentes tranqüilas não
cresceremos. Podemos repousar porque compreendemos que fomos justificados pela
fé e vivemos por ela. O bom serviço cristão também é fruto de um bom repouso
conforme as prescrições bíblicas.
III. como podemos medir o nosso próprio
crescimento na graça e no conhecimento decristo?
1) Evitar e vencer a morbidez e a introspecção
A doutrina do crescimento na santidade é uma
contradição quanto a qualquer visão perfeccionista da vida cristã. A igreja
teve a sua maior influência no mundo quando teve o maior número de indivíduos
cristãos. Não basta ter números, mas esses números refletindo a santidade de
Deus no mundo. Crescer na graça não é um convite à morbidez e à introspecção,
mas um chamado ao serviço cristão efetivo na sociedade para a glória de Deus.
Vencemos a morbidez de duas formas:
® Vivendo para
a glória de Deus.
Devemos ser santos para manifestar a glória de Deus
nesse mundo e não para nos satisfazermos em nós mesmos.
® Praticando o
auto-exame consciente da justificação em Cristo.
Somos salvos unicamente pela graça de Deus em Cristo e
nunca, jamais, por causa de qualquer obra realizada por nós, logo ficamos
livres para sermos santos de forma bondosa e desprendida.
Erramos quando tentamos medir o nosso crescimento
espiritual por meio das comparações com outros e do ativismo cristão; devemos
medi-lo pelo ensino das escrituras sobre a imaturidade e a maturidade tendo
como padrão o próprio Senhor Jesus Cristo.
2) Sinais de uma vida cristã imatura.
A figura bíblica para ilustrar a imaturidade é o ser
“criança em Cristo”.
® Crentes
imaturos são instáveis.
Pedro chamou os que se enfraquecem na fé de
“inconstantes” (3.17). A criança é instável, muda com facilidade, fica
deprimida, amedrontada e desanimada facilmente. O pânico acomete cristãos
imaturos diante de qualquer dificuldade.
® Falta de
entendimento e capacidade de discriminação.
Efésios
4.14 fala do menino que é levado facilmente por qualquer vento de doutrina.
® Exibicionismo.
A demonstração de um grande interesse por si mesmo e
de falar de si mesmo para os outros, buscando ser o centro das atenções. Se a
nossa humildade não for inconsciente, será exibicionismo.
® Gostar do que
é divertido, espetacular e excitante.
O imaturo gosta de entretenimento; sente “comichão nos
ouvidos” por novidades, sendo avesso à meditação, à leitura e ao estudo sério
das escrituras.
® Mais
interessada em personalidades do que no ensino (1 Co 3.1ss).
Embora
Paulo tenha sido o grande missionário e doutrinador da Igreja primitiva, havia
em Corinto um partido que reputava sua presença por fraca e sua palavra por
irrelevante.
® Maior
interesse na experiência do que nas relações (Lc 10.20).
3) Sinais de uma vida cristã madura.
® Crescente
consciência da própria pecaminosidade e indignidade perante Deus. Anseio pela
libertação do pecado mais do que por alguns pecados específicos.
®
Crescente
entendimento da natureza do conflito espiritual que ocorre neste mundo.
®
Entristecimento
pela condição do mundo
®
O crescimento do
amor por Deus e sua glória.
Aplicações:
1. Já que o crescimento é orgânico, natural, progressivo
e gradual, devemos crescer em tudo (Ef 4.15,16).
2. Fazer uso consciente e premeditado dos meios que Deus
colocou ao nosso alcance para o nosso crescimento.
3. Conhecer a glória de Deus para viver para a glória de
Deus.