Devocional da Família:
Boletim da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO. Ano XXII - nº 49 - 02/12/2012.
Muito Acima de Escravo, Muito Mais!
“Pois acredito que ele veio a ser afastado de ti
temporariamente, a fim de que o recebas para sempre, não como escravo; antes,
muito acima de escravo, como irmão caríssimo, especialmente de mim e,
com maior razão, de ti, quer na carne, quer no Senhor. (Filemon 15,16 ARA)
A comunhão
cristã provoca mudanças pessoais da nossa parte quanto aos nossos
relacionamentos, rompendo com qualquer tipo de cobiça disfarçada, porque no
reino de Cristo não existe comunhão SANGUESSUGA. Para que a comunhão se torne
eficiente (v.6) ela precisa estar aberta a mudanças e a assumir novos compromissos.
Comunhão para ser comunhão mesmo, tem de aprender a pagar o preço necessário
para a sua manutenção.
Paulo envia Onésimo de volta
a Filemon. Ele era um escravo fugitivo e Filemon era o seu senhor com
prejuízos. A pergunta que a comunhão exige é: Será que resolveria o problema Filemon
receber o seu escravo, não castigá-lo, em respeito a Paulo, mas mantê-lo em sua
escravidão? Parece que não. É por isso
que a epístola a Filemon é um dos pedidos de alforria mais antigos da história
que se conhece.
Onésimo fora Afastado temporariamente,
para ser possuído para sempre. “Afastar” é viver dividido, separado,
longe. A voz passiva do verbo “afastar” aqui no texto mostra-nos que a ação do
afastamento de Onésimo não fora uma ação planejada por ele mesmo, mas tinha a
ver com os planos maiores da providência de Deus. Foi Deus quem tirou Onésimo
da escravidão de Filemon, da mesma forma que tirara Israel da escravidão e do
jugo do Egito; assim como nos tirou também da escravidão e perdição do pecado!
Muitas vezes a ruptura de
nossos relacionamentos é provocada por Deus, a fim de fazê-los crescer,
amadurecer, ou até mesmo; “acontecer”. Onésimo foi tirado do convívio
equivocado da escravidão, para ser feito irmão em comunhão e dessa forma,
possuído para sempre. Lembremos que o amor instala o direito de viver quando se
devia morrer, porque com o amor vem o perdão. O escravo poderia ser castigado
até à morte se o seu dono o quisesse. Deus o tirou para dá-lo em eternidade,
não podemos possuir pessoas como objetos de lucro, mas somente como pessoas
amigas/irmãs que são.
Qual o
novo relacionamento? De escravo para irmão caríssimo. Quebrar o jugo do pecado
é uma característica inequívoca do perdão. Se eu perdôo, mas mantenho o jugo do
pecado que escraviza, que lucro tive? Que boa obra realizei? O Senhor
Jesus diz em Mateus 5.43-48 que se amamos somente os que nos amam; ou saudando
só os nossos irmãos; nada fazemos de extraordinário, mas tudo é muito normal.
Ou seja, não houve mudança nenhuma!
O perdão, por outro lado,
transforma um escravo em “irmão caríssimo”, irmão amado, especial. Ser irmão é
ser mais que ser um escravo. Paulo enfatiza a superioridade da vida em comunhão
sobre relacionamentos humanos comuns. Olha só o que você pode estar perdendo!
Intencionalmente Paulo afirma que a comunhão cristã é “muito mais”!