Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Fortalecendo
a Fé dos Cristãos
Liderança:
Pr. Hélio O. Silva e Sem. Rogério Bernardes.
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15 = 2 Pedro 3.10-14 – A
Visão Bíblica da História e A Bendita Esperança. (05/12/2012)
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Introdução:
Pedro está tratando da segunda vinda
de Cristo e do fim dos tempos desde o verso 16 do capítulo 1. O argumento de
Pedro é que a história da humanidade está sendo conduzida por Deus rumo à
bendita esperança cristã, o retorno e julgamento de Cristo. A incerteza e a dúvida
são os sentimentos dominantes no nosso tempo. A sombra das duas grandes guerras
mundiais não vão muito longe e o mundo continua sendo sacudido por conflitos bélicos
orquestrados pelo terrorismo internacional e as desigualdades sócio-econômica-religiosas
nacionais. Por isso entender a história é de crucial importância a fim de
mantermos nossa fé firme e caminhando para o alvo.
I.
Os Conceitos de história mais
populares não respondem às incertezas do tempo presente:
a)
O conceito de progresso inevitável.
Desenvolvido por Hegel no século XIX. Acredita que a
história é um processo que avança gradativamente, desenvolvendo-se a partir de
um grande princípio. A história e suas contradições se fundirão numa realidade única.
A tese e sua antítese operam juntas produzindo uma síntese final levando ao
desenvolvimento da humanidade. O otimismo da época vitoriana, na Inglaterra, e
o marxismo alemão se alimentaram desse conceito. No final a história não terá
contradições e diferenças, porque tudo se tornará único e perfeito.
Essa teoria gerou uma complacência para com a vida que
tem gerado a maioria dos problemas da humanidade. Ela desconsidera a
individualidade humana afirmando que o importante é a finalidade da vida: O
progresso. Além disso, o progresso da humanidade não pode ser medido apenas
pelos avanços tecnológicos, uma vez que apesar de tantas descobertas e
melhoras, as relações humanas continuam se deteriorando.
b)
O conceito da história cíclica.
Criado pelos antigos filósofos gregos. Diz que a história
e uma roda que gira em ciclos espirais sem ter fim. As nações experimentam
fases de ascensão e prosperidade e depois entram em declínio, dando lugar a
desenvolvimento de outras nações. Embora haja avanços, os ciclos da história são
repetitivos. Para esse grupo, tudo é resultante do destino e acaso cegos.
Esse conceito não leva em conta as interações entre as
nações que levam a progressos reais na humanidade. É evidente que a história é
mais que uma troca de poderes mundiais devido a espirais cíclicos intermináveis.
c)
O conceito científico moderno.
Baseado na segunda lei da Termodinâmica afirma que a
história terá um fim. O mundo é como um relógio ao qual foi dado corda, mas que
aos poucos vai perdendo a sua força até parar. O universo e o planeta terra estão
se cansando e chegará o tempo em que a vida se tornará insustentável, ocorrendo
o fim dos tempos, da história humana na terra.
Esse conceito alimenta o hedonismo (busca pelo prazer
a qualquer custo) e o materialismo (a vida é apenas a matéria, nada mais); ou
ainda as visões totalmente negativas quanto à vida, tais como o cinismo, a
anarquia e a apatia em favor do próximo.
d)
O conceito dos historiadores profissionais.
Para eles, a história é uma seqüência de acontecimento
sem sentido, sem leis e sem forma. Os fatos são observados e ao serem
contrapostos, busca-se um sentido lógico para eles.
Esse conceito é típico também da visão materialista da
vida em seu pessimismo diante do futuro. Revela o ceticismo e o desespero do
homem qe não aceita o ensino bíblico a respeito de Deus, do homem e do
universo.
A seguir Pedro aponta o lado negativo e depois
positivo de nossa bendita esperança:
II.
A história está antes e acima
de tudo sob o controle definitivo de Deus (v. 10).
a)
A Bíblia declara que Deus controla a história.
Os eventos da revelação bíblica demonstram que a história
tem um propósito. A formação de Israel como nação, a vinda do Messias e a história
da igreja são expressões desse propósito divino para a história. Por essa razão
é evidente que o mundo, suas teorias e suas filosofias estão completamente
desnorteados e frustrados.
A revelação divina é ao mesmo tempo sobrenatural e
essencialmente miraculosa, pois mostra que Deus irrompe na história intervindo
em favor de seu propósito eterno.
b)
A chave para o entendimento da história é o pecado.
Deus criou o mundo e homem bons. Todavia, o homem se
rebelou e pecou contra Deus. Em decorrência disso, todas as contradições, todas
as dificuldades, todos os problemas da humanidade tem sua raiz na entrada do
pecado na história da humanidade. A queda do homem no pecado afetou tanto a si
próprio quanto toda a criação e a sua história. A história (a criação e a humanidade)
estão sujeitas “em esperança” ao domínio do pecado até o tempo determinado por Deus
na consumação de tudo (Rm 8.20-23).
Todas as vezes que o homem, vivendo no pecado tentou tomar
para si o controle da história Deus interveio e despedaçou essa intenção (Torre
de Babel – Gn 11.1-9). Sempre que a humanidade tenta ir avante sem Deus, Deus permite
que o faça até certo ponto, é por isso que a história é contraditória, porque
nunca há progresso ininterrupto e nem independência total de Deus.
c)
Na Bíblia há uma história da Salvação.
A bíblia
não é a história do mundo, mas a história da salvação, da ação de Deus no
mundo. A criação, a queda, a redenção e a consumação são apenas episódios dessa
história salvífica de Deus.
d)
Haverá uma última e final consumação.
O plano de Deus foi iniciado; está em andamento e
alcançará o seu clímax na consumação de tudo! No tempo presente Deus está
chamando o seu povo. A volta de Cristo trará o juízo final, quando o pecado, o
mal e tudo quanto pertence a essa esfera serão destruídos. A criação, a terra e
o mundo como os conhecemos hoje serão destruídos. Essa é a mensagem claríssima
desse verso nº 10!
Então Deus remodelará o mundo num novo céu e numa nova
terra. Os que são cristãos estarão nele para a sua habitação eterna com Deus;
seus corpos serão glorificados, a fim de desfrutarem do seu final estado eterno
desfrutando com Cristo a vida eterna que lhes foi prometida.
III.
Devemos aguardar e apressar a vinda do senhor
vivendo vida irrepreensível (v. 11-14).
a)
Não há esperança para os ímpios.
Para os ímpios não há o que esperar a não ser o juízo
e a destruição de Deus sobre si. Fora de Cristo não há nenhuma esperança. Quem
amar mais o mundo que a Deus, passará com ele. “Nós, porém” aguardamos novos céus
e nova terra, nos quais habita justiça (v. 13).
Temos ficado tão preocupados com a vida aqui na terra
que temos nos esquecido da vida e da glória por vir. Às vezes fala-se tanto em
introduzir o reino de Deus na terra que perde-se de vista a glória eterna com Cristo.
O que Deus tem preparado para os seus, o coração do homem não pode penetrar (1
Co 2.9; Mt 19.28; At 3.19ss).
Devemos pesar e observar bem as palavras de Apocalipse
21 e contrastá-las com Gênesis 1-3:
Gênesis
|
Apocalipse
|
A criação
|
A nova criação
|
Lua, sol, estrelas
são trazidos à existência
|
A glória de Deus é a nossa luz. Não precisamos mais
da luz deles.
|
Como se perdeu a o paraíso
|
O paraíso reconquistado em Cristo
|
O poder do diabo
|
A derrota definitiva do diabo
|
O homem se esconde de Deus
por causa do pecado.
|
Deus habita
com o homem redimido
|
O homem tendo desobedecido a Deus
Não pode comer da árvore da vida.
|
O homem tem a permissão de comer da árvore da vida
|
O homem é expulso
da presença de Deus.
|
O homem volta a morar com Deus eternamente.
|
b)
Qual a nossa reação à promessa de Deus?
® Aguardar o
dia do Senhor.
Outra tradução: “Olhando,
à sua espera”. Pedro enfatiza o verbo “olhar”. A esperança e a expectativa
do cristão não estão nesse mundo, mas no vindouro. O mundo vai perecer e as
pessoas precisam se arrepender de seus pecados para poderem viver com Deus. O
mundo já está condenado e não tem esperança de vir a melhorar à parte da graça
de Deus. Deus já o condenou e preparou um novo céu e uma nova terra para os que
se arrependerem e crerem no evangelho.
Isso não significa que não devemos nos preocupar com
esse mundo, mas que não devemos perder a cabeça diante das prometidas e
desejadas reformas sociais, porque elas não salvarão o mundo da destruição
final. Reforma social sem a pregação ousada do evangelho é engodo, porque o
melhor não é o que tentamos criar aqui, mas o que Deus está preparando para nós.
® Preparar-se
para o dia do Senhor.
A vida moral, a ética e a conduta cristã são definidas
em termos da esperança cristã e não por elas mesmas. A prática da justiça aqui é
uma implicação lógica da vida futura. Quem espera morar num lugar onde habita
justiça, precisa aprender a praticá-la aqui na terra! I João 3 diz que somos
herdeiros e filhos de Deus e que seremos semelhantes a ele, por isso, devemos
viver a vidaque espera e ensina para nós.
® Apressar o
dia do Senhor.
Como apressamos o dia do Senhor? O fim virá quando as
condições morais do mundo forem tais que Deus o julgue necessário (p.267). Podemos
apressar a vinda do Senhor pregando o seu evangelho e falando de Cristo aos
outros. O fim virá quando a plenitude dos gentios e a plenitude dos judeus
forem cumpridas, quando todos forem resgatados, quando todos os remidos tiverem
sido tirados do mundo. Por isso devemos pregar o evangelho e ajudar no sustento
da obra missionária nacional e no exterior.
Conclusão:
1. O cristão deve viver à luz do ensino bíblico. O mundo
não vai melhorar por meio de seus próprios esforços de viver sem Deus. Tudo vai
piorar antes que venha o fim!
2. O chamado de Pedro é para que sejamos realistas e
coloquemos nossa esperança na provisão de Deus em Cristo para a nossa salvação.
Devemos seguir na história como quem
anda na escuridão em direção ao nascer do sol (2 Pe 1.19), não no sentido contrário
tentando cada vez mais para dentro da escuridão.
3. O cristão não prende a sua esperança nesse mundo, mas
no mundo porvir. Nossa bendita esperança é nossa herança em Cristo! O mundo, o
diabo e o mal jamais poderão despojar-nos de nossa herança, porque somos filhos
de Deus e herdeiros com Cristo, aleluia!