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16 = 2 Pedro 3.15-17 - A Consolação das Escrituras (Lloyd-Jones)



Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Fortalecendo a Fé dos Cristãos
Liderança: Pr. Hélio O. Silva e Sem. Rogério Bernardes.
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16 = 2 Pedro 3.15-17 – A Consolação das Escrituras.                                (19/12/2012)
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Introdução:
Pedro conclui a sua carta com um apelo à perseverança. A necessidade de perseverar na fé é um dos focos fundamentais do Novo Testamento (Hb 11; I Jo e Ap). A Fé é fortalecida quando há continuidade, persistência, perseverança. Não se pode desaminar, pois o desânimo traz grande perigo à fé.
Precisamos aprender a perseverar com os crentes primitivos porque eles, como nós, viviam num mundo difícil e contraditório, mas ficaram firmes, perseveraram e seguiram em frente apesar de tudo.
É falsa uma apresentação do Evangelho que transmite a idéia de que a vida cristã não enfrenta problemas, pois a vida cristã é retratada na Bíblia como um “combate da Fe” (Jd 1) e uma luta sem tréguas contra as trevas (Ef 6.10-18).

I.         POR QUE A PERSEVERANÇA É NECESSÁRIA?

a)      A demora da vinda do Senhor.
Essa demora é apenas aparente,pois a forma de Deus contar o tempo é diferente da nossa (2 Pe 3.8); o calendário de Deus é moral e não apenas cronológico.  Na época de Pedro e Paulo acreditava-se numa volta imediata de Cristo, mas isso não aconteceu.

b)     A obra e o ensino dos falsos mestres.
Pedro os chamou de escarnecedores nos versos anteriores e os chama de insubordinados no verso 17. Eles continuam conosco e muitas vezes com vez e voz, causando transtornos e sofrimentos à igreja.

c)      Nossa má vontade natural.
Precisamos reconhecer que nosso interesse por coisas materiais é muito mais aceso do que nossa lealdade às Escrituras sagradas. Quando não permanecemos e perseveramos na lealdade aos ensinos bíblicos, nossa fé é afetada pela instabilidade e pela indolência. A moralidade cristã está se secularizando tão rapidamente que tentar fazer um contraste entre o mundo e a igreja se tornou algo triste e patético (p.273).

II.   Como resistir às tentações?
Observemos primeiro o que Pedro não diz, e, depois, o que ele diz:
a)      O que a Bíblia não diz para fazermos.
®    Não é um apelo à nossa coragem.
Pedro não nos exorta a demonstra fibra. É perigoso aplicarmos num sentido material aquilo que nos foi dito num sentido espiritual. Nem sempre a nossa força está na varonilidade ou na fibra, mas na dependência de Deus.
®    Não é um apelo a ter uma visão filosófica do nosso sofrimento.
Não devemos racionar assim: “_ Que adianta queixar-se, o jeito é enfrentar a situação!” Aceitar  a situação como ela se apresenta é fruto de uma decisão filosófica que não leva em conta a esperança e a consolação das escrituras.
®    Não é um apelo à resignação mecânica.
Pedro não apela para que nos esforcemos diante do inesperado ou do dificultoso.
®    Não é um apelo para se viver de experiências passadas.

       Não vivemos de memórias do passado, mas da fé viva no presente. A Fé não é um ingrediente de auto-ajuda, mas confiança e dependência de Deus. Nesse ponto, Lloyd-Jones defende que sua oposição à psicologia se dá somente quando esta “se coloca entre nós e aquilo que é verdadeiro. A sugestão e o tratamento psicológicos podem ser uma ajuda temporária para os que não são cristãos; mas o cristão consolar-se, firmar-se e fortalecer-se pelo uso da psicologia pode ser uma negação da verdade do evangelho” (p. 274). Não se pode promover a psicologia em lugar da verdade do evangelho.

b)     O que o evangelho ensina para nos dar firmeza a fim de enfrentarmos tribulações e tentações?
®    Infundir conhecimento em nós e nos apresentar a verdade.
As dúvidas e temores quanto à presente hora são-nos esclarecidas pela leitura atenta das escrituras. Crer na revelação nos dará a firmeza, o fortalecimento e a segurança necessários para o enfrentamento de um mundo perigoso e contraditório.

III.   Por que devemos crer nas Escrituras?
           
      Essa pergunta nos leva às razões da afirmação anterior:
a)      As Escrituras são a revelação dada por Deus.
As Escrituras são inspiradas por Deus, não vieram de particular elucidação humana, mas da mente do próprio Espírito Santo (1.21). Pedro alinha sua epístola, as de Paulo aos ensinos do Antigo Testamento como sendo partes da mesma Palavra de Deus a nós.

b)     As Escrituras nos dão plena informação concernente a todas estas questões acerca das quais tantas vezes somos exortados.
A nossa salvação está na longanimidade de nosso Senhor conforme revelado na Bíblia. A revelação bíblica é a única fonte de ensinamento da antiguidade que nos prepara para um mundo difícil. Todas as filosofias idealistas e humanistas do século XIX não foram capazes de prever duas grandes guerras mundiais em menos de três décadas uma da outra. A educação e a cultura avançadas de nosso tempo não conseguem explicar a impiedade e a imoralidade crescentes entre nós.
Por outro lado, Pedro deixa claro que a demora da vinda decristo não é outra coisa senão a nossa salvação (v.15). Deus é tão amoroso que ainda está dando ao mundo uma oportunidade para arrepender-se.

IV.  PRECISAMOS TER TODO O CUIDADO AO ABORDAR AS ESCRITURAS DE FORMA CORRETA.
            Per denuncia que algumas pessoas estavam interpretando equivocadamente as escrituras e ensinando o seu erro para os demais. Isso é fácil de perceber em todo o Novo Testamento. Paulo fala em Romanos de deturpadores da doutrina da justificação. Em 1 Coríntios denuncia os que deturpavam a doutrina da ressurreição. E 2 Tessalonicenses desmascara os que ensinavam que a ressurreição já havia ocorrido. Qual é a maneira correta de lermos a Bíblia?

a)      Ler a Bíblia cuidadosa e aplicadamente.
Não devemos ser apressados ou desatentos. A Bíblia é particularmente perigosa para os que a lêem superficialmente. Torcer os ensinos bíblicos é buscar para si a perdição.

b)     Ler a Bíblia como um todo.
Não ler apenas pequenas porções ou textos preferidos, mas ler a Bíblia toda, em sua inteireza.

c)      Ler a Bíblia com honestidade e mente aberta.
Não podemos ler a Bíblia para conformá-la a nós, mas para nos conformarmos a ela. É muito perigoso vir às escrituras tomado de pressupostos e idéias particulares.

d)     Ler a Bíblia com espírito humilde e prontidão para aprender.
Pedro é um exemplo disso. Foi confrontado por Paulo publicamente em Antioquia e desmascarado em seu erro (Gl 2). Agora reconhece a utilidade e biblicidade dos escritos e ensinos de Paulo. Devemos ir à Bíblia com a simplicidade de uma criança.

e)      Ler a Bíblia com atitude de oração.
Essa atitude nos dá conta de nossa fragilidade intelectual e da grandiosidade da revelação divina e da nossa tendência de não se deixar governar por Deus.
Devemos orar ao iniciar nossa leitura cotidiana e depois de terminar. Nossa oração deve ser súplice e reverente a fim de recebermos unção e conhecimento da santidade divina.
Nunca devemos nos esquecer que torcer as escrituras é perigoso para a nossa própria perdição.

Conclusão:
1.      Crentes que conhecem a Bíblia não vivem caindo, vacilando e debandando da fé.

2.      Crentes que conhecem a Bíblia enfrentam com maturidade o sarcasmo e a hipocrisia dos falsos mestres e falsos cristãos.

3.      Crentes que amam e conhecem a Bíblia são tanto reverentes quanto diligentes no seu estudo e na pregação do evangelho. 

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