Devocional da Família: Ano II. Edição nº 50
Boletim da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO - ano XXII, nº 50 - 09/12/2012
Lança Tudo em
Minha Conta
Se, portanto, me consideras companheiro, recebe-o, como
se fosse a mim mesmo. E, se algum dano te fez ou se te deve alguma coisa,
lança tudo em minha conta. (Filemon17,18 ARA)
“E se...” Essa expressãozinha sempre nos
lembra que há algo mais a ser dito ou feito. Ela abre a porta para
possibilidades e surpresas. Ela nos ensina a lidar tanto com o inesperado
quanto com o contraditório. Ela também faz parte do vocabulário da comunhão
entre irmãos na igreja. E Paulo faz uso dela na sua conversa com Filemon em
favor do ex-escravo, agora irmão caríssimo, Onésimo.
Paulo
associa Consideração e companheirismo na
mesma frase. A comunhão que se torna eficiente respira o ar do respeito, da
consideração; porque trata de pessoas que foram aproximadas no amor e pelo amor
de Cristo. Ela usa da proximidade para aplicar a eficiência do amor que põe
para dentro quem estava de fora; que assume perdas e danos; que ousa acreditar.
Somente uma amizade sólida pode quebrar o jugo da mágoa, promover a
reconciliação, dar voz ao perdão e estabelecer a comunhão.
“Recebe-o Como a Mim Mesmo” Paulo
diz para Filemon.
“_ Como se fosse eu!” Até que ponto estamos dispostos a
interceder pelos outros com dano próprio? (Sl 15.4). Por a mão no fogo pelo
outro tem se tornado uma experiência custosa porque tem sido difícil confiar
nas pessoas. A “mentirinha inocente” é tão comum nos relacionamentos que
estamos sempre com um pé atrás. Todavia, Deus quer que construamos por
intermédio da comunhão uma confiança que não se abala e um caráter que não se
nega ao respeito alheio, mas o incentiva de forma fidedigna.
“Lança o Dano em Minha Conta”. Paulo pressupõe e confia na conversão
de Onésimo. Isso faz pensar em nossos sacrifícios. O Bom Samaritano de Lucas
10.25-37 não só acudiu a um desconhecido, pondo em risco a sua própria
segurança, como também, pagou despesas dele e garantiu o pagamento do que
pudesse vir a
faltar na sua ausência! Uma
religiosidade falsa gira em torno somente da quantidade de afazeres religiosos
e não da intensidade deles. Acumulamos dinheiro
para comprar coisas para nós, ignorando
irmãos necessitados; quanto
mais assumir
dívidas deles!
Nossa comunhão deixa de ser eficiente e
se torna deficiente e ineficiente, quando tratamos pessoas como se fossem coisas e as coisas como
se fossem pessoas. Assim a Igreja fica
“coisificada”, mas não pessoalizada. Quem
é o meu próximo afinal das contas? Quem é o meu irmão? Quanto valemos uns para os
outros?
Paulo nos exorta a pensarmos no dano de
forma positiva: Como posso cooperar para que o dano seja solucionado? Paulo nos
convida a fazer uso da comunhão para fazer a comunhão crescer, pois somos
companheiros uns dos outros. Paulo nos convida a ousar praticar um
companheirismo que assuma danos e aja de forma decisiva e eficiente na
resolução de conflitos, a fim de que estes acabem de vez.