
Quatro Inimigos da Comunhão – Colossenses 3.12-17.
A comunhão entre nós cristãos não é um sonho humano, mas uma obra graciosa do Deus trino em nossas vidas (Fp 2.1; I Jo 1.4); mas também não é uma realidade automática, que acontece por si só. Por essa razão possui também os seus inimigos. Em tempos de crise doutrinária e moral, como era o caso entre os colossenses e entre nós, a comunhão cristã se reveste de singular significado na luta contra as heresias, pois provê a Igreja daquela unidade de espírito e propósito que nos fortalece e anima.
Podemos ver nesse texto, quatro inimigos que agridem a nossa comunhão, mas que também só podem ser vencidos dentro da vivência da própria comunhão que atacam.
A queixa (v.13) que se configura em motivos de tristeza e insatisfação contra os irmãos. Ela pode ser justa ou não, mas separa as pessoas. As queixas são vencidas pelo PERDÃO MÚTUO. Perdoar é suportar o irmão; é apagar a dívida; é imitar o perdão de Jesus.
A imaturidade (v.14) que muitas vezes é puro egoísmo disfarçado como uma caricatura de amor; porque ao contrário do amor, coloca a si mesma acima de tudo. Por outro lado, o amor é o vínculo da perfeição, da maturidade cristã. Imaturidade é a marca do cristão que não quer crescer, que não quer aprender que amar os irmãos faz parte de uma espiritualidade equilibrada e saudável )I Jo 2..9-11; 3.14-18).
A arbitrariedade (v.15), que busca estabelecer as próprias regras nos relacionamentos, instalando a instabilidade das emoções, dos desejos e do pecado de cada um sobre os outros. Para Paulo, a paz de Cristo deve ser o árbitro. Ela estabelece o equilíbrio interior motivado pela vontade de Deus e promove a gratidão.
A falta de instrução na Palavra (v.16), que favorece a cultura do achômetro (Jz 21.25) e faz da subjetividade do critério pessoal a regra dos nossos relacionamentos, para a delimitação de quem deve e quem não deve fazer parte, ter comunhão conosco. Ora fomos chamados para dentro da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito que já existe (I Co 1.9) e que temos por obrigação preservar (Ef 4.13) nunca alterar segundo nossos interesses. O critério da comunhão é o sangue de Cristo que nos aproximou uns dos outros (Ef 2.13) conforme a Palavra revelada, não nossas intenções e projetos particulares de uma Igreja só para nós, ao redor de nós. A Palavra deve habitar ricamente o coração (Coração = Mente + Vontade + Emoções), pois somente a Palavra produz: Instrução mútua, aconselhamento mútuo e adoração com gratidão.
Como podemos resgatar a comunhão desses inimigos?
1º) Aprendendo a suportar o irmão, praticando um perdão sem hipocrisias.
2º) Vivendo uma espiritualidade verdadeiramente cristã, que caminha para a maturidade.
3º) Aceitando a soberania pastoral de Cristo sobre sua Igreja, da qual somos parte. Ele é a nossa paz (Ef 2.15).
4º) Usando a Palavra de Deus como meio de construção de relacionamento com os outros e não a instabilidade de nossos gostos pessoais.