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Contemplação
Então, se aquietou sozinho. Refletiu o seu caminho.
Ouviu o coração. Abaixou-se de mansinho.
Estendeu sua mão.
Tocou a água que corria solta, leve, limpa...
Não esperou o calafrio. Sussurrou mansamente, uma palavra de paz.
Andou pela margem, contemplou o tempo, e agradeceu o dia.
Não foi egoísta, não foi ingrato, não se vangloriou.
Agradeceu o dia, e sorriu.
A alegria está nas pequenas coisas.
Que gotejam o tempo, que nos emprestam o equilíbrio.
Que inspiram a poesia.
Que moram dentro de nós, que estão ao redor de nós...
Elas nos falam mansamente.
Carinhosamente. Simplesmente.
São coisas que não se apagam,
Mas têm que se ter tempo pra ver,
Olhar, captar; sentir dentro de nós.
Seu balançar contínuo, seu embalar eterno,
Seu profundo ser.
Ser para nós, por causa de nós, em função de nós,
E retornar de volta para Deus...
Em louvor que agradece. Em amor que responde.
Você pode perguntar o que é, e não ver;
Tocar, ser tocado e não sentir;
Querer e não ter; possuir, mas não amar;
Prender e não dominar.
Porque não são assim as coisas;
Elas estão aí, ali e acolá.
Ao alcance da mão, e do coração.
Mas não da vaidade...
São como a oração.
Contemplação.
Fé e razão. Coração e emoção.
Elas vêm e vão; ficam e saem;
Tocam sua face; beijam seu rosto;
Apertam sua mão;
E ternamente te abraçam...
Hélio O. Silva = 16/11/2001