----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Aula 04 = A Malignidade e a Cura do
Pecado. (30/08/2015)
Pecados Intocáveis – Jerry Bridges – Ed. Vida Nova - págs. 23-38.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------
Introdução:
Câncer é uma palavra temida, porque denota uma doença
terrível, capaz de minar nossas esperanças e encher-nos de desespero. Na
medicina, outro termo utilizado para descrever o câncer é “tumor maligno”, um
tumor que tem potencial ilimitado de crescimento e que invade os tecidos
vizinhos atingindo outras áreas do corpo por meio de metástase. Se não for
impedido, alastra-se ao ponto de causar a morte.
I.
O PECADO É MALIGNO.
Pecado é malignidade moral e espiritual. Se deixado à
vontade, alastra-se por todo o nosso ser, contaminando cada área de nossa vida
e por metástase a vida dos outros. Nossas atitudes, palavras, ações e até
pensamentos, mesmo que não verbalizados, costumam afetar as pessoas que nos
cercam.
Nossas conversas com os outros ou
sobre os outros podem destruir ou edificar, corromper ou agraciar (Ef 4.29).
Fofocar destrói a pessoa e perverte a mente de quem ouviu a fofoca; reclamar e
murmurar sobre Deus e sua soberania instiga nosso ouvinte a fazer o mesmo. É
essa forma que o pecado sai de nós e entra nos outros por metástase!
Pecado é mais que atitudes, palavras
ou pensamentos errados, é um princípio, lei ou força moral em nosso íntimo
instigando-nos contra Deus e a verdade. Paulo chama isso de “carne” ou “natureza
humana” (Rm 7.8-11; Gl 5.17). Apesar de nossos corações terem sido
transformados, termos sido libertos do domínio absoluto do pecado, e o Espírito
Santo habitar em nós, essa lei do pecado continua espreitando nosso íntimo e
guerreando contra nossas almas (p.24). Não reconhecer essa verdade é
providenciar para que pecados permaneçam intocáveis e aceitáveis dentro de nós!
O pecado é pérfido (traidor,
desleal, falso). Assim como o câncer não curado, ele dá a impressão de que foi
vencido, mas, de repente, surge em outra parte do corpo, ou até mesmo, no mesmo
lugar! Muitas vezes as manifestações do pecado são sutis, porque nos enganam e
nos levam a pensar que não são tão maus assim ou simplesmente, que não são
pecados. Alguns de nossos pecados são tão sutilmente requintados que os
cometemos sem pensar. Negando-os inconscientemente tornamo-los “aceitáveis”,
simplesmente porque nos “sentimos bem conosco mesmos”. O pecado é uma força
diabólica dentro de nós.
Tolerar o pecado é tão perigoso quanto tolerar um
câncer dentro de nós. Precisamos reconhecer o quanto toleramos a impaciência, o
orgulho, o ressentimento, a irritação, a autocomiseração e muitos outros
pecados mais sutis.
II. o pecado é
transgressão contra a lei de deus.
Lidar com a malignidade do pecado é
algo deprimente e sombrio, porém, “quando percebermos como a notícia ruim é má,
teremos mais capacidade de entender como a notícia boa é ótima” (p. 26). O
pecado destrói nossa humanidade, mas também atinge o coração de Deus. Pecar é
transgredir as leis de Deus (Lv 16.21). Transgredir é rebelar-se contra a
autoridade. Deus é santo (Is 6.1-8) e o pecado é uma transgressão contra o
caráter santo de Deus. Pecar é desprezar a lei de Deus e também o próprio Deus.
Quando Davi pecou, Natã lhe disse que ele havia desprezado tanto a Lei de Deus
quanto ao próprio Deus (2Sm 12.9,10).
Nossos pecados entristecem a Deus (Ef 4.28,29) e abusa
de sua graça, pois a razão da morte de Cristo foi a condenação de nossos
pecados. Tolerar o pecado é tornar aceitável as razões que levaram Cristo à
cruz! Perdão não é fazer vista grossa e tolerar o pecado. Deus perdoa nosso
pecado porque Cristo derramou o seu sangue por nós, mas ele não o tolera. É
aqui que reside a malignidade do pecado, Cristo sofreu por causa de nossos
pecados, todos eles. Isso não diz respeito apenas às pessoas não convertidas ao
evangelho, mas diz respeito a todos, especialmente os cristãos convertidos pelo
evangelho a Cristo.
III. A CURA DO PECADO É O EVANGELHO DE
CRISTO.
A
cura para nossos pecados, sejam vergonhosos ou “aceitáveis”, é o evangelho em
sua maior abrangência. Paulo resume o evangelho ao afirmar “Cristo veio ao
mundo para salvar pecadores, dos quais eu sou o principal” (1 Tm 1.15). Paulo
não diz que ele “foi”, mas ele diz que ele “é” o principal dos pecadores. Somos
grandes pecadores e Cristo é o nosso grande salvador. O evangelho é a boa
notícia de que na obra total de Cristo (vida, morte, ressurreição) recebemos
gratuita e graciosamente o perdão para os nossos pecados.
Há três observações
fundamentais sobre o evangelho:
1.
O evangelho é só para os pecadores.
Estamos equivocados se
pensamos que somente os incrédulos precisam do evangelho. Todos os mandamentos
éticos e as exortações do Novo Testamento pressupõem que o pecado continua
presente em nosso viver. Por isso temos de lidar com ele cotidianamente. São
propósitos da Escritura corrigir e repreender o homem de Deus (2Tm 3.16).
Aceitar minha condição de necessitado do evangelho cotidianamente e uma
apunhalada contra o moralismo que nos ajuda a enfrentar o pecado com muito mais
realismo.
2.
O evangelho nos prepara e liberta para
encarar o pecado.
Nós nos sentimos culpados
porque realmente somos culpados. Reconhecer o pecado é mais que simplesmente
aceitar intelectualmente que fui egoísta no dia tal, quando fiz tal coisa; é,
na verdade, encarar o fato de que naquele dia tal agi com egoísmo porque eu sou
egoísta por natureza. A grande verdade da cruz é que Cristo pagou os meus
pecados para eu ficar livre para lidar com eles. Deus dá baixa no meu pecado
porque já o creditou a Jesus pendurado na cruz.
3.
O evangelho nos motiva e nos fortalece
para lidarmos com o pecado.
Uma vez livres pelo
evangelho recebemos o mandamento para “mortificarmos o pecado em nós” (Rm 8.13;
Cl 3.5). O único pecado com o qual poderemos lidar com sucesso é o pecado já
perdoado na cruz.
CONCLUSÕES:
Saber que Deus não nos
culpa mais pelos pecados nos dá duas certezas:
a) Deus está conosco, e não contra nós (Rm
8.31).
Não estamos sozinhos
lutando contra o pecado.
b) Gratidão pelo que Deus já fez e continua
fazendo em nossas vidas.
O encorajamento divino e a
gratidão geram em nós o desejo de lutar e vencer o pecado. Ter a obrigação de
vencer o pecado, mas não ter a disposição para fazê-lo, resulta em canseira. A bondade
de Deus se revela explicitamente no evangelho ao providenciar os meios para
lutarmos e vencermos.
Que devemos fazer? Pregar o
evangelho para nós mesmos todos os dias.
TAREFA:
Leia esses textos aplicando-os a si mesmo e decore
alguns: Salmo 103.12; Isaías 43.25; Isaías 53.6; Romanos 4.7,8; Romanos 8.1;
Salmo 130.3,4; Isaías 1.18; Isaías 38.17; Miquéias 7.19; Efésios 1.7;
Colossenses 2.13,14; Hebreus 8.12 e 10.17,18.
Confira o que acabou de aprender com as letras dos
seguintes hinos:
·
Firme nas
Promessas (NC nº 177).
·
Rocha Eterna (NC
nº 136)
·
Firmeza na fé (NC
nº 93).