O Templo
Construído por Zorobabel.
Conforme predito pelo profeta Isaías, Deus
suscitou a Ciro, rei da Pérsia, como libertador de Israel do poderio de
Babilônia (Is 45:1). O Senhor também estimulou seu próprio povo, sob a
liderança de Zorobabel, da tribo de Judá, a retornar a Jerusalém.
Fizeram isto em 537 a.C, depois de 70 anos
de desolação, conforme Jeremias predissera, com o objetivo de reconstruir o
templo. (Ed 1:1-6; 2:1, 2; Jr 29:10) Esta estrutura, embora não fosse nem
de longe tão gloriosa como o templo de Salomão, durou mais tempo, permanecendo
por cerca de 500 anos, de 515 a.C. até bem próximo ao fim do primeiro
século a.C. (c.20 a.C), quando Herodes, o Grande, o restaurou e ampliou. O
templo construído por Salomão servira por cerca de 360 anos, de 967 a 607 a.C.
No seu decreto, Ciro ordenou: “Quanto a todo
aquele que restou de todos os lugares onde reside como forasteiro, auxiliem-no
os homens do seu lugar com prata, e com ouro, e com bens, e com animais
domésticos, junto com a oferta voluntária para a casa do verdadeiro Deus, que
havia em Jerusalém.” (Ed 1:1-4) Ciro também devolveu 5.400 vasos de ouro e de
prata que Nabucodonosor havia tomado do templo de Salomão. — Ed 1:7-11.
No sétimo mês (etanim, ou tisri =
setembro/outubro) do ano 537 a.C, o altar já estava erguido; e, no ano
seguinte, foi lançado o alicerce do novo templo. Como Salomão fizera, os
construtores contrataram sidônios e tírios para trazer cedros do Líbano. (Ed
3:7) A oposição, principalmente da parte dos samaritanos, desencorajou os
construtores, e, depois de cerca de 15 anos esses opositores até mesmo
incitaram o rei da Pérsia a embargar a obra. — Ed 4.
Os judeus haviam parado a construção do templo e
se voltado para outros interesses, de modo que Javé enviou seus profetas Ageu e
Zacarias para incitá-los a renovar seus esforços, no segundo ano de
Dario I (520 a.C), e, depois disso, expediu-se um decreto que apoiava
a ordem original de Ciro e ordenava que se fornecesse dinheiro do tesouro real,
para suprir as necessidades dos construtores e dos sacerdotes. (Ed 5:1, 2;
6:1-12) A construção foi reiniciada e a casa de Javé foi concluída no dia 3 de
adar do sexto ano de Dario (provavelmente 5 de março de 515 a.C), após o
que os judeus inauguraram o templo reconstruído e celebraram a Páscoa.
— Ed 6:13-22.
Pouco se sabe dos pormenores do projeto
arquitetônico deste segundo templo. O decreto de Ciro autorizava a construção
de certa estrutura, “sendo sua altura de sessenta côvados (c. 27 m),
sua largura sessenta côvados (c.27m.), com três camadas de pedras grandes e uma
camada de madeiramento”. Não se declara o comprimento (Ed 6:3, 4). A
referência a três carreiras de pedras, possivelmente seja à construção do muro
ao redor do interior do átrio do templo de Salomão (1 Rs 6.36).[1] Tinha refeitórios e salas
de armazenagem (Ne 13:4, 5) e, sem dúvida, tinha câmaras no teto, e,
possivelmente, havia outros prédios relacionados com ele, seguindo as mesmas
linhas que o templo de Salomão.
A construção
foi atrasada por oposição física e legal dos adversários dos judeus (Ed 4.6). A
oposição física tentou impedir o transporte dos materiais vindos das terras
vizinhas (Ag 1.8), e importunação dos construtores.
Este segundo templo não continha a arca do
pacto, que parece ter desaparecido antes de Nabucodonosor ter capturado e
saqueado o templo de Salomão, em 607 a.C. Segundo o relato no livro
apócrifo de I Macabeus 1:21-24, 57; 4:38, 44-51 havia um único candelabro nele,
em vez dos dez que havia no templo de Salomão; mencionam-se o altar de ouro, a
mesa dos pães da proposição e os vasos, bem como o altar da oferta queimada
que, em vez de ser de cobre, como era no templo de Salomão, é descrito aqui
como sendo de pedra. Este altar, depois de ser maculado pelo Rei Antíoco
Epifânio (em 168 a.C), foi reconstruído com pedras novas sob a direção de
Judas Macabeu.
No século I
a.C., Herodes o Grande ordena uma remodelação ao templo, considerada por muitos
judeus como uma profanação, com o propósito de agradar a César, tendo
construído num dos vértices da muralha a Fortaleza Antônia, uma guarnição
romana que dava acesso direto ao interior do pátio do templo. Certos autores
designam o templo após esta intervenção por "Terceiro Templo". Não se
podia mudar a arquitetura do templo, Deus havia dado o modelo a Davi, e ordenou
que se seguisse o modelo pré-determinado por Ele. A mudança que Herodes fez
simbolizava uma profanação para os judeus.
As afirmações
da vida em aliança incluíam a construção de uma casa de adoração como afirmação
e testemunho da fé do povo em Deus e como fonte de fortalecimento para a
obediência.[2] Os esforços de Ageu e Zacarias eram no
sentido de despertar no povo a consciência dos deveres da vida em aliança com
Deus.
A comparação
entre o segundo templo e o primeiro era desnecessária e equivocada, pois a sua
construção era a garantia da obra redentora de Deus entre os homens. Apesar da
aparente mediocridade da obra, Deus continuava a executar o plano salvador na
história da redenção. Por causa desse simbolismo e propósito redentor a obra
não deveria ser paralisada e nem desprezada como medíocre e irrelevante (Zc
4.9,10). Deus consola a Zorobabel e o fortalece para compreender que seu
trabalho seria um selo do triunfo da graça de Deus frente a todos os
obstáculos.
O significado
escatológico do templo é apresentado em Zacarias 6.12ss, o sacerdócio de Josué
simbolizava o renovo, a descendência de Davi que se constituiria o templo de
Yaveh, que é Cristo e que habitaria com o seu povo (Jo 2.21; Mt 16.18).
Fontes:
Enciclopédia da
Bíblia Cultura Cristã, ECC.