O Fracasso Espiritual da Teologia da
Prosperidade
Essa
semana assistimos com os jovens da igreja ao filme evangélico “Pregando o Amor”. Conta a história de um
ex-traficante que é convertido a Cristo através do testemunho de sua namorada.
É uma boa história de como a conversão a Cristo acontece com vários tipos de
pessoas. Todavia, do ponto de vista pastoral e teológico a trama torna explícito
muitos equívocos cometidos por cristãos, membros de igreja, quando o assunto é
namoro, evangelização e vida cristã.
A
tolerância e o incentivo ao namoro com incrédulos como estratégia evangelística
da igreja é tomada com muita naturalidade. A conduta da personagem é tratada
quase como um manual com os passos a serem seguidos quando esse for o caso.
Em
nenhum momento há uma apresentação explícita de Jesus Cristo e seu sacrifício
pelos nossos pecados como o fundamento da evangelização cristã. O
arrependimento aparece no filme de forma bem superficial e o conceito de perdão
exclui qualquer idéia de restituição. A experiência do jovem que enriqueceu com
o tráfico e depois mudou de vida é bem diferente da experiência de Zaqueu que
enriqueceu com a cobrança ilícita de impostos, mas que a sua conversão implicou
em restituir a quem defraudou (Lc 19).
No
filme, os cristãos não gostam de ser chamados de cristãos, mas apenas de “homens
e mulheres de fé”, como acontece no caso das igrejas emergentes. Ainda há um
toque explícito justificador da teologia da prosperidade, quando o pastor auxiliar
da igreja estaciona sua belíssima Lamborguine branca no estacionamento da mega-igreja
que os personagens freqüentam. Questionado sobre sua opulência, respondeu com
ironia: “_Da última vez que li a Bíblia,
ela não disse que era pecado ter estilo”.
Valores
cristãos bíblicos como singeleza, simplicidade, frugalidade (relativo a frutos,
sóbrio, comedido, simples, modesto) parecem não fazer parte do ensino bíblico
sobre a vida cristã. Por isso, a obra missionária mundial definha em muitos
lugares à medida em que a teologia da prosperidade avança nos países de maioria
cristã. Igrejas grandes, carros caros, casas grandes e luxuosas vão tomando o
lugar da fé simples em nossos corações. A secularidade avança sobre nós e nos
seduz dizendo o tempo todo: _ Por que não
usufruir? Por que não se permitir?! Enquanto em nossos olhos brilham
reluzentemente os cifrões do Tio Patinhas.
Filmes
como esse nos mostram claramente o fracasso espiritual da Teologia da
Prosperidade, que embora seja pintada e filmada com glamour num enredo de
vitória e sucesso, na verdade subverte a honra e a glória que são devidas
unicamente a Cristo. O caminho da glória da Teologia da Prosperidade não é o
caminho da cruz do Evangelho de Cristo, porque o primeiro busca a aprovação dos
homens, enquanto o segundo serve unicamente à glória de Deus.
Com
amor, Pr. Hélio.