
“O Papel do Espírito Santo na Missão”
O papel do Espírito Santo em Missões precisa ser ressaltado, porque é
ele quem escolhe e envia! Observemos três declarações de Lucas emAtos 13.2
quanto a esse fato:
A palavra que designa “serviço” se refere à liturgia, ou ao serviço que o
sacerdote prestava no templo. Eles serviam a Cristo no culto e com o culto. É
muito possível que esse serviço seja uma referência à oração, como a principal
característica do culto ao lado do ensino e da pregação (profecia). Esse serviço
era direcionado a Deus, que é o Senhor digno de obediência. Logo, a obra
missionária está inserida dentro do espectro da obediência da igreja ao Senhor. Quem rejeita esse tema no
cronograma do ensino da igreja, corre o risco de estar desobedecendo a Deus! O culto é instrumento do
Espírito para a chamada à obra missionária.
Essa verdade não mudou com o tempo. O Espírito
continua falando à sua igreja. Muitos querem monopolizar a sua ação determinando como ele deve falar.Um
grupo se fecha em torno da revelação escrita tratando o Espírito como se ele fosse um deus de papel. Outros
menosprezam as Escrituras abrindo-se totalmente a novas revelações, conduzindo a igreja por caminhos
perigosos e temerários. Porém, sabemos que o Espírito jamais entrará em contradição consigo mesmo e que
sempre falará de acordo com o que já falou nas Escrituras, pois é Deus imutável e a revelação já se fechou em
Cristo (Cl 2.9; Hb 1.2,3). Se não formos uma igreja comprometida com o equilíbrio entre o Espírito Santo e
sua Palavra que santifica (Jo 17.17), jamais faremos missões de forma eficaz, porque o subjetivismo nunca
será uma base segura sobre a qual poderemos edificar (I Co 14.36-38). O Espírito não sopra ventos de
doutrina, mas a objetividade segura de sua vontade já anunciada nas Escrituras (Ef 4.14). Nós percebemos
isso ao ver quem ele separou para a obra. Os dois pastores mais maduros e experimentados que a igreja tinha.
No muçulmanismo os lideres enviam jovens imaturos para a morte em carros-bomba por amor a Alá. No
cristianismo são os líderes que oferecem a sua própria vida pela igreja, porque Cristo fez assim pessoalmente
por nós na cruz!
No original a palavra “chamado” está no perfeito médio, ou seja, o
Espírito os chamou para si e no passado. O chamado não é algo que acontece por acaso e para um
determinado período, mas ele tem a ver com toda a nossa vida, com a razão de toda a nossa vida. Não haverá
alegria enquanto esse chamado não correr por nossas veias junto com o nosso sangue. Esse chamado é uma
ação do próprio Deus, que se define por uma separação, uma delimitação de fronteiras na qual cada um é o
que faz. Assim a missão se realiza no ser cada um de nós o pastor, o mecânico, o médico, o missionário.
Nossos nomes ficam delimitados pelo que o Espírito nos faz ser. Em todos esses campos devemos ser
instrumentos de Deus para a difusão do seu reino e glória. Mas o que é encantador é que o chamado nos
conduz na direção do Espírito, pois ele nos chama para si, e ao nos enviar, não se despede de nós, porque ele
mesmo vai conosco e nos conduz pelo caminho, e assim estaremos mais perto dele o tempo todo. Deve ficar
entendido que o chamado tem implicações tanto para quem vai como para quem fica. Quem fica arca com o
sustento. Quem vai, age em nome de quem o sustenta. Não podemos brincar com isso, porque sustentar
envolve sacrifício e consagração, e agir em nome de quem sustenta implica em lealdade. Em ambos os casos
devemos submissão ao Espírito que chama, capacita, envia e sustenta.
AAção do Espírito se dá no contexto do serviço obediente da igreja.
O Espírito fala presentemente à sua igreja.
O Espírito chama e envia.
Com amor, Rev. Hélio de O. Silva
(Atos 13.2)
IGREJA
BRASIL DO
PRESBITERIANA
ANO XX - N° 36 Boletim Dominical Goiânia, 6 de setembro de 2009